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27 maio 2005 - 10h55

Derrota heróica

A magra vitória por 2 x 1 na Arena, no chamado jogo da ida, dava a estranha sensação que o jogo da volta seria dramático. E foi. Com um gol logo no inicio, passamos a estar fora da competição mais cedo do que os mais pessimistas imaginavam. Numa falha coletiva, onde o último a errar foi o velho Cocito que deu o “bote” fora da hora no atacante do Cerro.

Mas Espínola nos colocou de volta na partida e no torneio, ao tentar atrasar a bola cabeceando-a por cima do goleiro Aceval. Lima, esperto correu mais que os dois e tocou para empatar. A verdade é que o Atlético não estava mal. Até dominava a partida e jogava com muita seriedade e certa tranqüilidade. O empate até que era justo. Porém, aos poucos, o time paraguaio começou a dominar a partida e partir para cima do Furacão.

Assim, numa bola lançada nas costas da nossa defesa, Santiago ganha na corrida de Cocito (de novo) e toca no canto esquerdo de Diego. 2 x 1. Mesmo resultado de Curitiba. Menos mal que a derrota não tirava o time brasileiro da Libertadores. Mas todos sabiam que o segundo tempo seria dramático.

E, realmente, o que se sucedeu nos 45 minutos finais foi um verdadeiro bombardeio na área atleticana. Só nos minutos finais e com a entrada de Aluisio é que voltamos a assustar o time azul grená. Diego tornou-se o personagem do jogo (ele e Marin – que salvou um gol certo embaixo da linha).

O mais impressionante é que 45 minutos pareciam 90, pois demoravam uma eternidade para passar. Mas, no apito final do juiz colombiano, Oscar Ruiz, parecia que tínhamos atingido o céu, de tão aliviados que ficamos com o término da partida. Era a sétima derrota deste time, em 08 partidas seguidas (só vencemos o mesmo Cerro Porteño).

O resultado levou à disputa dos pênaltis. Ou como dizem os estudiosos: “a loteria dos pênaltis”. O que se viu nas 08 cobranças iniciais foram exatamente a antítese desta tese. Os batedores mostraram competência e não deram chance para os goleiros. Competência que teve o gigante Diego ao pular na mesma direção da bola cobrada pelo artilheiro Santiago. Depois que Alan Bahia, Marin, Baloy e Fabrício converteram suas cobranças, cabia ao desconhecido Evandro escrever seu nome na história rubro negra. Bastava colocar a bola além da linha divisória. Uma linha entre o céu e o inferno.

A torcida mal respirava. Podia se ouvir o som do coração dos milhares de rubro negros de olhos vidrados na TV. O jovem Evandro, franzino, não passava tanta segurança. Mas ele se agigantou e fez a torcida delirar ao ouvir aquele barulho de rede balançando….floph! 5 x 4 nos pênaltis. Uma derrota com sabor de vitória. Estávamos classificados para as quartas de final da competição. Estamos entre os 08 melhores times. A melhor campanha que o time paranaense já fez na competição intercontinental.

O próximo adversário é brasileiro – o que garante um time do Brasil na semifinal. O Santos é muito difícil. Não é nenhum Cerro Portenho. É uma equipe que joga junta há muito tempo. Que tem uma base sólida e é o atual campeão brasileiro. Mas, espere um pouco. O vice somos nós. Então, será a chance de vingar a perda do título que estava em nossas mãos. Que venha o Santos de Robinho. Mas que vão embora as derrotas, pois está na hora de ser herói vencendo.



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