10 jan 2006 - 13h44

Ajeitando o terreno para o alemão

Aos 39 anos, Vinícius Eutrópio enfrenta nesta temporada um dos maiores desafios de sua carreira: comandar a equipe principal do Atlético no início do Campeonato Paranaense e preparar a equipe para o restante do ano, cujo calendário prevê ainda mais três competições. Auxiliar-técnico da equipe profissional desde o primeiro semestre de 2005, Vinícius é um profissional com larga experiência no futebol. Começou sua carreira como atleta nas categorias de base do Cruzeiro e jogou pelo América, União São João e Náutico, dentre outros.

No clube pernambucano, trocou as chuteiras pela prancheta. Tornou-se auxiliar do treinador Artur Neto, que em 2000 foi contratado pelo Atlético e indicou Vinícius ao clube. O trabalho do auxiliar foi tão bom que ele foi convidado a permanecer no Rubro-Negro mesmo após à saída do antigo treinador. No Atlético, além de auxiliar-técnico, Vinícius Eutrópio foi também supervisor das categorias de base, responsável pela ampla reformulação no departamento que culminou com o reconhecimento internacional.

Além da parte prática, Vinícius se preparou teoricamente para a profissão. Cursou Educação Física e participou de uma série de especializações na área técnica. No departamento de formação, trabalhou em conjunto com diversos técnicos, formando uma espécie de comissão técnica de todas as categorias.

Agora, terá a missão de conduzir o Furacão nas primeiras rodadas do Paranaese 2006 e deixar a equipe preparada para a chegada do técnico alemão Lothar Matthäus. A primeira experiência foi no último domingo, em um jogo-treino de 80 minutos contra o Joinville que terminou empatado por 1 a 1. Após o amistoso, Vinícius Eutrópio concedeu a seguinte entrevista exclusiva à Furacao.com:

Qual a avaliação que você faz dos jogadores após o jogo-treino contra o Joinville, que foi o primeiro coletivo da temporada 2006?
A avaliação é boa. Na parte da manhã, antes do amistoso contra o Joinville, nós realizamos um treino tático de 30 minutos. Dividimos os jogadores entre os sistemas ofensivo e defensivo e fizemos uma preparação para esse treino e para o jogo de quarta, contra o Galo Maringá. Diante disso, houve muitos acertos na parte tática, na movimentação. Mas também houve muita coisa que a gente combinou que deixou de ser feita, justamente por termos tido apenas meio período de treino. Eu acredito que até quarta-feira, com mais dois treinos na parte técnica, a coisa vai se ajustar um pouco mais.

E fisicamente, o que você achou do rendimento dos atletas?
Eles ainda estão longe da forma. Eu não falo nem que a questão é a forma física ideal, mas sim o cansaço que eles estão sofrendo em função do acúmulo de treinamentos. Então, foi por isso que nós nos preocupamos em fazer um jogo-treino mais reduzido, de apenas 80 minutos, e de jogar com os um grupo de jogadores em cada tempo. Não podíamos expor os atletas a lesões.

A forma física será um critério que você adotará para escalar a equipe no Campeonato Paranaense?
Nesse primeiro jogo contra o Galo Maringá, sim. Estou levando muito em consideração essa questão física. Eu acompanhei todos os treinos, as avaliações e os testes que foram feitos durante a pré-temporada e estou buscando informações com os preparadores físicos sobre a condição dos atletas. Posso dizer que no caso de um ou outro jogador estou levando em consideração a forma física para escalar. E digo isso não apenas em relação ao atleta que está entrando, mas também para preservar o jogador que ainda não está na forma ideal e por isso será poupado. Um jogador ainda sem a condição física ideal pode ter uma lesão ou uma má atuação em função disso

No segundo tempo do jogo-treino você armou a equipe no 3-5-2, com três zagueiros. Você pretende utilizar esse sistema tático?
Não, não é a minha intenção começar jogando dessa maneira. Mas no jogo, dependendo das condições, pode vir a acontecer.

Você já tem uma idéia da equipe titular para a partida de estréia do Atlético na temporada 2006 contra o Galo Maringá?
Provavelmente será a equipe que começou jogando contra o Joinville (Nota: Tiago Cardoso; Jancarlos, Danilo, Paulo André e Michel Bastos; Alan Bahia, Cristian, Rodriguinho e Cleverson; Cléo e Pezzolano).

Dos que atuaram na segunda etapa, quem você destacaria?
É difícil. Eu destaco todos eles porque a equipe jogou de maneira muito improvisada. Por exemplo: eu tive de colocar três atacantes e três zagueiros, pois eram os jogadores que nós tínhamos. Eu pedi a todos os atacantes para recuarem sem a bola e eles tiveram a capacidade para cumprir isso. Os três zagueiros também foram muito bem e o Simão e o David, que não são volantes fixos, fizeram bem ali a função no meio-campo. Então, eu destaco a voluntariedade dessa equipe.

É diferente trabalhar sabendo que um outro técnico vai assumir a equipe do que trabalhar quando você é o efetivo? Muda alguma coisa no trabalho?
Para mim não muda nada porque eu estou trabalhando para o Atlético. Estou com um grupo que eu já conhecia, então facilita. Estamos trabalhando visando à competição e também à chegada de um técnico, para que ele possa pegar a equipe da melhor forma possível. Qual a melhor forma possível? A física, a tática e a técnica. Essa é a minha função.



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