Apostador acusa Heber Roberto Lopes de estar no esquema

O empresário Nagib Fayad, conhecido como Gibão, acusado de ser um dos mentores do esquema de manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro, afirmou, nesta quarta-feira, em depoimento na CPI dos Bingos, em Brasília, que a partida entre Botafogo e Juventude, no dia 11 de junho, pode ter sido "contaminada " pelo árbitro paranaense Heber Roberto Lopes.

Na ocasião, o time carioca aproveitou o mando de campo e venceu por 3 a 2, após estar perdendo por 2 a 0. O Botafogo teve dois pênaltis assinalados a seu favor na partida. No primeiro, Alex Alves converteu, mas Heber mandou que a cobrança fosse repetida. Em seguida, o atacante do Botafogo voltou a converter, empatando o jogo por 2 a 2. Depois, o árbitro marcou outro pênalti a favor do time alvinegro e Alex Alves voltou a marcar.

Segundo Fayad, o então árbitro Edilson Pereira de Carvalho, outro envolvido no esquema, o procurou antes do jogo Botafogo x Juventude. Edilson teria afirmado que ele não seria o árbitro da partida, mas que a vitória do time do Rio seria certa.

"O Edilson me ligou e disse o seguinte: ‘No jogo Botafogo x Juventude, aposte no mandante por que o juiz vai protegê-lo. Ele (Heber) costuma fazer isso quando apita jogos no Rio", afirmou Nagib Fayad, no depoimento.

Após o depoimento, porém, ele mudou a versão apresentada na CPI.

"O que eu quis dizer é que o Edilson me ligou e disse que os juízes costumavam favorecer os times do Rio quando eles jogavam em casa", disse o empresário.

Fayad fez questão de destacar que não apostou na partida entre Botafogo e Juventude.

O relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse que esse depoimento não contribuiu muito para a CPI, pois Fayad disse nunca ter jogado em bingos, com atuação restrita a internet e cassinos.

"Vamos verificar os documentos referentes ao sigilo telefônico e bancário para retirar definitivamente qualquer possibilidade de envolvimento da máfia dos bingos na máfia do apito", disse.