21 abr 2005 - 19h24

Análise do jogo Libertad 1 x 2 Atlético

Análise de Libertad 1 x 2 Atlético
por Fabio Kaiut, com colaboração de Bruno Rolim, diretamente de Assunção

Classificação praticamente garantida. Essa foi a sensação que tomou conta da torcida atleticana presente no estádio Defensores del Chaco, em Asunción, Paraguay.

Muito embora tal definição não seja absolutamente correta – uma vez que o Independiente Medellín pode ganhar de América e Atlético e nos roubar a vaga -, a "hinchada" rubro-negra tem sim muito o que comemorar.

Primeiramente, pelo singelo fato de ter ganho mais uma partida oficial fora do Brasil – coisa que outros times sequer têm condições de sonhar. Em segundo lugar, porque o Atlético demonstrou muita obediência tática a Edinho, que demonstra ter o elenco em suas mãos, pelo menos nesse início de trabalho.

Diego mais uma vez foi o nome do jogo e a (manutenção da) vitória pode ser creditada a ele, tendo evitado o gol gumarelo pelo menos quatro vezes. Infelizmente, levamos um gol (por falha da zaga) no último minuto, o que inviabiliza uma eventual nota 10 que Diego pudesse merecer.

Jancarlos voltou a fazer uma boa partida. Muito embora seus cruzamentos aéreos careçam de precisão, no jogo pelo chão e na interação com o ataque, foi muito bem. Quem mais uma vez decepcionou foi Marín. Não apoiava com maior incisividade, e ao mesmo tempo deixava espaco atras de si, obrigando Durval a fazer sua cobertura. Na prática, o Atlético jogou em um 4-4-2 (até a expulsão de Alan Bahia), com Durval fazendo a função de lateral-esquerda e Marín um meia-esquerda sem qualquer efeito prático.

A zaga demonstrou a falta de entrosamento devido à ausência de Marcão, somada à dupla jornada imposta sobre Durval (eventualmente fazer a sobra e ainda cobrir as subidas permanentes de Marín). Entretanto, Baloy e Danilo atuaram razoavelmente bem, merecendo uma nota 7 cada um.

No meio-campo, Fabrício comprometeu as ações ofensivas durante todo o primeiro tempo, com suas tentativas de dribles e corridas com a bola dominada. Com o puxão de orelha dado por Edinho, no segundo tempo voltou tocando a bola de primeira, o que permitiu maior rapidez ao ataque atleticano, culminando nos dois gols. Ticão foi um coadjuvante de luxo, com muita qualidade nos toques e lançamentos. Infelizmente (??), devido ao maciço apoio que recebe da torcida, tem uma autoconfiança tal que em algumas oportunidades tentou sair driblando, perdeu a bola e cedeu o contra-ataque ao Libertad.

Alan Bahia é um caso à parte. Primeiramente, o amarelo que recebeu foi absolutamente injustificado, num lance em que dividiu a bola e sequer tocou no jogador paraguaio. Em segundo lugar, o lance que originou a expulsão não teve sequer uma falta marcada, sendo que o árbitro aplicou a punição dez segundos após o jogador gumarelo ter caído e a jogada ter continuado com a posse de bola atleticana. Alan acertou o jogador do Libertad? As imagens mostram que sim. Seria caso de expulsão, se não tivesse o amarelo? Provavelmente não. De toda forma, nosso estimado volante demonstrou uma ingenuidade que não pode ter em partidas de Libertadores.

Cocito, que entrou no final da partida, segurou bem as ações defensivas, muito embora tenha permitido o gol do Libertad.

O ataque. Sim, o ataque tantas vezes criticado. Infelizmente, Aloísio saiu contundido logo no início da partida, não dando condições de maior análise sobre sua atuação. Maciel, após sua entrada, infernizou a defesa rubro-negra, muito embora não fosse muito acionado no primeiro tempo. Foi premiado com o segundo gol.

Já Denis Marques teve uma atuação profundamente contraditória. Em alguns lances, simplesmente travava a ação ofensiva. Em outros, partia para cima com rapidez nunca vista, nem no Brasileirão de 2004. Fez o primeiro gol em um lance em que estava 3 metros atrás do zagueiro paraguaio e construiu a jogada do segundo. Entretanto, emblemática foi a jogada em que, cercado por dois zagueiros, tendo Maciel a entrar livre na área, sem marcação, tentou o drible e perdeu a chance de matar a partida com o possível terceiro gol atleticano.

Em resumo, o grande fator positivo foi o comando demonstrado por Edinho que, sem fazer alterações, mudou a cara do time para o segundo tempo.

Negativo, a participação de alguns torcedores da Fanáticos que, antes de começar a partida, xingavam diretoria e jogadores rubro-negros e, durante, pediam a saída de Denis Marques mesmo com este tendo feito o gol do título paranaense há três dias e participado dos dois gols desta partida. Para que viajar 1000 km e gastar tanto dinheiro apenas para contribuir com esse desincentivo??

Notas:
Diego: 8,5
Jancarlos: 7
Danilo: 7
Baloy: 7
Durval: 7,5
Marín: 4,0
Alan Bahia: 4,5
Ticão: 6,5
Fabrício: 7,5
Aloísio: s/n
Denis Marques: 7,5

Maciel: 7,5
Cocito: s/n

Edinho: 8,5

Fabio Kaiut e Bruno Rolim são colaboradores da Furacao.com. Eles viajaram para o Paraguai especialmente para acompanhar a partida desta quarta-feira.

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