16 dez 2005 - 0h55

Coração Valente exclusivo!

Washington escreveu o nome na história do futebol. Com 34 gols marcados em 2004, ele é o maior artilheiro de uma única edição do Campeonato Brasileiro. Romário, artilheiro neste ano, marcou apenas 22 vezes. E Washington sofreu um bocado antes de vestir a camisa do Atlético. Por causa de um problema no coração, o craque teve que se afastar dos gramados e fazer um tratamento intensivo para poder voltar a jogar. O resultado deu certo e tempos depois ele começou a orgulhar a massa atleticana. Gols de cabeça, de pênalti, de dentro ou fora da área. Gols bonitos, outros simples. Gols! Para Washington não importava a maneira que a bola vinha. O alvo era sempre as redes adversárias.

Um ano depois de ser negociado com o Japão, Washington conversou com exclusividade ao site Furacao.com. Durante o bate-papo o artilheiro demonstrou muito carinho com a torcida atleticana e revelou que deseja voltar a atuar no rubro-negro muito em breve: "Quem sabe quando o estádio estiver finalizado eu esteja jogando aqui de volta", garantiu o matador. Só que antes de vir jogar em Curitiba novamente, Washington deve cumprir mais uma temporada no outro lado do mundo. De acordo com o empresário Gilmar Rinaldi, o atacante assinou contrato de dois anos com o Urawa Red Diamonds (terceiro colocado na J-League deste ano) e vai se apresentar em 1º de janeiro. Em 2005, Washington atuou pelo Verdy Tokio, que acabou sendo rebaixado para a segunda divisão.

Sempre ligado na Furacao.com, Washington também disse que acompanhou a temporada do Atlético na Libertadores e garantiu que ainda perde o sono pela tragédia de Erechim. Confira a entrevista e mate saudades do nosso eterno camisa 9.

Como foi a sua experiência no futebol japonês? Apesar de ter sido vice-artilheiro do campeonato o seu time foi rebaixado. Como era o time e o modo de jogar?
É um prazer estar falando com vocês. Eu acompanho o Atlético lá de longe através da Furacao.com. Sei que vocês são o site mais completo, com mais notícias, então eu estou sempre ligado. No Japão foi uma experiência muito boa que eu tive por lá. Foi um ano maravilhoso, consegui manter a mesma média de gols que eu tinha aqui no Brasil. Infelizmente o time teve essa baixa por não conseguir manter o bom futebol. Mesmo assim consegui despertar o interesse de algumas equipes para que eu permaneça no Japão.

Você falou dias atrás que o time teve problemas de contusões e suspensões. Para nós que não conhecemos muito o futebol japonês, a sua equipe tem uma grande estrutura, é uma das grandes equipes de lá?
O Verdy Tokio é um dos clubes mais tradicionais do Japão. Só que eles não fizeram um planejamento correto. Depois o Vadão e o Gil chegaram na metade do ano. Mas a gente tinha muito jogador de meio-campo e pouco para a defesa. Nem os dois laterais reservas a gente tinha. Várias partidas a gente jogou apenas com um único zagueiro, o resto dos jogadores tinha que improvisar. O time não conseguiu sair do sufoco e isso acabou pesando muito.

Você foi para o Japão sozinho ou com a sua família?
Eu fui com a família (minha mulher e minha filha). Elas gostaram bastante de lá. É uma vida boa, tranqüila. Eles dão muita ênfase ao sistema, são totalmente sistemáticos e dão muita atenção. É claro que é um choque cultural, uma vida diferente que a gente leva daqui, mas a minha adaptação foi muito rápida.

"É um choque cultural, uma vida diferente que a
gente leva daqui"

O seu contrato já encerrou com o Verdy Tókio?
Já. Eu tinha o contrato até o fim do ano e, infelizmente, por causa dessa queda não vamos prorrogar o contrato. Eles vão fazer um time mais modesto para tentar subir e como na segunda divisão os patrocínios são menores, teve esse problema. Aliado a tudo isso eu recebi propostas de dois times da primeira divisão de lá, por isso não renovei o contrato com o Verdy. Eu posso dizer que também recebi três propostas de clubes brasileiros. Hoje eu decido o que é melhor, já que eu sou o dono do meu passe.

Qual o seu planejamento para este fim de ano?
Eu estou de férias e vou passar as festas em Brasília. Quem sabe até a semana que vem eu possa já ter definido o meu destino.

Você não se desligou totalmente de Curitiba. Até por causa daquele problema no coração você sempre vem para cá. A cidade traz boas recordações?
Eu sempre venho a Curitiba. É claro que o problema médico que eu tive faz com que as avaliações com o Dr. Costantino Constantini sejam freqüentes. Esses exames me dão tranqüilidade para continuar os campeonatos. Mas não é só por causa disso. Eu tenho uma história muito bonita com a cidade, já que foi no Atlético que eu passei os melhores momentos da minha carreira e é sempre muito bom relembrar isso.

Você já tem os resultados desses exames que você veio fazer aqui em Curitiba?
Tenho sim! O Dr. disse que está tudo certo e sem nenhum problema. Posso continuar jogando tranqüilamente.

"Foi no Atlético que eu passei os melhores
momentos da minha carreira"

Você falou que acompanhou o ano do Atlético lá do Japão. Como você avalia o resultado da Libertadores, já que o Brasileiro ficou em segundo plano?
Eu acompanhei o Atlético porque eu torço muito pelo Atlético. Eu tenho esse time no meu coração. Eu já falei mas não custa repetir: foi aqui que eu tive o melhor momento da minha carreira como profissional. A campanha da Libertadores foi fantástica. Eu já sabia que ia passar a final na televisão, dei um "miguezinho" no treino lá em Tóquio e só fiz tratamento com gelo para assistir a partida (risos). Mesmo com o vice-campeonato o clube está de parabéns. Mas eu acho que se tivesse mantido um pouco a base do ano passado, teria conquistado a Libertadores, e não o segundo lugar.

Você recebeu alguma proposta do Atlético para renovar o contrato no ano passado?
Não. Até mesmo porque a proposta que eu recebi do Verdy foi em setembro, outubro foi irrecusável. O Atlético usa um teto salarial e no momento eu sabia que seria muito difícil de continuar por aqui. As chances de voltar agora ao clube são bem remotas, mas eu digo que eu voltarei a jogar aqui! Quem sabe quando o estádio estiver pronto eu possa estar de volta. Eu fiz muitos amigos no clube e sempre estou em contato com eles.

Passado um ano da fatídica partida em Erechim, ainda existe o gosto amargo pela perda do título de bicampeão brasileiro?
Já faz um ano e eu vou confessar para vocês: tem muitas noites que eu não durmo por causa de 2005. Se eu pensar nos jogos, eu não consigo dormir. Foi uma tristeza muito grande. É claro que a partida fatídica foi contra o Grêmio, mas depois contra o Vasco a gente ainda tinha chances se nós ganhássemos aquele jogo. O nosso time foi o melhor do campeonato, mostramos um belíssimo futebol. Foi muito triste!

Os jogadores ficaram sabendo de algum desentendimento da diretoria com a comissão técnica, mais especificamente o técnico Levir Culpi?
Se houve a gente não teve conhecimento. Eu fiquei sabendo através de vocês. Mas não houve qualquer alteração de ambiente do técnico ou dos dirigentes com os jogadores.

"Tem muitas noites que eu não durmo
por causa de 2005"

FRASES

"A torcida do Atlético continua no meu coração. Eu agradeço sempre o apoio que eles me deram aqui, desde a primeira partida contra o Paraná até o último jogo contra o Botafogo."

"Eu fiz jogos emocionantes aqui na Baixada. O meu primeiro gol com a camisa do Atlético, o gol da vida, a partida contra o Flamengo, São Caetano… foi realmente um campeonato de gala!"

"Eu tentei o máximo possível para conquistar títulos, saí de cabeça erguida e tenho certeza que um dia eu vou voltar para dar mais alegrias."



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