Goleiro Cléber brilha no Santa Cruz
Reserva de Diego durante as temporadas de 2003 e 2004, o goleiro Cléber foi emprestado ao Santa Cruz no início desta temporada. O objetivo era dar uma chance para ele jogar regularmente e poder mostrar seu talento. Mostrando qualidades, Cléber agarrou as chances com as duas mãos e não deu rebote. Foi campeão pernambucano, participou de todos os jogos do Santa em 2005 e virou ídolo de uma calorosa torcida.
Neste domingo, o arqueiro – que tem contrato com o Atlético até 31 de dezembro de 2006 – foi tema de uma reportagem do Jornal do Commercio, de Recife. Confira a matéria:
Cléber assume vaga de paredão coral
por Wladimir Paulino, do Jornal do Commercio
Há cinco meses, os tricolores órfãos do goleiro Guto desconfiaram do novo contratado para defender a meta coral. Afinal, Cléber Luis Alberti era apenas reserva do consagrado Diego, no Atlético-PR. Houve até quem comparasse o novo camisa 1 ao sempre contestado João Carlos, pelo porte físico. Porém, quando a bola começou a rolar, Cléber mostrou seu valor. Ao lado de Neto, ele é o único atleta do clube que atuou em todas as 26 partidas do Santa, este ano, e até o início da rodada de ontem apresentava uma média de menos de um gol sofrido por jogo 23 em 26 partidas, média de 0,88.
Para o goleiro, o saldo é altamente positivo, não só pelas boas atuações, mas principalmente pelo título conquistado, que encerrou um jejum de nove anos sem troféu de campeão no Arruda. Só tivemos mesmo um jogo para ser esquecido, que foi aquele contra o Cruzeiro (derrota por 4×0 pelas oitavas-de-final da Copa do Brasil, no Mineirão), mas aquilo foi uma fatalidade. Fomos eliminados, mas por uma equipe de primeira linha, diz.
Cléber confessa que não esperava se dar tão bem, principalmente pelo Estadual, que foi ganho sem precisar de disputa de final. Não demos chance a ninguém. Claro que vim para cá com o pensamento de me dar bem e conquistar títulos, mas pensei que seria mais difícil. Mas o clube mostrou muita força, desde a diretoria até os atletas, apontou.
Sobre suas atuações, ele acredita que vem numa boa regularidade e conta com poucos erros. Na verdade, foram apenas dois que resultaram em gols. Contra o Porto, no Carneirão, ele foi defender uma cobrança de falta que não oferecia qualquer dificuldade e terminou colocando a bola para dentro. Sereno, assumiu a falha. Na hora de defesa, já estava pensando em repor a bola mais rápido. Fiz uma coisa pensando em outra, por isso a bola entrou, reconheceu, na época.
Diante do Manchete, em Paulista, outro deslize, numa saída de gol. Mas na maioria esmagadora dos jogos, só acertos. O maior exemplo disso foi na vitória sobre o Guarani, por 2×0, pela segunda fase da Copa do Brasil, no dia 16 de março. Claro que o ataque coral foi eficiente chutou apenas três bolas em gol e pôs duas para dentro mas Cléber foi crucial. O Bugre bombardeou a meta dos pernambucanos, mas o paredão do Arruda estava lá. Na defesa mais sensacional, ele afastou o perigo com a barriga, após sair mal da barra e Roncatto aproveitar a sobra.
E por falar em sair do gol, é esse fundamento que ele acha que precisa melhorar mais. É um defeito que os goleiros brasileiros tinham muito, mas agora está diminuindo, conta ele, que não se considera um dos melhores da posição na Série B. Tem muita gente boa e estou trabalhando para isso. E olhem que ele trabalha desde os oito anos para ser goleiro. Comecei no Cascavel (Paraná) e escolhi ser goleiro porque era ruim na linha. Meu pai (Wlademar) me incentivou e fui em frente.
FUTURO Aos 23 anos, o jogador faz planos para futuro. E neles, a seleção brasileira está incluída. Claro que planejo meu futuro. Procuro sempre evoluir até chegar numa seleção e, para isso, eu tenho que fazer um bom trabalho aqui no Santa Cruz, aponta.