29 maio 2005 - 23h12

Análise de Botafogo 2 x 0 Atlético, por Patrícia Bahr

Saco de pancadas
por Patrícia Bahr

O Botafogo não precisou de mais que 53 segundos para vencer o Atlético neste domingo, na Arena Petrobras. Com menos de um minuto de jogo, o panorama do Rubro-negro até aqui na competição já estava desenhado: um time frágil na marcação, com erros de passes infantis e falhas na defesa, em especial nas jogadas aéreas. Pronto, era o cenário ideal para Rafael Marques fazer 1 a 0, contando com uma falha escandalosa na saída de gol do goleiro Diego.

Os outros 89 minutos regulamentares de jogo tiveram praticamente o mesmo panorama dos outros cinco jogos do Atlético no Brasileiro. Um time que vai de maneira desordenada para o ataque e dá enormes sustos na defesa. Tudo caminharia na mesmice se não fosse o segundo gol botafoguense, aos 17 minutos da etapa final.

É, esse é o Atlético do Campeonato Brasileiro de 2005. Um verdadeiro saco de pancadas. Seis jogos, seis derrotas. Onze gols sofridos e apenas três marcados. E para melhorar esse quadro, muita coisa precisa ser mudada. E essa muita coisa não existe dentro do nosso elenco, infelizmente. Temos o maior elenco do Brasil e sem o mínimo de qualidade. Erramos feio nas contratações em grande número, sem se preocupar em repor com o mesmo potencial os atletas que nos deixavam, depois da belíssima campanha no Brasileirão do ano passado.

No jogo, mais uma vez a defesa foi o principal destaque negativo. Triste ver Marcão, que sempre se destacou pela vontade e raça, agora não tendo perna para chegar na bola antes que o adversário. A solução, então, passa a ser parar os adversários com faltas, ou então deixá-los passar. Simplesmente lamentável.

Mais lamentável ainda é ver Cocito em campo. Dos últimos quatro gols sofridos pelo Atlético nos últimos dois jogos, três foram responsabilidade direta de Cocito, que por incrível que pareça é elogiado pelo técnico Antonio Lopes. Se no ano passado havia a máxima de que “com Igor em campo não tem placar em branco”, este ano a frase vale para Cocito. No desastre total do sistema defensivo, Danilo conseguiu se destacar, trabalhando por três, já que Marcão e Baloy falharam muito durante todo o jogo.

Fabrício, que sempre foi muito criticado, deu lugar ao menos competente Rodriguinho, que passou 45 minutos sem a menor vontade de estar em campo. No ataque, Lima sozinho tentava carregar o time nas costas, na maioria das vezes se atrapalhou com a bola, provando que apenas ele como peça ofensiva não vai resultar em absolutamente nada.

A certeza que se tem é que o Atlético vai precisar de muito trabalho daqui para frente para sair da incômoda última colocação. Mais do que trabalho, o time precisa de reforços, daqueles para chegar no clube e assumir a camisa de titular com urgência. E para resolver nossos problemas não me venham com zagueiro que marca gols contra, faz pênalti e é expulso – sim, tudo isso em apenas seis jogos no Brasileiro. Desculpem-me, mas não será Adriano que vai salvar a nossa pátria. Pelo contrário, com reforços desse quilate, caminharemos firmes e fortes para a segundona – tarefa que atleticano nenhum quer para o Furacão.

Patrícia Bahr é colunista da Furacao.com.

O conteúdo da opinião acima é de responsabilidade exclusiva de seu autor e não expressa necessariamente a opinião dos integrantes do site Furacao.com.

Entre em contato com a autora do texto



Últimas Notícias

Brasileiro

Fazendo contas

Há pouco mais de um mês o Athletico tinha 31 pontos, estava há 5 da zona de rebaixamento e tinha ainda 12 partidas para fazer.…

Notícias

Em ritmo de finados

As mais de 40 mil vozes que acabaram batendo o novo recorde de público no eterno estádio Joaquim Américo não foram suficientes para fazer com…

Brasileiro

Maldito Pacto

Maldito pacto… Maldito pacto que nos conduz há mais de 100 anos. Maldito pacto que nos forjou na dificuldade, que nos fez superar grandes desafios,…

Opinião

O tempo é o senhor da razão

A famosa frase dita e repetida inúmeras vezes pelo mandatário mor do Athletico, como que numa profecia, se torna realidade. Nada como o tempo para…