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1 jul 2005 - 12h41

Libertadores da alegria

Sí, sí, mí amigos, tiemos libertad! Fomos libertados para um sonho que estava se tornando um pesadelo que nos perseguia desde que fomos pela primeira vez para esta competição, chamada Libertadores da América, em 2000. A charmosa competição continental interclubes.

Não conquistamos o título, que ainda é inédito. Mas esta taça esperou justamente 45 anos pelo Atlético-PR, para, enfim, ter uma final inédita entre dois clubes de um mesmo país. E tentamos em outras 02 oportunidades. Em 2000 e 2002. Na primeira vez, o time curitibano foi o melhor entre todos da competição na primeira fase, quando faltou muito pouco para vencer todos os 06 jogos. Perdeu a classificação justamente para outro Atlético, o mineiro, na Arena da baixada lotada, num pênalti cobrado por Adriano para fora do estádio. A segunda tentativa foi pior ainda. Não passamos da primeira etapa e passamos vergonha, conseguindo a façanha de deixar empatar um jogo em que o placar nos dava uma vantagem de 5 gols.

Mas, enfim, estes guerreiros de 2005 – que, convenhamos, não são melhores tecnicamente que os craques de 2000 ou 2002 – libertaram este grito preso na garganta de cada torcedor rubro negro, de estar na final desta importante competição. Passo gigantesco que nossos maiores rivais sequer pensaram um dia galgar.

Guerreiros como o melhor goleiro do Brasil, Diego. Incompreensível que o valoroso arqueiro atleticano não tenha vestido ainda a camisa laranja ou cinza destinada ao goleiro da seleção brasileira. Sem dúvida alguma, muito melhor que Marcos ou Gomes. E olhe lá se não é melhor que o Dida. Acho até que nesta sensacional final, teremos frente a frente os dois melhores arqueiros em atividade no Brasil (ou do Brasil).

Jancarlos fez esquecer (ou lembrar) Alessandro nos seus bons tempos, quando tínhamos opção de ataque pela ala direita. Se bem que Fernandinho também já havia feito isto no brasileirão de 2004.

A zaga que vai muito mal no brasileiro mostrou confiança na Libertadores com qualquer um de seus nomes. Inclusive com Cocito vestindo a camisa 4. E Marcão pela ala esquerda foi bem mais eficiente que Marím vinha sendo – apesar do gringo ser um bom valor.

Com volantes eficientes, o Atlético pode soltar mais seus armadores Fernandinho e Fabrício, que, se não brilharam em Guadalajara, contribuíram, ao longo da competição, para que o furacão chegasse até a final.

E o ataque que não funcionava, passou a desequilibrar justamente quando mais se precisou dele. Aluisio e Lima fizeram jus a velha tradição atleticana de revelar duplas de atacantes, como Washington-Assis, Oseas-Paulo Rinck, Alex Mineiro-Kleber e Washington-Dennys Marques. Isto sem falar em Dagoberto, Souza, Adriano, Kelly…

Mas, para mim, o grande diferencial daquelas grandes equipes que não conseguiram seguir em frente, mesmo sendo melhor que esta, está no banco. O “professor” Antônio Lopes é um estrategista. Um verdadeiro copeiro. Campeão mundial com o Brasil (como Diretor-técnico de Felipão) e da própria libertadores com o Vasco, mostrou que tem competência e sorte para chegar na hora certa da competição e no time certo.

Chegamos à sonhada final. Dá para ganhar? Claro que dá. A final é caseira. Brasileira. Contra um velho conhecido. O São Paulo. Um tricolor paulista duríssimo. Fortíssimo. Mas que não é imbatível. E, se não podemos jogar na Arena, pelo menos, uma situação que vem nos perseguindo é sintomática. Vamos jogar a segunda partida fora de casa. Como foi contra o Cerro, contra o Santos e contra o Chivas. Claro, como foi contra o São Caetano, em 2001. Em todos estes confrontos decididos na casa do adversário, só deu Atlético-PR.

Chegamos à final. Resta agora, a estes bravos libertadores do Atlético, libertar um certo grito, preso na nossa garganta desde o momento que fomos campeões brasileiros. O de CAMPEÃO DA TAÇA LIBERTADORES DA AMÉRICA!!



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