Maturidade internacional
Parece um inexplicável paradoxo; mas não é. Campeão Brasileiro da 2a. Divisão; Campeão Brasileiro da 1a. Divisão (2001); Vice-Campeão Brasileiro da 1a. Divisão (2004); 03 Libertadores disputadas; presentemente entre as 08 melhores equipes das Américas e…, contudo, lanterna do atual campeonato brasileiro (disputou 15 pontos e perdeu os 15). Esse recente passado de glórias,somado a essa última vicissitude, em verdade, significa o necessário caminho que todo o Clube tem que trilhar para adquirir personalidade e afirmação no plano internacional. A importância maior do jogo de ontem, contra o Cerro Portenho -respeito as opiniões em contrário-, não foi a classificação que possibilitou ao Clube continuar na magna disputa; foi o marco inicial e necessário ao desencadeamento desse processo de internacionalização que a mesma significou. A serenidade e o destemor demonstrados pelos nossos atletas encarregados de bater as penalidades determinantes da classificação, ou não, do Clube, para as etapas subsequentes do Torneio mais charmoso do Mundo -quiçá o mais difícil-, chegaram a deixar perplexos os mais críticos e céticos cronistas esportivos integrantes do famigerado circuito do “monopólio da mída nacional”. Com toda a honestidade, não me causou surpresa alguma a “incrível façanha” -como talvez assim a estejam considerando esses mesmos cronistas-, pois, desde a decisão do campeonato estadual, que logramos vencer em idênticas circunstâncias, vale dizer, também mediante a cobrança de tiros livres da marca do pênalti, percebi, naquele memorável dia, de que tínhamos finalmente nos libertado do até então inafastável e “Freudiano” complexo de incapacidade de superarmos obstáculos não comuns (o medo; a insegurança e a ausência de personalidade de nossa Equipe como um todo, nesse mesmo dia, deixaram de nos fazer constante companhia). Nada mais providencial e oportuno do que ocorrer esse fenômeno em meio à disputa de um Torneio no qual, sem a mais mínima dúvida, a coragem, a segurança e a personalidade são componentes absolutamente imprescindíveis para viabilizar o êxito. Seja bem-vindo, portanto, “El Paranaense”, não ao seleto grupo das melhores equipes do futebol mundial, mas ao patamar, para tantos inatingível, dos vitoriosos que assim o são pelo tão-só fato de estarem convictos de que podem obter qualquer conquista, por mais árdua e difícl que seja. Parabéns, “Furacão das Américas”, para quem, agora, não mais existem fronteiras nem limites.