15 out 2005 - 1h03

Luiz Zveiter se afasta do STJD

O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Luiz Zveiter, pediu licença do cargo no final da tarde desta sexta-feira. O desembarcador Nelson Tomas Braga vai assumir, de forma interina, a presidência do Tribunal.

A saída de Zveiter é vista como uma estratégia para tentar acabar com a confusão que se instalou no Campeonato Brasileiro. O presidente do STJD também quer se poupar das críticas que vem recebendo por ter anulado os 11 jogos apitados por Edilson Pereira de Carvalho, acusado de manipular resultados da Série A da competição. Principalmente porque elas aumentaram após as confusões nos jogos remarcados pelo Tribunal. Vasco x Figueirense, Juventude x Fluminense e Santos x Corinthians tiveram sérios erros de arbitragem, gerando revolta nos clubes.

Zveiter está enfrentando um processo administrativo no Conselho Nacional de Justiça, órgão do Poder Judiciário, por acumular a função de presidente do STJD e de desembargador do Tribunal de Justiça do Rio. Segundo a Constituição, a única função que um magistrado pode exercer além de julgar é a de professor.

Além disso, o Ministério Público Federal abriu inquerito para investigar a posição do STJD de anular os 11 jogos do Brasileiro apitados por Edilson Pereira de Carvalho. O MPF desconfia que a decisão do STJD não respeitaria o Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Por fim, nesta sexta-feira, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) fez duras críticas a Zveiter, o responsabilizando pelo quadro de confusão e violência no futebol brasileiro.

Tribunal mantém anulação de 11 jogos

Em entrevista ao programa "Tá na Área", do SporTV, o novo presidente em exercício do STJD, Nélson Tomáz Braga, garantiu que o Campeonato Brasileiro vai continuar normalmente. O pedido de licença de Luiz Zveiter, presidente do STJD, não significa uma reviravolta na decisão de anular os 11 jogos da Série A apitados por Edilson Pereira de Carvalho, acusado de manipular resultados de partidas de futebol.

"Foi a decisão que se tomou (anular os 11 jogos apitados por Edilson Pereira de Carvalho) e vamos mantê-la. Decisão não se discute, se cumpre. O STJD é a última instância. Vamos em frente. O Campeonato Brasileiro vai continuar. Temos novos jogos programados e a decisão tem de ser respeitada. Nossa função é tentar amenizar e preservar o futebol brasileiro", disse Braga.



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