4 jun 2005 - 0h39

Arena concluída: esse sonho nunca esteve tão perto

O sonho de ver a Arena da Baixada completa, sem o fatídico muro que separa o estádio do colégio, nunca esteve tão próximo de ser realizado. Ao longo dos últimos oito anos, a nação atleticana tem acalentado o desejo de ter sua casa completa. Desde a demolição do antigo Joaquim Américo, o objetivo é de que o estádio seja exatamente igual ao projeto original, simbolizado na maquete que até hoje enfeita a sede administrativa do clube. Por questões alheias à vontade do clube, o sonho foi impedido e postergado. Mas agora, finalmente, parece estar muito próximo de ser concretizado. Depois de diversas tratativas e tentativas de acordos, finalmente o litígio com o colégio parece estar chegando ao fim.

O aceno para o fim do problema surgiu durante o programa Cara & Coroa, apresentado por Valmir Gomes na Rádio Clube B-2. Tendo como convidado especial Mario Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, o programa não poderia deixar de ter tratado do assunto de maior interesse para a torcida atleticana nos dias de hoje: a conclusão definitiva da Arena. Quem levantou a bola foi o conselheiro e vereador Mario Celso Cunha, um dos principais articuladores para selar a união entre diretoria e torcida, celebrada nos últimos dias. Participando do final do programa, Cunha, que também é jornalista da Clube, deixou escapar a criação de um movimento de iniciativa dos torcedores para colaborar com o clube no projeto de finalização do estádio.

"Eu não devia estar falando, mas é um compromisso nosso como torcedor. Eu já tive uma reunião com os torcedores e eles estão muito chateados com a história do colégio. Eu quero até conversar com o presidente (Petraglia) para saber como está essa situação", disse ele, explicando que os dirigentes ainda não sabiam da movimentação da torcida. "Nós vamos deflagrar uma campanha. Os torcedores vão deflagrar o ‘Fora, Colégio’. Nós queremos aquele espaço, que é do Atlético Paranaense. Eu não quero nem que o presidente entre em detalhes porque depois vou conversar com ele e explicar o que está acontecendo. Ele nem imagina, mas vem uma campanha forte por aí. Uma campanha muito forte porque nós queremos aquela Arena fechada, completa e para já", revelou Mario Celso Cunha, falando de um movimento provavelmente a ser coordenado pelas principais facções da torcida atleticana.

Diante da "provocação" do tema, Mario Celso Petraglia acabou por afirmar que o apoio da grade nação atleticana pode ser a mola propulsora para, finalmente, dar um desfecho ao caso. "A Arena é nossa casa, o orgulho que nós temos. Eu fico feliz porque agora, com os atleticanos unidos, com a força que nós temos, quem sabe a gente resolva mais rapidamente, de uma forma pacífica, ordeira, amigável a questão do colégio. Temos de encontrar uma solução para que nós possamos concluir a nossa casa. É um direito nosso. É um direito que assiste ao atleticano ter a sua casa concluída", afirmou. O dirigente comparou a construção da Arena com a construção de uma casa. "É como você construir uma casa com três quartos, sendo que tem quatro filhos. Então, você quer mais um quarto para o teu filho. Isso é um direito seu. Por que estão nos tomando esse direito?", questionou, fazendo referência ao fato de o Atlético ser proprietário de uma parcela do terreno do qual o colégio é locatário.

Exemplo para o Brasil

O dirigente disse ainda que a finalização da Arena da Baixada seria mais um orgulho para o atleticano, que poderia ter a satisfação de torcer para um clube capaz de grandes feitos. "Além de tudo isso, nós queremos a nossa Arena concluída, para mostrar ao Brasil e ao mundo que o Atlético foi capaz. Apesar de que isso também nos traz um grande problema, um grande dissabor porque a gente acaba carimbando na testa dos outros clubes brasileiros a incompetência, a incapacidade deles", disse, referindo-se aos grandes clubes de São Paulo e do Rio de Janeiro, que têm muito mais condições mercadológica, mas não fazem o que o Atlético fez nos últimos anos.

Tratativas

De acordo com Mario Celso Petraglia, o Atlético está tentando uma solução para o caso desde a demolição da antiga Baixada. Ele revelou que a solução esteve muito próxima em algumas ocasiões, mas no último momento sempre houve um recuo da outra parte. "Nós estamos há oito anos na justiça tentando isso. Já houve várias e várias vezes em que houve acordos que na hora da assinatura não conseguimos concluir. Eu posso dizer que nunca foi por culpa nossa. O Atlético sempre cedeu, sempre cedeu, sempre cedeu porque esse objetivo é o ideal, é o anseio, é a vontade, é a inspiração de todos nós atleticanos", disse.

Depois, esqueceu da condição de dirigente e falou como torcedor: "Todos queremos concluir a Arena. É o nosso santuário. Aquele orgulho que nós temos do nosso centro de treinamentos, dos nossos jogadores, da nossa torcida, da nossa marca, do CAP, do Clube Atlético Paranaense".

Colaboração da torcida

Para finalizar, Petraglia disse que é necessário que todos os atleticanos estejam embuídos do mesmo espírito dos anos de 98 e 99, nos quais houve uma dedicação total e uma concentração de energias para a construção da Arena. "Nós queremos aquela mesma energia, a mesma crença, a mesma vontade de quando nós derrubamos a Velha Baixada e construímos um novo Joaquim Américo, a nova Baixada. Aquilo foi possível graças àquela doação de todos. Não foi o Petraglia. Eu simplesmente conduzi aquele exército de atleticanos ajudando, contribuindo, comprando cadeiras, camarotes, incentivando", declarou, citando expressamente o exemplo dos Amigos do Mirante e dos atleticanos que acompanharam a construção da Arena "tijolinho por tijolinho".

O presidente do Conselho acredita que o clube já concluiu o ciclo da primeira fase da Arena e agora é o momento da finalização do estádio. "Todos nós queríamos e conseguimos construir, parcialmente. Nós queremos hoje essa mesma vontade, esse mesmo desejo, quem sabe hoje multiplicado. Aquela primeira fase já está digerida", afirmou ele.

Por fim, Mario Celso Petraglia mandou um recado destinado à toda a nação atleticana: "Então, agora, com a ajuda da torcida, canalizada para isso, da maneira que eu já me referi (de forma pacífica, ordeira, amigável), ninguém segura o Atlético. Nós vamos construir a nossa Arena com a ajuda de todos", garantiu. Que assim seja!

Desde logo, a Furacao.com e todos os atleticanos ligados ao site se colocam à disposição do Clube Atlético Paranaense em prol da grande causa que é a finalização da nossa casa, da Arena da Baixada.

O programa Cara & Coroa, apresentado por Valmir Gomes, é transmitido pela Rádio Clube B-2 AM 1.430 de segunda a sexta-feira das 20h às 21h.



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