11 jul 2005 - 0h20

Dagoberto voltou, mas apenas por 14 minutos

Eram 17 minutos do segundo tempo quando Dagoberto viu o aceno do massagista Bolinha. Desde o retorno do intervalo, o atacante estava fazendo aquecimento atrás do gol do setor Buenos Aires. Quando a torcida percebeu que o atacante tirou o agasalhou e iniciou uma corrida em direção ao banco, a Kyocera Arena veio abaixo. Parecia que tudo havia sido combinado pelos mais de 16 mil atleticanos que foram à Baixada neste domingo para o jogo contra o Coritiba. Os rubro-negros se colocaram de pé, abriram largos sorrisos e se puseram a gritar "Dago, Dago, Dago, Dago, Dago, é Dagoberto", saudação que havia ficado presa no garganta da torcida atleticana nos últimos nove meses, desde a grave contusão do jovem ídolo.

Em frente ao banco de reservas do Atlético, Dagoberto ouviu as instruções do técnico Antonio Lopes e recebeu uma rápida massagem de Bolinha. Provavelmente, não conseguiu prestar muita atenção no que o comandante dizia. Sua cabeça devia estar ocupada com as lembranças do dia 17 de outubro de 2004, data em que sofreu a mais grave contusão da carreira. Ou então com recordações dos duros dias de fisioterapia em Campinas, dos momentos apreensivos da cirurgia nos Estados Unidos e da ansiedade vivida nos treinamentos dos últimos meses.

Tudo isso durou três minutos. Antes de entrar em campo, aos 20 minutos do segundo tempo do jogo contra o Coritiba, pela décima primeira rodada do Brasileirão 2005, Dagoberto ainda teve tempo para fazer um sinal de positivo para os torcedores que estavam atrás do banco e tranqüilizar a galera. Ele estava voltando. Tomou um gole d’água, molhou a cabeça e andou de um lado para o outro, tentando disfarçar o nervosismo. Aos 20, a placa subiu com o número 10 e Dagoberto recebeu um abraço e a tarja de capitão do amigo Fernandinho. Dagoberto a pisar no solo sagrado da Kyocera Arena e foi novamente aplaudido de pé pela torcida atleticana.

Seu primeiro lance no jogo demorou ainda 3 minutos e meio para acontecer. Recebeu um passe no meio-campo e sequer tocou na bola: sofreu falta do zagueiro Flávio. Mancou antes mesmo de ter podido fazer uma jogada. Aos 25, recebeu um lançamento em profundidade na ponta-direita, mas o adversário chegou antes e mandou a escanteio. Aos 31, devolveu a falta no marcador Flávio. Dois minutos depois, sofreu nova falta, desta vez não marcada. Aos 33 minutos e 20 segundos, o atacante recebeu passe no centro do campo, tentou dar um toque de calcanhar, mas errou. O lance continuou, mas os olhos dos atleticanos permaneceram no camisa 17. Dagoberto colocou a mão na parte posterior da coxa direita. Ergueu o calção, massageou o músculo e abaixou a cabeça. Mancou. Estava encerrada sua primeira participação em uma partida de futebol depois de nove meses.

Dagoberto ainda tentou permanecer em campo, mas a saída era inevitável. Quarenta segundos depois, ele foi novamente acionado no meio-campo. Livrou-se da bola dando um toque de cabeça, mas craque é craque. Recebeu a bola de volta, driblou o zagueiro e resolveu arriscar. Firmou o pé para partir em velocidade, mas não aguentou. Continuou mancando e desabou no chão. O carrinho entrou, Dago foi colocado na maca e imediatamente retirado de campo.

De acordo com a assessoria de imprensa do clube, a lesão de Dagoberto é no músculo posterior da coxa direita. Ele foi examinado ainda na Arena e, a princípio, não se trata de algo grave. De todo modo, a torcida atleticana ficará apreensiva até poder ver seu ídolo novamente em campo.



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