15 set 2005 - 9h42

Confira a entrevista de Adauto com o atacante Lucas

Dois ex-jogadores do Atlético fazem sucesso no exterior: Adauto no Slavia Praga, da República Tcheca, e Lucas no F.C. Tokyo, do Japão. Os dois bateram um papo através do site oficial do Adauto para relembrar os tempos de Furacão e falar sobre suas carreiras.

Adauto: Lucas, para começar gostaria de lhe agradecer por vir bater este papo comigo e com os leitores do Diário. Desde que você deixou o Furacão, muita coisa aconteceu em sua vida. Faça-nos um resumo de tudo que aconteceu em sua carreira desde então.

Lucas: Eu que agradeço. O Atlético me vendeu para Rennes em junho de 2000 e de lá para cá realmente vivi muitas mudanças na minha carreira. Passei por maus momentos no Rennes, pela minha imaturidade (tinha 21 anos) e não consegui me adaptar ao esquema de jogo francês. Voltei ao Brasil com o objetivo de ressurgir para o futebol em 2002, mas infelizmente não tive sorte. No Cruzeiro estava muito mal e acabei ficando mais no banco ou às vezes nem no banco. Fui para o Corinthians realizando um sonho da família (toda corintiana), e mais uma vez a sorte não estava do meu lado. Estava muito bem e o Geninho (treinador na época) estava doido para me colocar. Antes da partida que iria entrar como titular, tive uma fratura no pé durante um coletivo, me tirando dos gramados por 3 meses. Voltei para o futebol francês e em pouco tempo recebi uma proposta ótima do Japão. Pensei muito, pois iria sumir do cenário do futebol, mas pensei também no meu futuro e arrisquei certo. Hoje estou muito feliz, jogando e fazendo gols.

Adauto: Muitas pessoas afirmam que o futebol japonês evoluiu bastante nos últimos dez anos. Dentro de campo você tem essa mesma impressão?

Lucas: Não acompanhava o futebol japonês antes, mas eles estão evoluindo. Lógico que ainda precisam aprender muito, principalmente na malandragem, e na cadência de jogo. Eles correm demais. Hoje vários jogadores japoneses estão sendo negociados para equipes da Europa. Acho que o Zico tem uma importância nesse processo de evolução.

Adauto: Seu clube, o F.C.Tokyo, ocupa a 14ª posição na J-League, porém você já fez 7 gols nesta temporada. Você está sentindo falta de outro bom jogador de área ao seu lado?

Lucas: Eles contrataram um jogador paraguaio (Santiago Salcedo) do Cerro Portenho, que estreou sábado passado inclusive fazendo um gol. Acho que ele vai me ajudar muito. Vou jogar mais livre, do jeito que eu gosto.

Adauto: Existem outros brazucas no elenco do F.C Tokyo ? Soube que o Kelly atuou com você no último ano.

Lucas: Tem o zagueiro Jean (ex-Santos e Bahia). Contrataram também um jovem jogador do Nacional do Paraná, chamado Rychely, de apenas 18 anos mas muito bom jogador. Infelizmente eu e o Kelly não conseguimos reeditar as ótimas apresentações dos tempos de Atlético, mas estou feliz, pois ele está arrebentando no Cruzeiro agora.

Adauto: Em 2004 vocês conquistaram o título da Nabisco Cup, e de quebra você foi o vice-artilheiro com 6 gols em 7 partidas. Por que o time não consegue repetir as boas atuações da última temporada?

Lucas: Nossa equipe é muito jovem, tem a média de idade de 23 anos e infelizmente oscila muito dentro do campeonato. E esse ano a J-League mudou sua forma de disputa. Agora são pontos corridos, e a equipe tem que manter uma boa regularidade. Estamos pecando exatamente nesse quesito. Mas acho que nos recuperaremos até o final.

Adauto: O próximo compromisso é fora de casa, contra o Jubilo Iwata, atual 5º colocado. É um bom jogo para começar a reação. O que o elenco deve fazer para reencontrar o caminho das vitórias?

Lucas: Temos que vencer. É um jogo difícil, contra uma das melhores equipes do Japão, e seria ótimo vencer para dar moral e termos uma seqüência de vitórias.

Adauto: Apesar dos bons salários, sei que a vida aí é muito cara. Você acha que a experiência vale a pena para todos os jogadores ou ainda existe a ilusão de poder ficar rico?

Lucas: Adauto depende muito. Eu moro na cidade mais cara do mundo (Tokyo), porém o salário compensa. O jogador tem que saber administrar o que ganha, assim ele consegue viver em qualquer lugar do mundo. É só segurar que compensa. Principalmente se você for comparar com salários do Brasil, mas é lógico que se você for comprar tudo, vai acabar não guardando nada.

Adauto: Conte-nos um pouco sobre sua vida em Tokyo. Quando está com tempo livre, o que você costuma fazer? Você convive com outros brasileiros?

Lucas: Tokyo é uma cidade muito bonita e muito movimentada. Quando estou de folga, eu e minha esposa procuramos os pontos turísticos para podermos apreciar. Gostamos muito também dos restaurantes, vamos muito a restaurantes brasileiros e mexicanos, mas também não deixamos de lado o bom sushi e sashimi. De vez em quando, para lembrar do Brasil, fazemos um bom churrasquinho. O Dutra (ex-Santos e Coritiba), é o jogador que mais se encontra com a gente, e que participa dos churrascos. Mas sempre encontramos com os jogadores nos restaurantes brasileiros.

Adauto: Qual sua relação com a torcida do F.C.Tokyo ? Para quem estava acostumado com o torcedor fanático do Furacão, deve ser bem diferente.

Lucas: A torcida brasileira é bem mais fanática, principalmente a do Atlético, na qual tive uma identificação muito grande. Mas eles apóiam bastante aqui também. Tem muito respeito com a gente. Dificilmente vaiam e sempre estão aplaudindo. Tem até musica especial para cada jogador.

Adauto: Você tem interesse em continuar no futebol japonês ou já pensa em voltar ao Brasil ? Quais são seus planos para o futuro?

Lucas: Tenho contrato com o F.C Tokyo até o fim de 2006 e ainda não estou pensando em voltar para o Brasil. Queria voltar para o Brasil com 30 anos, ou seja, daqui a 4 anos. Mas não estou fazendo planos. Agora só estou pensando no meu primeiro filho que vai chegar em dezembro, ainda não sei se é menino ou menina, mas só estou pensando nisso. Minha esposa também gosta daqui por isso ainda não penso em voltar.

Adauto: Conte-nos o momento mais feliz e o mais triste que enfrentou no mundo do futebol.

Lucas: O momento mais triste foi a minha fratura no pé. Depois disso vi que nenhuma derrota, nenhum titulo perdido, nenhum penalty perdido, é pior que uma grave lesão. O momento mais feliz foi a convocação para a seleção Pré-Olímpica em 2000, campanha na qual fui campeão, o que me deu a oportunidade de participar dos Jogos Olímpicos em Sidney, no mesmo ano.

Adauto: Para finalizar, sempre que entrevistamos um craque do futebol, ele nos presenteia com uma camisa para ser sorteada em meu site oficial. Podemos contar com a sua do F.C Tokyo?

Lucas: Com certeza você pode contar com minha camisa. Vou enviar o mais rápido possível. Mais uma vez obrigado, e muita sorte para você.

Fonte: www.adautogol.com



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