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4 jun 2005 - 17h30

Dez homens e um segredo

Duas situações antagônicas dividem o Atlético no presente momento. Uma, é a incontestável má campanha que o time vem atravessando no campeonato brasileiro, outra, é a surpreendente participação do mesmo elenco na Taça Libertadores da América. Quem diria que o time que jogou na quarta-feira, com apenas dez jogadores em campo, é o mesmo que vem caindo pelas tabelas ao longo de seis rodadas consecutivas neste início de brasileirão. Não dá pra entender! Qual será o segredo deste time?

Confesso que sempre fui um crítico do Cocito, Lima, Aloísio, Antônio Lopes e sua trupe, mas nesta quarta passada tive que dar a mão à palmatória… como jogaram esses sujeitos! Acostumado a ver o Cocito jogando de coturno, quase não acreditei quando o vi marcando os serelepes santistas com tanta precisão. Num momento absolutamente atípico, observei que alguns a minha volta chegaram a gritar a seguinte frase: ão, ão, ão, o Cocito é seleção! Ironia ou não, o certo que o cara jogou muito naquela noite. Roubou bolas como ninguém e deu até passe de calcanhar para o Marcão ao final do jogo. Ai meu Deus, que medo quando vi aquilo!

E o que dizer de Lima e Aloísio então? Jogando como leões após amargar intermináveis vaias durante o campeonato paranaense inteiro. Que beleza!! O time do Santos, ladeado pela falastrona imprensa paulista, não estava acreditando no que via. Falaram de tudo antes do jogo. Nos chamaram de fracotes, brisinha, nuvem passageira e até de lanterna. Tudo bem! Somos lanternas mesmo, isso é indiscutível, mas o certo é que naquela noite a lanterna virou “farol de milha”. Cegamos o time do Santos. O Faixo de luz era tão grande, que ouvi dizer que o Batman só não apareceu na Baixada porque estava preocupado com o lançamento do seu próximo filme.

Aquela quarta-feira foi para lavar a alma da torcida Atleticana, afinal de contas, não fomos feitos para amargar derrotas, não estamos mais acostumados com isso. Chega de sofrimento! O espírito da nossa torcida é composto por bravura, raça, paixão e principalmente superação. Taí nosso hino que não me deixa mentir. Quando a massa vibra, a arquibancada traspõe as grades de contenção e o reflexo disso tudo é sentido dentro de campo. Alguém tem coragem de desmentir isso?

Agora, voltando ao título do texto, é claro que não sei qual é o segredo do Atlético para conseguir jogar tão bem em alguns jogos e tão mal em outros. Não sou a Mãe Dinah e tão pouco sei se o Shopping Muller vai cair na semana que vem ou se os Mamonas vão reencarnar em forma de cachorro de raça ou vira-lata. Quem me dera responder pergunta tão complicada. Isso fica para o elenco Atleticano explicar. Tomara que daqui pra frente o time engrene de vez, desse modo a pergunta ficará no ar e fatalmente será esquecida daqui alguns dias.

No momento, apenas uma teoria me vem à cabeça. Estamos em último lugar no brasileiro, certo? Ganhamos do Santos completo, com apenas dez jogadores em campo, e mais um pouco poderemos chegar na próxima fase da Libertadores, certo?

Resumindo, “quem ri por último, ri melhor”! E como diria o Bozo: sempre rir, sempre rir, pra viver é melhor sempre rir…! Péssima essa heim? Atlético 4 ever!!



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