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2 jan 2006 - 22h16

Rankings

Amigos, antes de qualquer coisa, feliz 2006 para todos! Podem anotar aí o que eu digo: 2006 será um ano maravilhoso para nós atleticanos, pois são grandes as chances de conquistarmos o bi paranaense, a Copa do Brasil e, se bobearem, o bi do brasileirão. Em 2006 seremos felizes, estejam certos.

Mas ocupo hoje este nobre espaço para lhes falar de um assunto polêmico que são os rankings de futebol (aliás, nem sei se o plural que usei está certo, mas como sou analfabeto também em inglês, perdoem-me um eventual equívoco).

Dia desses, li nesse excelente Furacao.com a seguinte matéria que transcrevo, in verbis (eu disse que era analfabeto em inglês, mas no latim eu me viro, estão pensando o quê?):

“Trezentos e quatorze clubes de 90 países diferentes estão reunidos na edição 2005 do Ranking Folha do Futebol Mundial e nesta seleta lista, composta apenas por clubes que foram campeões ou vice-campeões de disputas internacionais, pela primeira vez na história figura um clube paranaense. Trata-se do Atlético, que somou seus primeiros 40 pontos no ranking com o vice-campeonato da Libertadores da América e agora ocupa o 94º lugar.

Criado em 2002, o ranking obedece a critérios de pontuação por peso das competições, premiando os campeões e vice das disputas internacionais. A Libertadores, por exemplo, rende 70 pontos ao campeão e 40 pontos ao vice. Este ano, o Atlético pode somar mais 20 ou 10 pontos, se for respectivamente campeão ou vice da Copa Sul-Americana.

O líder do Ranking Folha do Futebol Mundial é o espanhol Real Madrid, que soma mil pontos. Em segundo lugar está o Milan, da Itália, com 850 pontos, seguido pelo argentino Boca Juniors, com 740 pontos. O brasileiro melhor colocado é o São Paulo, que ocupa a nona posição, com 560 pontos. No total, 14 clubes brasileiros fazem parte do ranking, entre 314 clubes classificados de todo o mundo.

Além do ranking mundial, a Folha de S.Paulo faz também o ranking envolvendo apenas clubes brasileiros. Nesta relação, o Atlético está na 19ª posição, com 245 pontos, levando em consideração a classificação do clube em competições nacionais”.

É desnecessário dizer que minh’alma se encheu de orgulho ao ler a supracitada notícia, pois é sempre bom constatarmos o crescimento inegável de nosso amado Furacão (gostaram do minh’alma? – essa foi à Casimiro de Abreu! Eu ando impossível, eu ando impossível…).

Pois me enchi de justo orgulho e copiei a notícia para repassar por e-mail a todos os atleticanos, coxas e paranistas, como prova inconteste da supremacia rubro-negra. Mas enquanto passava adiante a boa nova, minha mente se lembrou doutro ranking, o da revista Placar, e aí eu fiquei triste e já explico os porquês (esse doutro aí já é Fernando Pessoa – “Num sentimento de febre de ser para além doutro oceano…” – eu ando insuportável, eu ando insuportável…).

Analisem comigo: a revista Placar divulga, anualmente, seu ranking do brasileirão. A conta é simplória: a cada ano, o campeão brasileiro soma 10 pontos, o vice-campeão leva 9 pontos, o terceiro colocado fica com 8 pontos e assim sucessivamente, até o 10º colocado que fica com 1 ponto. Hodiernamente, o nosso Furacão ocupa a 16ª colocação, com 38 pontos (eu tive uma namorada que adorava quando eu falava “hodiernamente”. Ela não sabia direito o que era, mas gostava. Tempos depois me trocou por um cara que falava “outrossim”, uma barbaridade o que ela fez comigo).

Voltemos ao ranking. Eu não concordo com esses 38 pontos, pois entendo que a conta não está nem um pouco correta. Vejamos:

Em 1983, o Atlético Paranaense acabou o brasileirão em 3º lugar (consultem, por exemplo: www.gazetaesportiva.net). Entretanto, a revista Placar nos colocou em 4º lugar, fato que nos diminuiu um ponto no ranking.

Já em 1987 aconteceu a palhaçada suprema e neste ponto o ranking ainda carece de reparos, na minha modesta opinião. Para situar o amigo leitor, apresento o trecho abaixo que descreve o caos vivido pelo futebol brasileiro naquele ano (o trecho segue devidamente entre aspas, pois não fui eu quem escrevi):

“1987 foi o ano da revolução no futebol brasileiro. Revoltados com o imenso prejuízo nos últimos anos, os trezes maiores clubes do país (Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Santos, São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio, Inter-RS e Bahia) bateram o pé, enfrentaram a CBF e resolveram montar um campeonato paralelo. A discussão tornou-se perigosa, já que a FIFA entrou na parada e ameaçou suspender todos os clubes que desrespeitassem a entidade maior do futebol brasileiro. Aí, surgiu uma conciliação. O recém formado Clube dos Treze formaria um Módulo principal (o Verde) junto com outros três que seriam convidados e daí sairia o campeão brasileiro. Em contrapartida, a CBF organizaria mais três módulos (Amarelo, Azul e Branco, respectivamente a Segunda, Terceira e Quarta divisões) para prestigiar seus compromissos políticos com as demais federações nacionais. Quando tudo parecia resolvido, surgiu outro grave problema. No meio da Copa União, a CBF, pressionada politicamente, resolveu mudar o regulamento e impôs um quadrangular final entre o campeão e vice do Módulo Verde e Amarelo, de onde sairia o campeão brasileiro de 1987. Claro que o Clube dos Treze não aceitou em hipótese nenhuma o confronto entre os dois primeiros colocados da Primeira Divisão contra a Segundona. Enquanto o Módulo Verde só tinha clubes consagrados, o Amarelo contava com equipes de menor expressão.

Flamengo e Internacional fizeram a final da Copa União e o time carioca conquistou seu quarto título nacional.

A CBF, porém, insistiu no quadrangular. O Módulo Amarelo não teve nem campeão, pois Sport e Guarani decidiram paralisar a disputa de pênaltis que decidiria o título por acharem que já tinham batido pênaltis demais. Os dois times voltaram a se enfrentar nesse “quadrangular” com duas equipes e o Sport saiu vitorioso. A CBF prometeu punir Flamengo e Inter, mas inexplicavelmente não cumpriu até hoje a promessa”.

É aqui que surge a questão do erro no ranking da Placar: em 1987, o campeão foi o Sport e o vice foi o Guarani. Contabilizaram, por isso, respectivamente, 10 e 9 pontos. Ocorre que o Flamengo e o Inter também somaram 10 e 9 pontos naquele mesmo campeonato. Ora, se a CBF não considerou o Flamengo e o Inter campeão e vice, respectivamente, esses times não deveriam ter somado pontos.

Vou além: se Sport e Guarani foram declarados campeão e vice é sinal que a CBF nem sequer considerou o tal módulo verde, até porque foi feito à sua revelia. Sendo assim, somente os clubes classificados no módulo amarelo deveriam receber os pontos do ranking de 1987. Desta forma, o nosso Furacão receberia mais oito pontos, em face de ter ficado em 3º lugar do módulo amarelo (salvo engano de minha parte, mas acho que ficamos em 3º e o Bangu em 4º). Só que essa lógica ainda não foi seguida pela revista Placar, fato que nos prejudica, e muito, naquele ranking.

Por isso, faço aqui meu protesto: editores da Placar, quero aquele ponto que nos foi retirado em 1983 e quero esses outros oito pontos, pois o módulo verde jamais teve o aval da CBF. Se isso acontecer, passaremos dos atuais 38 pontos (que já são bastante bons) para 47 pontos (que é melhor ainda) e ficaremos ainda mais felizes do que já somos!

Mas, se não arrumarem o ranking, não tem problema: em nossos corações o Atlético Paranaense é o primeiro, sempre foi o primeiro e assim sempre será.



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