22 jul 2005 - 16h28

Mauro: "O Atlético deixou de ser um clube regional"

Faz pouco mais de uma semana que acabou a Copa Libertadores da América 2005, mas o impacto causado pela excelente campanha do Atlético é notável. Durante o primeiro semestre deste ano, o vice-campeão brasileiro adquiriu status internacional e foi destaque em países como Colômbia, Paraguai e México. Tornou-se o "Paranaense", respeitado por clubes históricos da América Latina e temido por adversários perigosos. Na grande decisão contra o São Paulo, em uma inédita final entre dois clubes do mesmo país, a marca do Clube Atlético Paranaene foi exibida para milhões de pessoas em todo mundo. As duas partidas da final foram transmitidas para mais de 120 países, proporcionando uma exposição importante do clube, de seus jogadores e de sua torcida. Que o Atlético deu mais um largo passo em seu projeto de crescimento é inegável. Mas quanto já foi alcançado com a excelente campanha na Libertadores? Para onde o clube direcionará suas forças a partir de agora? Procurando responder a essas perguntas, a Furacao.com conversou com o diretor de marketing do Atlético, Mauro Roberto Holzmann. Ele falou da fantástica valorização institucional do Rubro-negro e de como o clube poderá aproveitar isso através de ações de marketing. "Com o patrocínio da Kyocera já tínhamos alcançado uma valorização importante comercialmente falando, mas neste novo patamar com certeza novas negociações serão facilitadas e muito valorizadas", comentou Holzmann, destacando que o Atlético deixou de ser um clube regional e entrou definitivamente na elite do futebol brasileiro. Confira abaixo a entrevista exlcusiva de Mauro Holzmann à Furacao.com:

O clube recebeu quase R$ 3 milhões de premiação da Conmebol por ter avançado até a final da Libertadores. Claro que uma parte disso já foi gasta com todos os custos e premiações, mas como o clube pretende investir a quantia recebida?
Os aspectos financeiros não são da minha alçada, mas todo o recurso que entra no clube é utilizado para a manutenção e para fazer frente aos investimentos planejados pela diretoria em todas as áreas.

O que representou para o Atlético em termos de marketing a chegada à final da Libertadores? É possível medir a valorização da marca do clube no exterior e no Brasil?
A chegada do clube às finais significou a definitiva mudança de patamar. O Atlético deixou definitivamente de ser um clube regional e passou a fazer parte daquela elite de clubes que estão sempre disputando títulos e fazendo parte daqueles que a mídia nacional considera como grandes. A valorização da marca ainda não pode ser medida, mas com certeza foi muito grande. Com o patrocínio da Kyocera já tínhamos alcançado uma valorização importante comercialmente falando, mas neste novo patamar com certeza novas negociações serão facilitadas e muito valorizadas.

Por falar nisso, já houve uma resposta da Kyocera quanto à divulgação da marca da empresa em função da ótima campanha do Atlético na Libertadores?
As manifestações de satisfação por parte da Kyocera têm sido corriqueiras não só pela campanha na Libertadores mas pela certeza que o clube passa a eles que a escolha do Atlético foi correta em função do projeto como um todo.

Há poucos dias, o Corinthians anunciou o maior contrato de patrocínio de camisa de um clube brasileiro. A boa campanha do Atlético valorizou o espaço na camisa do clube?
A nossa negociação com a Kyocera já ocorreu em patamares muito acima daqueles que o clube vinha conseguindo. Esta negociação nos fez atingir valores extremamente superiores aqueles que o mercado paranaense estava habituado. Evidentemente que o mercado publicitário paulista ainda proporciona aos clubes de lá condições financeiras bastante vantajosas, mas o Atlético já conquistou seu lugar muito acima do que o nosso mercado regional oferta aos nossos concorrentes.

Qual avaliação que você faz do trabalho de marketing desenvolvido pelo clube em Porto Alegre para a realização do primeiro jogo da final no Beira-Rio?
O departamento de marketing do clube fez um grande trabalho em Porto Alegre. Pudemos mostrar ao povo gaúcho a estrutura administrativa que o clube possui, responsável pela verdadeira invasão atleticana a Porto Alegre, com uma forte presença na mídia e em eventos que deram ainda maior exposição ao clube naquele estado.

Comercialmente, pode-se medir o prejuízo que o clube teve por não ter podido jogar a primeira partida da final na Kyocera Arena?
O prejuízo comercial foi grande e ainda está sendo contabilizado. Mas o maior prejuízo foi institucional, pois com certeza teríamos uma exposição bastante importante jogando na Kyocera Arena. Temos é que usar este episódio para mostrar às instituições que comandam o futebol sul-americano que a modernidade não pode ficar apenas no discurso. Alijar o Atlético do direito de mandar seu jogo no melhor estádio do país demonstrou a todos que as decisões no futebol sul-americano ainda são políticas, fato que o Atlético começa a combater.

Em recente artigo publicado no Lancenet!, o jornalista Rodrigo Mattos afirma que, mesmo sendo o segundo clube brasileiro em desempenho técnico desta década, o Atlético permanece sendo um clube médio. Na opinião dele, o crescimento do clube esbarra no tamanho do Paraná e que o "próximo desafio do Atlético é tentar quebrar essa barreira para se tornar um time nacional". De acordo com Mattos, a receita para isso é uma campanha de marketing nacional. Você concorda com essa análise?
Sem dúvida nenhuma. Há algum tempo atrás estive no centro de uma discussão quando fui cobrado ao dizer que o mercado paranaense não absorve três clubes de ponta. O que eu quis dizer com isto é que de fato o nosso mercado é pequeno e se o clube não alargar suas fronteiras para o resto do país jamais crescerá da maneira que precisa para competir com os grandes clubes do centro do país. Este trabalho já está sendo feito pelo Atlético. É só comparar nossa presença na mídia nacional de hoje com o que tínhamos há dez anos atrás. O Atlético tornou-se modelo de gestão para todo o futebol brasileiro e isto é reconhecido por toda a mídia esportiva séria do Brasil.



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