Lembranças de Guadalajara
A partida era válida pelas quartas-de-final da Copa do Mundo de 1986, no México. Brasil e França faziam um jogo disputadíssimo no histórico Estádio Jalisco, em Guadalajara. Careca fez 1 a 0, mas Platini tratou de empatar. Logo depois, Zico entrou em campo e, sob a pressão de 60 mil pessoas no estádio, teve nos seus pés a chance de fazer 2 a 1 numa cobrança de pênalti. No chute, o goleiro francês, Bats, defendeu. Encerrado o tempo normal e a prorrogação, a vaga para as semifinais foi decidida nos pênaltis. Desta vez, Zico acertou a cobrança, mas Sócrates e Júlio César perderam e os europeus levaram a melhor: 4 a 3. "Não deixo de dormir por isso. Gostaria muito de ter tido a felicidade de ter feito aquele gol, mas não foi possível. Só quem não tem nada pra falar ainda acha que foi aquele lance que eliminou o Brasil", afirmou Zico com exclusividade ao site Furacao.com.
Descansando no Rio de Janeiro depois de classificar o Japão para a Copa do Mundo e de dar um sufoco no Brasil na Copa das Confederações – competição na qual também enfrentou alguns jogadores do Chivas -, o ex-craque não deixa de acompanhar os jogos dos times brasileiros, em especial do Atlético na Libertadores. Com a experiência de quem já atuou por diversas vezes no Estádio Jalisco, o Galinho dá as dicas para o Furacão sair do México como finalista. "O Atlético pode esperar por uma pressão da torcida igual à da Baixada. O estádio é otimo, o campo também e se o Atlético jogar como jogou na Arena pode perfeitamente sair com a vitoria", disse o principal ídolo dos craques da nova geração.
Sem zebras
Depois de disputar três Copas do Mundo (1978, 1982 e 1986), Zico foi se aventurar no futebol japonês, onde encerrou a carreira como jogador. Foi também no Oriente que ele recebeu a valiosa oportunidade de dirigir a Seleção do Japão. Os resultados obtidos são surpreendentes e o nível dos atletas evoluiu muito desde a sua chegada. "Não acredito em zebra no futebol atual. Existem competições com regulamentos diferentes e muitas vezes algumas equipes vão bem numa e em outras não", afirmou o Galinho, comparando as campanha do Atlético na Libertadores e no Campeonato Brasileiro. "Acho que no momento o Atlético priorizou a Libertadores e, por isso, os resultados apareceram. Em nenhum momento vejo o Atlético como zebra", completou.
Confiante na vantagem adquirida no primeiro jogo disputado em Curitiba, Zico acha que a experiência do técnico Antonio Lopes vai ser fundamental para a classificação do Atlético para a final da Copa Libertadores. Satisfeito com o futebol do Furacão, o técnico do Japão diz não fazer previsão do placar em Guadalajara. "Não tenho palpite para os jogos (da semifinal da Libertadores), mas estou na torcida para que dê Atlético e São Paulo", finalizou.
A torcida do Atlético também confia num bom resultado em Guadalajara e espera voltar do México com a inédita vaga para a final na bagagem.
Agradecimentos a Delisiée Teixeira.