Diretoria estuda liberação da bateria
A diretoria do Clube Atlético Paranaense está estudando a viabilidade de voltar a permitir a entrada de instrumentos musicais na Kyocera Arena. A bateria levada pelos torcedores para ditar o ritmo dos gritos e cânticos foi proibida durante o Campeonato Brasileiro de 2004, sob a alegação de que prejudicava a visão dos torcedores dos camarotes.
Foi liberada a entrada da bateria apenas no segundo anel da Arena, mas essa opção só foi aceita pela torcida em uma partida. Depois, a Torcida Organizada Os Fanáticos (principal facção organizada) manteve sua posição de permanecer em seu local tradicional, localizado no Setor Buenos Aires inferior. Em contrapartida, a diretoria contratou músicos de uma Escola de Samba para alguns jogos, mas a novidade não foi bem aceita.
Com isso, o Atlético ficou sem bateria na maioria dos jogos nos últimos meses. Alguns reputam que isso prejudicou o rendimento do time em campo. O que se sabe é que esse episódio foi o ápice da briga entre integrantes da diretoria e da torcida Os Fanáticos, causando um mal-estar generalizado em toda a gente atleticana.
Libera a bateria!
Os gritos de "libera a bateria", ecoados em todos os estádios onde o Atlético tem jogado desde então, parecem finalmente ter surtido algum efeito. Desde o início do ano, dirigentes do clube estão estudando alternativas para atender a todos os interesses, que muitas vezes são conflitantes.
A partir do retorno de Mauro Holzmann à diretoria de marketing, o impasse ganhou uma perspectiva de solução. "Organização de torcida é uma coisa bacana. Tem gente que não gosta da bateria, eu gosto, acho legal, mas desde que fosse usado para o incentivo ao clube. O jovem vira torcedor da torcida e não torcedor do clube. Esse é o grande problema", declarou Mauro em entrevista à Furacao.com em março deste ano.
De acordo com Holzmann, o modelo atual de torcida organizada é ultrapassado. Desde o início do ano, o clube intensificou o projeto de criação de "fãs-clubes", que contariam com o apoio oficial e não explorariam comercialmente a marca do Atlético. Ao contrário: passariam a atuar conjuntamente com os parceiros do clube, contribuindo para gerar lucro também ao Rubro-negro.
Novo modelo
Os primeiros torcedores organizados que se dispuseram a adotar o novo modelo foram os integrantes da Ultras, que aceitaram a confecção de faixas e camisas com as marcas da Kyocera e da Umbro. Isso permitiu também uma retomada nas negociações entre os torcedores e a diretoria. "Já há uma conversa bastante adiantada com o marketing do Atlético. Amanhã à tarde teremos uma reunião com o Mauro Holzmann para definirmos todas as questões", afirmou Gabriel Barbosa, o Garga, presidente da Ultras. Holzmann está em São Paulo e voltará a Curitiba amanhã para participar da reunião com representantes da torcida
Assim, o Conselho Gestor do clube está estudando a melhor forma de promover a liberação dos instrumentos. A posição oficial do clube é de que não há novidade sobre esse tema, mas que houve reuniões estudando o caso.