Para o bem do futebol
Ontem no final da tarde eu escrevi para o colunista Marcel que eu acho que se o São Paulo ganhar não tem graça. Eu explico:”no futebol é interessante o equilíbrio de forças”. A Hungria foi duas vice campeã mundial, em 1934 perdeu para a Itália e em 1954 para a Alemanha, a Holanda foi duas vezes vice também em 1974 e 1978 para a Alemanha e a Argentina respectivamente. A Tchecoslováquia hoje separada foi vice em 1938 contra a Itália e em 1962 contra o Brasil e por último a nossa freguesa Suécia que foi vice em 1958 perdendo para o Brasil. Sempre derrotas para potências futebolísticas.
Na Libertadores também eu acho que tem que haver um equilíbrio de forças como ocorreu no ano passado quando o favorito Boca Juniors perdeu para a surpresa Once Caldas. Não vou citar alguns times que perderam para não encher de lingüiça e que me perdoem os são-paulinos que evidentemente querem ver o São Paulo campeão da Libertadores, nada mais normal que o torcedor queira ver seu time campeão. Para quem é neutro, eu acho que deveria torcer pelo Atlético para dar um pouco de graça ao futebol. Os nossos rivais como o Coritiba e o Paraná Clube com raríssimas exceções tem pesadelos só em pensar em ver o Atlético campeão da Libertadores e jamais torcerão pelo Atlético.
Sobre o jogo de quarta-feira, o qual eu estive presente, eu avalio que o Atlético jogou bem, mas não teve sorte naquele lance do goleiro Diego com o zagueiro Durval, resultando em um gol contra. Eu estou apostando no Atlético, não pelo time que tem, mas pela raça que ele vem demonstrando. Todos sabem que decisão é raça e coração no bico da chuteira. O zagueiro uruguaio Obdulio Varella na copa de 1950 como capitão da Celeste Olímpica dizia para seus companheiros jogarem pela honra do Uruguai e pela bandeira uruguaia e estes dizeres surtiram efeito.
Eu exemplifico o Uruguai porque é o que vai se passar na quinta-feira, um time inferior tecnicamente, mas com alma gaúcha, argentina ou uruguaia com grandes possibilidades de sair campeão. O Atlético será o Uruguai de 1950, quem viver verá.