8 jun 2005 - 13h59

Mais uma vez, decisão na Vila

Um confronto entre Atlético e Santos. No primeiro jogo, na Baixada, o Furacão, embalado pela força das arquibancadas, fez valer o “fator Caldeirão” e venceu. Restava o jogo da volta, na Vila Belmiro. Qualquer semelhança com o atual momento em que passam os dois clubes é mera coincidência. Afinal, esse era o panorama do jogo Atlético e Santos há exatos nove anos, pela Copa do Brasil. No jogo da ida, na Baixada, o Furacão venceu por 3 a 0. Faltava, ainda, o teste da Baixada Santista.

Para esse jogo, o Santos optou pela troca de goleiro, considerando que o titular Edinho foi um dos “culpados” pela derrota em Curitiba. A equipe paulista também não contava com seu principal jogador, Giovanni, expulso no primeiro jogo. Com um elenco forte, foi reforçado por peças recém-chegadas da Seleção Brasileira Pré-Olímpica, como Jamelli e Baiano.

Do lado atleticano, o técnico Emerson Leão exigiu de seus comandados disciplina e atenção. Para não permitir que o Rubro-negro corresse riscos desnecessários, Leão armou um time mais defensivo, com o uruguaio Matosas entrando no lugar de Luís Carlos no meio-campo. Mas engana-se quem pensa que a tática de Leão era se defender: “não podemos ficar só na defesa, temos que mostrar a eles que o Atlético não tem medo de nenhum adversário. A pressão do Atlético aliada à pressão da torcida local podem levar o Santos a cometer um erro fatal que nos leve ao gol”, indicou o treinador, na véspera do confronto.

12 de março de 1996. Nesse dia, o Atlético pisou no gramado da Vila Belmiro sabendo exatamente o que fazer para sair com a classificação na Copa do Brasil. Embalado por sua torcida, o Santos começou o jogo no ataque. Foi aí que começou a brilhar a estrela do goleiro Ricardo Pinto, que foi se constituindo em uma barreira quase insuperável ao time santista. Quase, porque aos 31 minutos, após falha da marcação no meio-campo, Macedo recebeu livre na entrada da área e tocou na saída do goleiro atleticano, fazendo 1 a 0 no placar.

Com o gol, os donos da casa se animaram e quase ampliaram ainda na etapa inicial. Aos 46 minutos, Macedo recebeu em posição duvidosa e acertou a trave. Era o combustível que faltava para a pressão da torcida santista ser ainda maior.

Na etapa final, o Atlético percebeu que para prosseguir na competição era preciso atacar. E com maior movimentação do meio para frente, pouco a pouco o Rubro-negro foi criando as oportunidades para chegar ao gol de Gilberto. Aos 11 minutos, Oséas marcou, mas o árbitro Marques Dias da Fonseca anulou, alegando impedimento. O gol mesmo saiu nove minutos depois e é digno de placa: Paulo Rink recebeu a bola na lateral esquerda da defesa atleticana, passou pelo meio de campo, levou toda a zaga santista, deu o drible da vaca em Narciso e tocou para o fundo das redes. Um golaço.

No desespero, o Santos foi para o ataque, mas mais uma vez brilhou a estrela do goleiro Ricardo Pinto. Fim de jogo, 1 a 1 no placar, resultado que garantiu o Furacão na segunda fase da Copa do Brasil.

Hoje, nove anos depois, o Atlético e os atleticanos esperam que o final deste duelo seja o mesmo, com o Rubro-negro seguindo em frente, desta vez carimbando o passaporte para a semifinal da Copa Libertadores da América. Que 1996 sirva de lição e inspiração ao time atleticano.

Copa do Brasil – (12/03/96) – Santos 1 x 1 Atlético
L: Vila Belmiro; A: Marques Dias da Fonseca (GO); P: 3.361; R: R$ 25.600,00; CA: Alex, Paulo Rink, Gallo, Sandro e Marcos Paulo; G: Macedo, aos 31 do 1°; Paulo Rink, aos 20 do 2°.

SANTOS: Gilberto; Cláudio, Sandro, Narciso e Marcos Paulo (Batista); Gallo, Baiano, Marcelo Passos e Robert; Macedo e Jamelli. T: Candinho.

ATLÉTICO: Ricardo Pinto; Pavão (Reginaldo), Luís Eduardo, Andrei e Elias; Alex, Sidcley (Luiz Carlos), Matosas e Jean Carlo; Oséas e Paulo Rink. T: Emerson Leão.



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