26 jun 2005 - 15h00

Jadson: "Toda hora penso em voltar"

O meia Jadson voltou ao Brasil na última semana pela primeira vez desde que foi negociado com o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Depois de um excelente Campeonato Brasileiro de 2004 pelo Atlético, o jogador despertou a atenção de vários clubes e foi negociado com o emergente Shakhtar, que levou também o santista Elano e outro atleticano, o lateral-esquerda Ivan (por empréstimo). Jadson sofreu para se adaptar, mas conquistou a posição de titular. Foi vice-campeão da Copa da Ucrânia e campeão nacional. Marcou dois gols na última partida da temporada, contra o rival Dinamo de Kiev. Jadson voltou ao Brasil para um compromisso fora dos gramados. Neste sábado à noite, em Londrina, ele se casou e trocou o time dos solteiros pelo dos casados. Antes disso, concedeu uma entrevista ao jornal Folha de Londrina, publicada na edição deste domingo. Na conversa com os jornalistas, ele revelou que sente saudades do Brasil e que sempre pensa em voltar, especialmente pelo fato de o nível do futebol ucraniano ainda ser muito inferior ao do brasileiro. Confira abaixo a matéria publicada na Folha de Londrina:

‘Sinto falta do Brasil’, desabafa Jadson
por Thiago Mossini, da Folha de Londrina

Não foi o frio, nem as diferenças culturais, muito menos a culinária sem tantos toques de temperos que fizeram despontar no meia Jadson a vontade de voltar a jogar no Brasil, após seis meses vestindo a camisa do Shaktar Donetsk, da Ucrânia. O que está deixando o londrinense desanimado é o futebol mesmo. "O nível é muito baixo lá (na Ucrânia)", reclamou Jadson. "Você começa a lembrar de como é aqui e dá vontade de voltar. Toda hora penso em voltar. Sinto falta do Brasil".

O retorno ao futebol brasileiro, no entanto, esbarra na parte financeira. Jadson teve seus direitos federativos vendidos pelo Atlético Paranaense para o clube ucraniano em janeiro deste ano por 5 milhões de euros (cerca de R$ 17,5 milhões na época). Tem contrato de cinco anos com o Shaktar, recebe os salários em euro e dificilmente um clube brasileiro cobriria a proposta. "Se tivesse uma proposta boa como a daqui, eu voltaria", disse o meia, de fala mansa e tímida.

A vida financeira de Jadson sofreu uma mudança drástica neste ano. A casa em Londrina já é bem diferente da anterior, que ficava no Conjunto Parigot de Souza (Zona Norte). Os veículos que lotam a garagem também. "Minha vida financeira mudou muito. Hoje, sou feliz porque posso dar tudo o que a minha mãe, o meu pai e minha mulher me pedem", revelou o meia, um tanto emocionado e ainda ansioso para seu casamento, que aconteceu ontem à noite.

E foi essa mudança na vida familiar que o convenceu a ir para o Centro-Leste europeu. "Na hora (em que foi informado da proposta do Shaktar), não gostei muito, não. Sonhava em jogar em Portugal, na Espanha, na Itália. Mas meu sonho era ajudar a minha família e isso me convenceu. Quem tiver a oportunidade, tem que ir mesmo", contou. "No Atlético era o meu primeiro contrato, então, não ganhava muito".

Quase que o sonho de jogar com os portugueses deu certo. Pouco antes da transferência para a Ucrânia, os jornais de Portugal especulavam sobre a ida do meia para o Benfica, que acabou não se confirmando por falta de um acerto financeiro entre os clubes. "Ouvi falar que o Corinthians também tinha interesse", comentou.

Vitrine

Depois de fazer um grande Campeonato Brasileiro pelo Atlético-PR no ano passado, quando o Furacão deixou escapar o título na penúltima rodada, Jadson não conseguiu repetir o desempenho no Shaktar. Ainda tenta ganhar de vez a confiança do treinador e se firmar na equipe titular. "Quando cheguei lá, sempre entrava no segundo tempo. Depois que passou o frio e entrou o calor, virei titular, mas às vezes ainda saio", disse o jogador.

Mesmo não tendo as mesmas atuações de 2004, Jadson não tem muito o que reclamar. Foi vice-campeão da Copa da Ucrânia e conquistou o Campeonato Ucraniano, garantindo vaga na eliminatória da Liga dos Campeões da Europa. Ele não quer desperdiçar a chance de "aparecer", na principal competição européia. "Posso despertar o interesse de algum clube de maior expressão e voltar a chamar a atenção do (Carlos Alberto) Parreira (técnico da seleção brasileira)", projetou.

Após o fim do Brasileirão de 2004, Parreira elogiou o meia e até admitiu dar uma chance ao jogador na seleção. Mas com a ida para o Shaktar, Jadson ficou escondido. "Pensei muito nisso quando fui pra lá (Ucrânia). Fiquei triste, mas tenho que jogar bem e aparecer novamente", confessou.

Clique aqui para ler a reportagem no site da Folha de Londrina (acesso restrito).



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