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27 maio 2005 - 11h00

Sangue, suor, lágrimas e papel higiênico

É de praxe que argentinos e paraguaios arremessem intermináveis rolos de papel higiênico antes do início do jogo. Sempre achei aquilo lindo desde que era criança. Lembro que na copa da Argentina em 78, quando tinha apenas 7 anos de idade, esperava os jogos começarem apenas para ver a entrada dos times em campo. Depois perdia a graça. Para mim o jogo não tinha importância alguma, o que valia na verdade era apenas aquela chuva de papéis higiênicos rasgando as arquibancadas. O tempo passou e aquela imagem não saia da minha cabeça. Que coisa linda, que espetáculo aquilo! Confesso que sempre tive vontade de ir ao estádio com um rolo de papel a tira colo, mas também assumo que sempre fiquei meio encucado com a idéia do que iriam pensar se me vissem andando por aí com um rolo em baixo do braço. Seria aquele cara um representante da Neve? Seria aquele cara um prevenido de plantão? Seria aquele cara um argentino?

No jogo de ontem tive a oportunidade de ver tudo o que sempre sonhei em toda minha vida! Vibrei, torci, fiquei extremamente nervoso e até chorei. Nunca, nem o mais otimista esperaria que pudéssemos chegar tão longe. Só que agora estamos nas quartas de final e daqui pra frente teremos que provar para todos do que somos capazes realmente. É claro que ainda estamos engatinhando perto de clubes como Boca Júniors, River Plate, São Paulo e até mesmo o próprio Cerro Porteño quando o assunto é Libertadores da América. É óbvio que possuímos um time limitado, que só não nos leva a óbito porque temos o coração blindado e pronto para agüentar qualquer tipo de peleia. Ao mesmo tempo em que temos uma sorte e uma raça dos diabos, contamos ainda com um goleiro que só não é santo porque ninguém teve a coragem de enfrentar o Papa para pedir a canonização do cara. E o que dizer então de uma torcida que acompanha o time em qualquer lugar, mesmo que o jogo fosse em Bagdá, no Iraque? O Atlético é assim, sangue, suor, lágrima e é claro, largo acima de tudo.

Pênalti virou especialidade para o Atlético. Pobre Roberto Baggio se pegasse um Furacão da vida em final de Copa do Mundo, heim? Não tem pra ninguém! Pode vir a Alemanha, a Argentina, a Itália ou qualquer outro. Quando o assunto é penalidade máxima, podem chamar nosso elenco. A partir de hoje vamos levar todos os jogos para os pênaltis ok?. Não precisamos mais ganhar no tempo normal, afinal, pra que se ainda temos os pênaltis? Ganhar nos noventa minutos é sem graça e tal… arrisco dizer que só estamos em último no brasileirão porque nesta fase ainda não existe a famosa e emocionante disputa de penalidades. Ah, se essa fórmula do brasileiro fosse diferente!

Brincadeiras à parte… fica para nós Atleticanos a alegria de termos passado de fase e ter conseguido o que nenhum outro time Paranaense já conseguiu outrora. Estamos entre os oito melhores times das Américas e não duvido nada que não possamos chegar ainda mais longe, afinal, sorte nós já provamos que temos de sobra. Na próxima fase enfrentaremos o Santos, time que tanto rivalizou conosco no ano passado, e desta vez entraremos em campo com o espírito voltado apenas para a vitória, assim espero. Não me venham com pênaltis novamente porque desta vez meu coração pode ser que não agüente.

E a propósito, caso passemos pelo peixe nesta fase, na próxima enfrentaremos o Boca e desse modo uma coisa é certa: “Na Bombonera a chuva de papel higiênico é das mais belas da América”.



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