A força das arquibancadas
"Eu vim pra vencer…. só eu sei, porque eu não fico em casa!". E nesta quinta-feira, todos os atleticanos que saírem de suas casas rumo à Kyocera Arena têm a missão de ser o 12º jogador em campo, ajudando de todas as maneiras para que o Atlético vença o Cerro Porteño e reencontre o caminho das vitórias.
Nos dias que antecederam o confronto que está sendo visto como o mais importante da história do clube afinal, uma vitória deixará o Atlético muito próximo de ser um dos oito melhores times da América Latina a Furacao.com ouviu personalidades e grandes ídolos do Atlético tentando decifrar a seguinte questão: qual é a importância da torcida para os trunfos do time?
A resultado foi unânime. A torcida atleticana tem sim participação fundamental nas vitórias e conquistas. Portanto, nesta partida decisiva da Libertadores, será tão protagonista quanto Diego, Marcão, Alan Bahia, Lima ou Fabrício. "Nós precisamos da torcida como incentivadora, para que o grupo possa se recuperar. Temos a chance de conseguir o que nenhuma equipe paranaense conseguiu: passar para as quartas-de-final da Libertadores da América", afirmou o psicólogo do Atlético, Gilberto Gaertner.
A promessa é de que apoio não faltará e que nos 90 minutos da partida todas as energias estarão canalizadas para fazer o Atlético vencedor. A Torcida Organizada Os Fanáticos promete apoio integral ao time. Um ato que vem de encontro ao pensamento do ex-presidente da entidade, José Carlos Belotto. "A torcida deve ter o pensamento agora voltado para a instituição do Atlético Paranaense acima de tudo, pois é o que nós tanto amamos. A torcida precisa se conscientizar que as manifestações contra o time não prejudicam apenas ele, mas podem colaborar com o adversário. É preciso empurrar do começo ao fim, pois o mais importante é o apoio nos momentos difíceis também, não só quando tudo está mais fácil", disse.
Ex-atletas também pedem apoio
Para antigos craques do Furacão de diferentes épocas, a idéia de que a torcida deve deixar mágoas de lado para o bem do time também é compartilhado. Segundo os ex-jogadores do clube que são motivo de orgulho da nação atleticana, é hora de se fechar um pacto para o melhor do próprio Atlético:
"Espero que a torcida, como passional, vá com a intenção de torcer. Que eles incentivem o Atlético a apresentar um futebol condizente com as suas tradições. Que eles incentivem mesmo a equipe indo mal, porque, quanto mais incentivar, mais os jogadores vão querer acertar. Eles só crescerão dentro de campo se a torcida acompanhar junto." Alfredo Gottardi (ex-zagueiro do clube nos anos 60 e 70)
"A torcida não pode nunca abandonar o time, porque assim vai afundar aquilo que sempre apoiou, sempre acreditou e o time vai afundar junto. Jamais deve-se ferir o time, tentando ferir o dirigente. O clube pertence ao torcedor. O dirigente é efêmero. O clube, a instituição Atlético é eterna." Jackson Nascimento (ex-meia-esquerda, integrante do Furacão de 49)
"Já vi de perto a força que tem a torcida atleticana, então que eles vão ao jogo para apoiar o time. Durante o jogo, os jogadores precisam de apoio para terem mais confiança. No momento da partida, esqueçam as diferenças, porque o que está em jogo é o futuro do Atlético." Washington (atacante do time vice-campeão Brasileiro de 2004)
"Os jogadores sentem a vibração positiva no ar e muitas vezes correm mais motivados do que com um estádio vazio. A torcida sempre ajudou, o Caldeirão é demais. A motivação da torcida, o barulho na hora de um lance importante e a vaia sobre uma interpretação errada do juiz, fazem parte do futebol tanto quanto a paixão, a camisa." Paulo Rink (atacante do time Campeão Brasileiro da Série B, em 1995)
"O Atlético é maior do que qualquer pessoa. A instituição Atlético é imortal. O torcedor tem que entender que essa guerra com a diretoria não leva a lugar nenhum. O importante agora é que o time tenha a torcida junto, incentivando." Sicupira (maior artilheiro da história do Atlético, com 154 gols assinalados)