Antônio Lopes na área
Poucos esperavam, mas o novo técnico do Atlético é o experiente Antonio Lopes, com larga folha de serviços prestados ao futebol brasileiro e com mais de 25 anos de carreira. Depois da especulação dos nomes de Vadão, Nelsinho Baptista, Péricles Chamusca, Oswaldo de Oliveira e Ivo Wortmann, a diretoria acabou optando por uma solução mais "caseira". Lopes já trabalhou no Atlético (durante a temporada de 2000) e estava há mais de um ano no Coritiba, tendo conhecimento do atual momento do futebol paranaense.
O presidente do Conselho Gestor do Atlético, João Augusto Fleury da Rocha, afirmou que o técnico já deverá seguir viagem para o Paraguai a fim de acompanhar a equipe no decisivo jogo da Libertadores contra o Cerro Porteño, na próxima quinta-feira.
Escolha do novo treinador
Com a saída de Edinho, no dia 11 de maio, o time passou a ser comandado interinamente por Borba Filho. Ele promoveu uma alteração no sistema tático (do 4-4-2 para o 3-5-2) e passou a utilizar alguns jogadores que não vinham jogando, casos de Cléo, Rodrigo e André Rocha. Ao mesmo tempo, Borba passou a aconselhar a diretoria na escolha do novo treinador atleticano. Há alguns dias, o presidente João Augusto Fleury da Rocha já havia dado indícios que que a escolha seria por um profissional com mais experiência que os que dirigiram o clube em 2005. "O Atlético precisa de um estrategista, o grupo ainda não tem um jeito de jogar. Precisamos de um líder, um técnico que goste de trabalhar com um grupo já formado", afirmou ele.
Em entrevista exclusiva à Furacao.com, Fleury elogiou o ex-técnico atleticano Geninho, campeão brasileiro pelo clube em 2001 e que atualmente está na Arábia Saudita. Disse que ele tem o perfil procurado pelo clube, mas a impossibilidade de ele assumir o comando do Atlético imediatamente acabou emperrando as negociações. Geninho tem contrato com o Al Ahli até o final de junho e só poderia voltar ao Brasil em julho. Por isso, o Furacão deu prioridade a um profissional que pudesse assumir o time imediatamente.
Dos técnicos que estão desempregados no momento, o presidente disse que Lopes foi uma boa opção, pois tem muita experiência e disposição de trabalhar com jovens talentos. O elogio demonstra a alteração da política de investimento em treinadores jovens, com vontade de construir uma carreira a partir da estrutura e das oportunidades oferecidas pelo Furacão. No início do ano, o clube apostou no desconhecido Casemiro Mior e, depois, em Edinho, cuja carreira de técnico ainda não decolou. Porém, a estratégia não funcionou e os dois acabaram demitidos.
Delegado Lopes
Delegado da Polícia Civil aposentado, Antonio Lopes, 63 anos, é um dos mais experientes treinadores do futebol brasileiro em atividade. Gozador de enorme prestígio perante a CBF em função de sua atuação como supervisor técnico na Copa do Mundo de 2002, Lopes tem bom trânsito também com dirigentes dos clubes por onde passou. Até hoje, é admirado por Eurico Miranda, do Vasco da Gama e por Giovani Gionédis, do Coritiba, seu último clube.
Dirigiu o Coxa por mais de um ano, conquistando um título paranaense e um vice-campeonato. Foi demitido há menos de 20 dias em função de uma pressão de torcedores, mas ainda contando com apoio dos dirigentes. "O Antonio Lopes é um grande homem. Ajudou muito o Coritiba e merece todo nosso respeito", afirmou Gionédis no dia em que anunciou a demissão do treinador.
Antonio Lopes é carioca e já dirigiu o Olaria, América-RJ, Vasco, seleção do Kuwait, Fluminense, Flamengo, Sport, Al Wasl-EAU, Portuguesa, Belenenses-POR, Internacional, Santos, Al Hilal-SAU, Cruzeiro, Cerro Porteño-PAR, Paraná Clube, Atlético e Grêmio. Foi também supervisor técnico da Seleção Brasileira e conquistou a Copa do Mundo de 2002. Além disso, foi campeão paranaense (96 e 2004), carioca (97, 98, 99 e 2003), brasileiro (97) e da Libertadores (98).
Lopes deverá chegar hoje a Curitiba e depois participará de uma reunião com a cúpula atleticana. O filho do treinador, Antonio Lopes Jr., que continua trabalhando no Coritiba, não será contratado pelo Atlético.