Análise de Atlético 4 x 0 Palmeiras, por Fabio Kaiut
Análise do jogo Atlético 4 x 0 Palmeiras
por Fabio Kaiut NunesUm jogo para se manter as esperanças. Essa pode ser a melhor definição da partida de hoje, Atlético 4×0 Palmeiras.
A esperança de se ver um time jogando bonito no ataque. A esperança de se ter uma defesa sólida que não dê espaços ao ataque adversário. A esperança de ver recuperado o contra-ataque demolidor que sempre foi característica atleticana.
Graças à performance de Dagoberto, jogando mais recuado no meio-campo, com Lima mais avançado ao lado de Finazzi, o Atlético não sentiu (tanta) falta de Evandro, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, na partida contra o Vasco.
O time começou pressionando, com o apoio da massa rubro-negra de quase 20 mil pessoas presente à Arena. Assim é que, aos 7 minutos, depois de uma triangulação entre Dagoberto, Jancarlos e Lima, este venceu ao zagueiro e finalizou para as redes de Marcos: 1×0.
Com o gol, o Atlético arrefeceu a pressão e deu espaço ao Palmeiras, que chegava perigosamente à área atleticana, especialmente com Marcinho. Entretanto, mesmo com bastante posse de bola e um bom número de finalizações, o alviverde paulista não conseguiu nenhuma chance de gol mais contundente. Levava perigo, entretanto, nos escanteios, em que finalizou 3 cabeçadas em 3 escanteios consecutivos.
Entretanto, aos 19 minutos, com um excelente lançamento de Finazzi a partir da intermediária, de costas, para entrada em diagonal de Lima, veio mais um gol rubro negro: 2×0.
No restante do primeiro tempo, muito embora o Palmeiras pressionasse, não houve chances mais contundentes, de qualquer das partes. Dagoberto ainda cobrou uma falta na trave e, ao final dessa etapa, sentiu dores musculares e foi substituído por Denis Marques; o pibe atleticano é dúvida para a partida contra o Goiás, próximo domingo.
No segundo tempo, com Lima mais recuado mas sem grande poder de marcação, o Atlético cedeu terreno ao Palmeiras e este dominou a etapa completamente. De toda forma, com Evaristo de Macedo tendo melhorado o posicionamento defensivo, o Palmeiras levou perigo apenas em duas cobranças de falta e permitiu diversos contra-ataques ao Atlético.
Na maioria deles, gols perdidos pelo rubro-negro, além da "Lavanderia São Marcos" batendo roupa seguidamente. Entretanto, aos 21 minutos, Denis Marques dominou uma bola, chutou-a em gol e, com um leve desvio em Gamarra (atacante também tem que ter sorte), venceu ao goleiro: 3×0.
Ferreira ainda perdeu uma chance incrível de marcar o gol mais belo da rodada, ao driblar um zagueiro e colocar uma bola na forquilha direita de Marcos. Entretanto, aos 42, após mais uma batida de roupa do goleiro alviverde, Finazzi foi oportunista e decretou o placar final: 4×0.
A defesa atleticana, principalmente no segundo tempo, foi impecável. Paulo André, em especial, foi absoluto. Os volantes Alan Bahia e Cristian estiveram muito bem na marcação e cobertura. Cristian, entretanto, precisa ouvir urgentemente de alguém mais velho: VOCÊ NÃO É O ZIDANE. O volante atleticano, mesmo estando muito bem defensivamente, ao tentar sair com a bola atrapalhava os atacantes, lançava mal, errava passes, chutava equivocadamente em gol. Para não ser injusto, o quarto gol saiu de um chute seu: a exceção que confirmou a regra.
O meio campo atleticano, enquanto tinha Dagoberto, esteve muito bem na marcação, inclusive com diversas roubadas de bola, além de municiar o ataque com precisão. Sem o garoto de ouro, entretanto, Lima ficou disperso, sem marcar nem se apresentar ao ataque (tanto que foi substituído aos 35 do segundo tempo, por Juliano).
O ataque foi a jóia da coroa da partida, tanto com os atacantes como com os meia armadores. Ferreira só não foi o melhor da partida apenas por não ter tido a sorte de marcar o golaço que seria a bola batida na trave; Lima, enquanto atacante, esteve muito bem, marcando dois gols – no meio campo, entretanto, não foi de muito auxílio para o time como um todo.
Finazzi mostrou a sua qualidade, com o quarto gol e o lançamento para o segundo, mas desperdiçou muitas chances de finalização. Dagoberto foi o craque do time, como sempre, com toques de primeira e lançamentos precisos. (Detalhe: em 5 partidas na Arena, desde sua volta, 5 bolas na trave. O guri precisa marcar na Arena, urgentemente!!)
Denis Marques, por sua vez, demonstrou que está sem ritmo de jogo, fazendo muitas faltas, mas demonstrou garra, voltou para ajudar a marcação e foi premiado com o terceiro gol. Desnecessária, entretanto (para dizer o mínimo), o chute na bandeira de escanteio na "comemoração" do seu gol. Para sua sorte, o árbitro Wagner Tardelli foi leniente e não lhe puniu pelo ato impensado.
Para servir de alento: o Atlético, vencendo a Goiás e Cruzeiro nas duas próximas rodadas, provavelmente consiga ultrapassar Santos, Paraná Clube, Cruzeiro e Palmeiras.
Ainda, a vitória sobre o Goiás colocará o Atlético a 7 pontos de diferença dessa equipe, atual 4o colocada no Campeonato Brasileiro (última vaga para a Taça Libertadores da América). O Atlético terá, então, quatro rodadas para eliminar essa diferença, considerando que ao Goiás restarão jogos contra São Paulo, Juventude, Flamengo e Corinthians.
Fazendo sua parte, ao vencer os seus jogos nessas últimas rodadas e, tendo um pouco de sorte com eventuais revezes do Goiás, a vaga para a Libertadores ainda pode ser alcançada. Não é momento de desânimo nem de se contentar com uma mera vaga para a Copa Sulamericana, ainda que esta tenha o seu valor. É hora de todos os 30 jogadores do elenco principal derramarem sangue em campo e provarem o amor pela camisa rubro-negra, buscando essa última vaga para a Taça Libertadores de América. Seria um excelente presente de Natal para a torcida atleticana, coroando um ano desde já inesquecível.
Fabio Kaiut Nunes é advogado e colaborador da Furacao.com.
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