Todos conhecemos e já vivemos estes dois sentimentos. Eles são semelhantes, porém com intensidade completamente diferentes. O amor é mais sereno e calmo enquanto a paixão é louca e desenfreada.

No dia de ontem, após o resultado da eleição deles, a distinção entre os dois sentimentos me veio à cabeça com uma clareza muito grande.

Ninguém duvida de que eles amam seu clube, porém ficou claro que não são apaixonados. Em nenhum momento se viu a torcida protestar pelo fato de estarem à beira do rebaixamento, o time perdeu oito partidas seguidas e nada. Não foram ao aeroporto pressionar os jogadores. Não pressionaram a comissão técnica e nem a diretoria. Ocorreu um conformismo tão grande que em vez de protestos o que se viu foi uma melancólica choradeira, própria de quem não tem sangue apaixonado correndo nas veias.

Não bastasse isso, para nossa felicidade, eles reelegem um presidente que além de destemperado e desequilibrado, é totalmente despreparado para o cargo. E mais uma vez, a torcida se omite. É inacreditável.

Seria inimaginável para os atleticanos manter no cargo um presidente e uma diretoria que tivessem levado à equipe ao rebaixamento. A massa Rubro-Negra jamais aceitaria essa situação.

Diferentemente deles, a torcida rubro-negra já deu diversas demonstrações de verdadeira paixão pelo clube. Mobilizou políticos e pessoas influentes, e foi à CBF pressionar o Tribunal no caso “Ives Mendes”. Acompanhou diariamente as obras de construção do mais moderno estádio da América Latina. Não se curvou a algumas arbitrariedades da Diretoria, que acabou voltando atrás em suas posições, como nos casos dos ingressos e da bateria. Não se conformou com a ´canetada´ da Conmebol em tirar a final da Libertadores da Arena e ajudou com os próprios braços a derrubar o muro do colégio. E muitas outras que agora não consigo lembrar.

A verdade é que eles podem cantar “…… eu te amo”, mas nunca serão capazes de demonstrar um sentimento que não possuem, a paixão.