27 maio 2005 - 12h28

Relembre momentos históricos de Nowak no Atlético

O polonês Krzysztof Nowak jogou no Atlético nos anos de 1996 e 1997, sempre na posição de volante. Deixou o clube ao final da temporada de 97, negociado com o Wolfsburg, da Alemanha, por US$ 500 mil. No time alemão, recebeu a camisa 10 e passou a jogar em uma posição mais ofensiva. Em 2001, recebeu a notícia de que era portador da doença esclerose lateral amiotrófica. Nowak morreu na madrugada desta quinta-feira, em um hospital de Wolfsburg. Com forma de homenageá-lo, a Furacao.com recorda alguns de seus principais momentos no Atlético:

A chegada
Nowak e Piekarski foram contratados pelo Atlético em 1996. O Campeonato Brasileiro já estava em andamento e a chegada dos jogadores foi cercada de muito suspense. Mesmo sendo totalmente desconhecidos do público brasileiro, os dois poloneses foram recebidos com muita pompa e carinho. Mais de 500 pessoas foram à Baixada para dar as boas-vindas aos estrangeiros. Atônitos, os dois não esperavam tamanha recepção e retribuíam com acenos de mão e sorrisos.

Saída de helicóptero
Na reta final do Campeonato Brasileiro de 96, Nowak e Piekarski foram convocados para a Seleção Sub-23 da Polônia. O Atlético tinha um jogo importante contra o Guarani na Baixada e os dois polacos eram fundamentais no time de Evaristo de Macedo. Para poder contar com os dois, a solução foi alugar um helicóptero, que pousou no gramado do estádio logo que o jogo acabou e levou os jogadores imediatamente para o aeroporto.

O beijo do polaco
Atlético e Botafogo se enfrentavam na Baixada, pelo Campeonato Brasileiro de 1996. Era o confronto dos campeões nacionais do ano anterior. Aos 36 minutos, o Atlético teve uma falta a seu favor no campo de ataque. Um gesto mudou a história do lance e do jogo. Nowak se aproximou do zagueiro Jorge Luís, que se encaminhava para a cobrança. Falou alguma coisa para ele e deu um beijo no companheiro, como que o abençoando para a cobrança. O resultado não poderia ser outro: batida perfeita e a bola na gaveta do goleiro botafoguense. O Atlético venceu a partida por 1 a 0 e muitos atleticanos acreditam até hoje que o beijo foi mais importante que a perícia de Jorge Luís. O jornalista Luiz Augusto Xavier, do Estado do Paraná, escreveu uma coluna intitulada "O Beijo de Nowak". Confira um trecho:

"As chances começaram a aparecer e, preocupantemente, estavam sendo desperdiçadas. Até que Piekarski foi derrubado por Gotardo. A Baixada inteira sentiu que o gol estava para surgir. Nowak fez questão de ir buscar Jorge Luiz no campo de defesa. Deu-lhe um abraço, um beijo e abençoou o lance que estava por vir. O zagueiro cobrou a falta na gaveta e a festa estava completa."

Nowak cala o Morumbi
Uma das atuações mais brilhantes de Nowak pelo Atlético foi contra o Corinthians, pela Copa do Brasil de 1997, no jogo de ida. O Atlético venceu o jogo por 2 a 1 em pleno Estádio do Morumbi. Nowak marcou um gol e foi o melhor em campo. O reconhecimento ao bom futebol do jogador veio através da bairrista imprensa de São Paulo. A capa do caderno de esportes do Estado de S. Paulo exibiu a seguinte manchete: "Nowak cala o Morumbi".

Craque e raçudo
No jogo contra o Sport pelo Campeonato Brasileiro de 96, Nowak deixou o campo aos 29 minutos após receber uma pancada no rosto. Foi para o vestiário receber atendimento, ficou cinco minutos fora e levou três pontos no supercílio. Voltou e cinco minutos depois fez o terceiro gol do Atlético. Ricardo Pinto fez duas grandes defesas, Jean Carlo puxou o contra-ataque e Nowak completou. O Furacão venceu a partida por 6 a 2.

Invicto em Atletibas
Durante todo o período em que ficou no Atlético, Nowak nunca perdeu um clássico Atletiba. Sempre demonstrando muita raça com a camisa rubro-negra, jogou seu primeiro clássico contra o Coritiba no Campeonato Brasileiro de 96. O Atlético venceu por 1 a 0, com um gol de Oséas no finalzinho do jogo. No Campeonato Paranaense de 97, Nowak teve participação fundamental na histórica goleada de 5 a 2, no Pinheirão, de virada. O polonês marcou um dos cinco gols atleticanos.



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