31 out 2005 - 19h54

Caetano fala sobre a cirurgia e sua recuperação

O atacante Caetano foi muito importante para pelo menos duas vitórias do Atlético neste Campeonato Brasileiro. Foi ele o autor dos gols das vitórias contra o Atlético Mineiro e contra o Fluminense, ambas no primeiro turno. Depois, chegou a receber algumas oportunidades e foi titular nos jogos contra o Juventude e Santos, sem no entanto ter repetido as mesmas boas atuações. O que poucos sabem, porém, é que Caetano lutava contra uma lesão no púbis há vários meses. As dores o incomodaram tanto a ponto de precisar tomar medicamentos para poder treinar e jogar.

Há cerca de um mês, o atacante não suportou mais as dores e resolveu dar um ponto final na história. Após uma avaliação por uma junta médica, decidiu-se que a melhor opção era tratar da pubalgia através de uma cirurgia. No dia 21 de outubro, Caetano foi operado pelo renomado médico Joaquim Grava, que já passou pela Seleção Brasileira e hoje é consultor do Corinthians. Recuperando-se em São Paulo, o atleta conversou com a Furacao.com e nos concedeu a seguinte entrevista exclusiva:

Você disputou o Mundial Sub-17 em 2001 pela Seleção Brasileira e recebeu a chuteira de bronze como terceiro melhor artilheiro da competição. Além disso, teve destaque nos juniores do São Paulo. O que você acha que está faltando para você conquistar no profissional o mesmo destaque que você teve na época de júnior e juvenil?
Acho que falta uma seqüência de jogos no profissional. Tive muitos problemas e muitas contusões que acabaram me atrapalhando. Mas são coisas do futebol. Eu estou tranqüilo porque sei que vou brilhar muito ainda.

No Atlético você já jogou como atacante, como meia-armador e até como meio-campista mais recuado. Em que função você acha que rende mais?
Minha verdadeira posição é a ponta-de-lança. Gosto de jogar como aquele terceiro atacante vindo de trás. Mas jogo também como atacante. Só não consigo me adaptar bem é como meia mesmo, mais recuado.

Contra o Atlético Mineiro e o Fluminense, no primeiro turno, você marcou gols decisivos para as vitórias do Atlético, mas acabou não tendo uma seqüência de jogos. O que aconteceu?
Acho que a contusão foi o principal motivo. Eu estava jogando bem e vinha tendo uma seqüência de jogos. Depois, não consegui mais manter o mesmo ritmo até porque a lesão ainda não havia sarado.

Como você sofreu essa lesão no púbis?
Essa lesão começou exatamente um mês depoi que eu cheguei ao Atlético. Como todo problema de púbis, começa com uma dor muito fraca, que não atrapalha muito. Com o passar do tempo, a dor vai piorando sem você perceber. Eu só fui ver que o negócio era sério mesmo depois do jogo contra o Paraná, no Pinheirão. Choveu muito naquele dia e o campo estava pesado. Depois disso, nunca mais melhorou e a dor só aumentou.

Você chegou a jogar alguma partida mesmo sentindo dores?
Depois do jogo contra o Paraná, eu fiquei uma semana parado e voltei contra o São Paulo. Depois, joguei mais quatro jogos ainda, todos com muita dor. Eu só conseguia entrar em campo depois de tomar injeção de Voltaren (Nota: antiinflamatório e analgésico). Se não fosse isso, não dava nem para aquecer. Acho que isso influenciou no meu rendimento, mas esse motivo não serve de desculpa para mim. Eu sei que posso render mais.

Quando você percebeu que teria de ser operado para solucionar o problema?
Na verdade, os médicos do Atlético pensavam em um tratamento mais conservador, sem cirurgia. Mas eu conversei com o presidente Mario Celso Petraglia (Nota: presidente do Conselho Deliberativo) e transmiti minha preocupação. Depois, eu fui para São Paulo e me consultei com o Dr. Joaquim Grava (Nota: ex-médico do Corinthians e da Seleção Brasileira), que disse que era caso de cirurgia. O Dr. Grava conversou com os médicos do Atlético e decidimos fazer a cirurgia. Foi tudo muito conversado e estudado e um médico do Atlético acompanhou a operação.

É possível prever em quanto tempo você estará apto para voltar a jogar?
A cirurgia foi há dez dias e foi ótima, está tudo bem comigo. Eles calculam que em 30 dias eu já possa voltar a correr e em 45 dias eu seja liberado para jogar.

Você fará sua recuperação em São Paulo ou em Curitiba?
A recuperação será dividida em duas partes. Ficarei os primeiros 20 dias em São Paulo me recuperando na clínica do Dr. Joaquim Grava. Após isso, farei o restante da recuperação no Atlético, quando já estarei liberado para fazer exercícios mais fortes, como bicicleta e esteira.

Você tem contrato com o Atlético até abril de 2007. O que você planeja para o futuro: permanecer no Atlético ou tentr uma transferência para outro clube?
Meu planejamento é jogar na Europa, mas antes quero marcar uma história aqui no Atlético. Sei que tenho potencial para chegar muito longe e não quero sair daqui para ficar esquecido em qualquer time da Europa. Eu ainda tenho muito para mostrar à torcida atleticana.

Você jogou em clubes que são considerados hoje os de melhor estrutura do país: Atlético, Cruzeiro e São Paulo. O que você tem a dizer sobre as condições de trabalho oferecidas por essas agremiações?
Todos esses clubes estão no mesmo nível, de padrão internacional. Eles dão toda a estrutura que um jogador precisa para trabalhar, em todas as áreas do futebol e é tudo muito bem organizado e moderno. Acho que o diferencial do Atlético é o estádio. Isso não tem comparação com nenhum time. Pelo potencial que tem, o Atlético só tende a crescer e acho que não tem limites. O time pode chegar talvez a melhor do Brasil e do mundo.



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