O time, o jogo e suas adjecências

Foi lindo! O que dizer? Extasiada, dou meus parabéns a todo Atlético: diretoria, comissão técnica, empregados, ao Bolinha (o grande bolinha) e principalmente aos jogadores (ou seriam heróis?). Especial obrigada ao Marcão e Cocito – símbolos da raça atleticana. Muito obrigada ao Diego, além de marketeiro, um grande goleiro. E muito, mas muito obrigada mesmo ao Lima e ao Antonio Lopes – provas vivas de que tudo que vem do “lado negro da força” a gente recupera e melhora. Belezinha…. só que eu vim falar das “adjacências” do jogo e do time do Atlético

Brio

Segundo o dicionário, brio é o sentimento da própria dignidade; é dignidade, hombridade. Também quer dizer valentia e galhardia. Poderia então parar por aqui, pois brio é o que o Atlético tem mostrado dia após dia e principalmente no jogo de ontem. Porém não posso parar, porque tenho de falar dos “brios” que mais me impressionaram.

Há tempos falei do quanto eu achava bizarra a permanência do Fabrício no time do Atlético. Para mim ele era o “banco do banco”. Na época me referi a ele de forma bem ofensiva, chamava-o de Fabrício-Suplício e na verdade me juntava a um coro de muitas pessoas. Isto certamente deve ter mexido com o brio do Fabrício. E silenciosamente ele mostrou que a dignidade de um homem é relatada não por palavras, mas por ações. Fabricio tem se apresentado na forma digna de um grande homem. Não faço mais julgamento de valor no que se refere ao atleta, mas vejo que ele tem brio – jogou muito no primeiro jogo contra o Chivas e se esforçou muito no jogo de ontem.

Há tempos também fiz um desabafo raivoso em razão da minha própria perplexidade ao ouvir uma pessoa a quem eu admirava, ser prepotente e arrogante com todos, bons e maus, indistintamente. Me indignei porque nada parecia importar, e de fato a Libertadores não importava na época – foram palavras daquele homem, naquela coletiva obscura que deveria ser esquecida por mim e por todos. Porém, ontem ouvi um homem com a consciência recobrada, de fato um homem de brio, no sentido de hombridade, galhardia. Já não era mais o homem amargo que vociferava barabridades e sim uma pessoa de fala mansa, que veladamente reconhecia que ninguem é uma ilha e todos precisam de todos. Estou falando do senhor Mario Celso Petraglia, que com uma inesperada humildade, pediu a todos da imprensa paranaense e aos cidadãos curitibandos que se voltassem para ajudar o Atlético a jogar em casa, em Curitiba. Se isto vai acontecer, eu espero e como sempre torço que sim, mas hoje eu não quero me preocupar com isso. Enfim, a humildade venceu a arrogância.

Os corvos sumiram ou viraram pombas de mágico. Ontem eu ouvi aquele senhor, comentarista habitual daquela rádio FM que tem a letra grande, falar que era otimista. Francamente, eu penso que ele pensa que somos todos bobos. Além de duvidar da, digamos, efetividade de seus comentários técnicos, ele foi o maior seca-pimenteira do Altético no jogo de ontem. Pé no chão é bom, claro, mas foi ridícula sua tentativa de espezinhar o Atlético com lembranças relacionados ao time do Chivas que então contava com os selecionados; que o Atlético talvez não tivesse preparo psicológico; que o Chivas tinha derrotado o Boca por quatro a zero ” e o Boca é o Boca”. Não peço uma imprensa ufanista, mas pelo amor de Deus, se não consegue ser imparcial como um jornalista, que seja honesto com suas próprias convicções. Sou capaz de admirar mais um opositor declarado do Atlético do que um mascarado, até porque em cima do muro é lugar de perdedores.

Aliás, cadê Milton Neves? Cadê os que diziam “não passa do Santos, não passa do Cerro, não passa do Chivas”?

Agora só falta o São Paulo, e a verdade é que ninguem sabe o que pode acontecer. Estou falando de realismo – nenhum time chega a final da Copa Libertadores da América sem pelo menos três méritos concretos a serem listados.

Falando em corvo: convicto mesmo é o fulano coxa-branca que trabalha perto da minha mesa. Ele diz: Eu quero que vocês sejam vice, porque vice não vale nada. Ok. Ele pode estar certo, mas trabalhamos com um probabilidade de 50% – e com esse percentual, até quem não sabe fazer conta fica animado. Vamos ver. Nem entro no mérito de lembrá-los de suas últimas conquistas similares ….. na verdade eu não lembro…. pode ser porque não existem!!!!

Superação

Esta semana foi especial para todos os atleticanos, mas muito especial para mim. Há uma coisa que eu gostaria de dividir com a nação Atleticana. Tenho um casal de gêmeos que nasceram bem prematuros. Meu filho foi várias vezes desenganados pelos médicos. Uma neurologista bem estudada e de forma fria e científica, só de olhar para ele aos cinco meses, chegou a dizer que duvidava da capacidade dele em andar, falar, aprender. Mal sabia ela o quanto aquele pequeno tinha lutado para chegar até aquele consultório. Ontem, aos 18 meses de idade, ele deu seus primeiros cinco passos, sozinho, sem apoio nenhum. No final deu um sorriso lindo e disse “mamá”. É isso aí, meu Filipe, assim como o Atllético, contrariou as evidências e provou a minha fé. Obrigada a Deus por isso.

E como já disse um dia, futebol é coisa de momento e hoje – 1º de julho de 2005 – é dia de comemorarmos nossa classificação. Vim trabalhar de vermelho e preto, e disse um simpático e feliz “Bom dia” aos seca-pimenteira e rivais…. não precisa dizer mais nada, é muito divertido!!!!