1 jul 2005 - 14h17

Análise de Chivas 2 x 2 Atlético, por Bruno Rolim

O martírio continua
por Bruno Rolim

E o Atlético conseguiu, com raça e muito suor, escrever mais um capítulo em sua história – aliás, o capítulo mais importante da história do clube, somente comparado ao título de 2001, permito-me dizer. Foi um jogo extremamente sofrido, onde dois nomes garantiram nossa vaga, com a ajuda dos demais jogadores: Diego no primeiro tempo, com várias defesas espetaculares, e Lima no segundo tempo, marcando os gols da classificação rubro-negra.

Sobre a partida: foi uma apresentação irregular do Atlético, com dois tempos distintos. No primeiro tempo, uma equipe recuada, mas marcando muito mal, deixando espaços para os jogadores do Chivas – equipe que joga e deixa jogar – avançarem. Não fosse uma esplêndida jornada de nosso goleiro Diego, o Atlético poderia muito bem ter ido para o intervalo com dois ou três gols de desvantagem. A equipe parecia acomodada com os três gols conseguidos na Arena, e se preocupava mais em deixar o tempo passar, catimbando e recuando. Além de Diego, destaques para a dupla de zaga, formada por Danilo e Durval, que conseguiram rechaçar praticamente todas as bolas alçadas pelos alas mexicanos. Os volantes estiveram muito mal no primeiro tempo, deixando muitos espaços. Fernandinho foi uma peça nula, enquanto Fabrício tentou correr e lançar, mas era um jogador bem marcado no meio. No ataque, Aloísio e Lima pouco tocaram na bola, mas ofereceram perigo quando conseguiram jogar.

Indo para o vestiário com uma derrota de apenas um gol foi um resultado bom, pelas circunstâncias da partida. Aí entrou a influência do técnico Antônio Lopes – que se esgoelou durante a partida inteira, pedindo para a equipe adiantar sua marcação, evitando atrair o Chivas. Provavelmente após ouvirem o treinador, o Atlético entrou no segundo tempo com uma postura completamente distinta – com a entrada de André Rocha no lugar de Fernandinho, esperava-se um maior recuo, com mais um volante. Mas o que se viu foi a marcação se adiantar, dificultando os passes dos mexicanos. No ataque, Lima e Aloísio, bem assessorados por Fabrício, marcavam a saída de bola na defesa adversária. A partida estava mais equilibrada, embora o Chivas ainda oferecesse perigo. Mas, em um dos momentos de maior pressão mexicana em busca do segundo gol, o lance que decidiu a partida.

Em um rápido contra-ataque, o lateral Marcão – até aqui em atuação discreta – passou para Aloísio, que devolveu a bola para o lateral que, na ponta esquerda, encontrou Lima livre dentro da pequena área, para igualar o marcador no Estádio Jalisco – com o empate, a torcida mexicana se calou, e os ânimos do Chivas se arrefeceram. O Atlético começou a dominar as ações no meio-campo, em um ritmo mais lento – até pelo visível cansaço das duas equipes. Em uma roubada de bola do defensor mexicano, Lima fez uma arrancada brilhante, fechando sua participação na partida com o gol da virada. Curioso foi o fato de, logo antes do lance, o jogador ter pedido para ser substituído, por não aguentar mais.

A partir daí, foi uma festa atleticana, a pequena torcida rubro-negra festejava em Guadalajara, e o silêncio mexicano contrastava com a alegria brasileira. Nos instantes finais, quando foi marcado o gol de empate mexicano, Aloísio e Cocito pediram para serem substituídos, mas apenas o último pôde ser – pelo limite de três alterações. O atacante teve que fazer número no gramado, e o fez com garra, se esforçando para ao menos tentar marcar os mexicanos.

Mas a torcida não queria mais saber! O Atlético estava se garantindo entre os dois melhores times da América do Sul, e não se pode escolher um único herói – a equipe inteira, desde Diego até Lima, é responsável por termos chegado até aqui.

Bruno Rolim é colunista da Furacao.com.

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