Coração Valente exclusivo!
Washington escreveu o nome na história do futebol. Com 34 gols marcados em 2004, ele é o maior artilheiro de uma única edição do Campeonato Brasileiro. Romário, artilheiro neste ano, marcou apenas 22 vezes. E Washington sofreu um bocado antes de vestir a camisa do Atlético. Por causa de um problema no coração, o craque teve que se afastar dos gramados e fazer um tratamento intensivo para poder voltar a jogar. O resultado deu certo e tempos depois ele começou a orgulhar a massa atleticana. Gols de cabeça, de pênalti, de dentro ou fora da área. Gols bonitos, outros simples. Gols! Para Washington não importava a maneira que a bola vinha. O alvo era sempre as redes adversárias.
Um ano depois de ser negociado com o Japão, Washington conversou com exclusividade ao site Furacao.com. Durante o bate-papo o artilheiro demonstrou muito carinho com a torcida atleticana e revelou que deseja voltar a atuar no rubro-negro muito em breve: "Quem sabe quando o estádio estiver finalizado eu esteja jogando aqui de volta", garantiu o matador. Só que antes de vir jogar em Curitiba novamente, Washington deve cumprir mais uma temporada no outro lado do mundo. De acordo com o empresário Gilmar Rinaldi, o atacante assinou contrato de dois anos com o Urawa Red Diamonds (terceiro colocado na J-League deste ano) e vai se apresentar em 1º de janeiro. Em 2005, Washington atuou pelo Verdy Tokio, que acabou sendo rebaixado para a segunda divisão.
Sempre ligado na Furacao.com, Washington também disse que acompanhou a temporada do Atlético na Libertadores e garantiu que ainda perde o sono pela tragédia de Erechim. Confira a entrevista e mate saudades do nosso eterno camisa 9.
Como foi a sua experiência no futebol japonês? Apesar de ter sido vice-artilheiro do campeonato o seu time foi rebaixado. Como era o time e o modo de jogar?
É um prazer estar falando com vocês. Eu acompanho o Atlético lá de longe através da Furacao.com. Sei que vocês são o site mais completo, com mais notícias, então eu estou sempre ligado. No Japão foi uma experiência muito boa que eu tive por lá. Foi um ano maravilhoso, consegui manter a mesma média de gols que eu tinha aqui no Brasil. Infelizmente o time teve essa baixa por não conseguir manter o bom futebol. Mesmo assim consegui despertar o interesse de algumas equipes para que eu permaneça no Japão.
Você falou dias atrás que o time teve problemas de contusões e suspensões. Para nós que não conhecemos muito o futebol japonês, a sua equipe tem uma grande estrutura, é uma das grandes equipes de lá?
O Verdy Tokio é um dos clubes mais tradicionais do Japão. Só que eles não fizeram um planejamento correto. Depois o Vadão e o Gil chegaram na metade do ano. Mas a gente tinha muito jogador de meio-campo e pouco para a defesa. Nem os dois laterais reservas a gente tinha. Várias partidas a gente jogou apenas com um único zagueiro, o resto dos jogadores tinha que improvisar. O time não conseguiu sair do sufoco e isso acabou pesando muito.
Você foi para o Japão sozinho ou com a sua família?
Eu fui com a família (minha mulher e minha filha). Elas gostaram bastante de lá. É uma vida boa, tranqüila. Eles dão muita ênfase ao sistema, são totalmente sistemáticos e dão muita atenção. É claro que é um choque cultural, uma vida diferente que a gente leva daqui, mas a minha adaptação foi muito rápida.
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O seu contrato já encerrou com o Verdy Tókio?
Já. Eu tinha o contrato até o fim do ano e, infelizmente, por causa dessa queda não vamos prorrogar o contrato. Eles vão fazer um time mais modesto para tentar subir e como na segunda divisão os patrocínios são menores, teve esse problema. Aliado a tudo isso eu recebi propostas de dois times da primeira divisão de lá, por isso não renovei o contrato com o Verdy. Eu posso dizer que também recebi três propostas de clubes brasileiros. Hoje eu decido o que é melhor, já que eu sou o dono do meu passe.
Qual o seu planejamento para este fim de ano?
Eu estou de férias e vou passar as festas em Brasília. Quem sabe até a semana que vem eu possa já ter definido o meu destino.
Você não se desligou totalmente de Curitiba. Até por causa daquele problema no coração você sempre vem para cá. A cidade traz boas recordações?
Eu sempre venho a Curitiba. É claro que o problema médico que eu tive faz com que as avaliações com o Dr. Costantino Constantini sejam freqüentes. Esses exames me dão tranqüilidade para continuar os campeonatos. Mas não é só por causa disso. Eu tenho uma história muito bonita com a cidade, já que foi no Atlético que eu passei os melhores momentos da minha carreira e é sempre muito bom relembrar isso.
Você já tem os resultados desses exames que você veio fazer aqui em Curitiba?
Tenho sim! O Dr. disse que está tudo certo e sem nenhum problema. Posso continuar jogando tranqüilamente.
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Você falou que acompanhou o ano do Atlético lá do Japão. Como você avalia o resultado da Libertadores, já que o Brasileiro ficou em segundo plano?
Eu acompanhei o Atlético porque eu torço muito pelo Atlético. Eu tenho esse time no meu coração. Eu já falei mas não custa repetir: foi aqui que eu tive o melhor momento da minha carreira como profissional. A campanha da Libertadores foi fantástica. Eu já sabia que ia passar a final na televisão, dei um "miguezinho" no treino lá em Tóquio e só fiz tratamento com gelo para assistir a partida (risos). Mesmo com o vice-campeonato o clube está de parabéns. Mas eu acho que se tivesse mantido um pouco a base do ano passado, teria conquistado a Libertadores, e não o segundo lugar.
Você recebeu alguma proposta do Atlético para renovar o contrato no ano passado?
Não. Até mesmo porque a proposta que eu recebi do Verdy foi em setembro, outubro foi irrecusável. O Atlético usa um teto salarial e no momento eu sabia que seria muito difícil de continuar por aqui. As chances de voltar agora ao clube são bem remotas, mas eu digo que eu voltarei a jogar aqui! Quem sabe quando o estádio estiver pronto eu possa estar de volta. Eu fiz muitos amigos no clube e sempre estou em contato com eles.
Passado um ano da fatídica partida em Erechim, ainda existe o gosto amargo pela perda do título de bicampeão brasileiro?
Já faz um ano e eu vou confessar para vocês: tem muitas noites que eu não durmo por causa de 2005. Se eu pensar nos jogos, eu não consigo dormir. Foi uma tristeza muito grande. É claro que a partida fatídica foi contra o Grêmio, mas depois contra o Vasco a gente ainda tinha chances se nós ganhássemos aquele jogo. O nosso time foi o melhor do campeonato, mostramos um belíssimo futebol. Foi muito triste!
Os jogadores ficaram sabendo de algum desentendimento da diretoria com a comissão técnica, mais especificamente o técnico Levir Culpi?
Se houve a gente não teve conhecimento. Eu fiquei sabendo através de vocês. Mas não houve qualquer alteração de ambiente do técnico ou dos dirigentes com os jogadores.
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FRASES
"A torcida do Atlético continua no meu coração. Eu agradeço sempre o apoio que eles me deram aqui, desde a primeira partida contra o Paraná até o último jogo contra o Botafogo."
"Eu fiz jogos emocionantes aqui na Baixada. O meu primeiro gol com a camisa do Atlético, o gol da vida, a partida contra o Flamengo, São Caetano… foi realmente um campeonato de gala!"
"Eu tentei o máximo possível para conquistar títulos, saí de cabeça erguida e tenho certeza que um dia eu vou voltar para dar mais alegrias."