22 jan 2006 - 14h53

Fleury dispara contra agentes de atletas

O presidente João Augusto Fleury da Rocha não poupou críticas a agentes de jogadores de futebol. Em entrevista ao repórter Osmar Antônio, da Rádio Banda B (AM 550), parceira da Furacao.com, o dirigente atleticano reclamou da conduta dos procuradores, que dificultam a carreira dos atletas em razão da imposição de diversas exigências que não podem ser cumpridas pelos clubes.

De acordo com Fleury, a figura do agente (ou ainda procurador, empresário e representante) ganhou força após a Lei Pelé. Graças à extinção da lei do passe, surgiu a oportunidade para "aproveitadores", na terminologia do presidente, ocuparem um espaço de uma relação que antes estava restrita aos clubes e aos atletas.

O tema ganhou evidência no Atlético nos últimos dias, quando a Confraria do Esquadrão da Torcida Atleticana expôs sua contrariedade à empresa Massa Sports, que gerencia a carreira dos atacantes Dagoberto e Pedro Oldoni (ex-júnior). Segundo o ETA, a Massa está influenciando os jogadores a recusarem propostas do Atlético para poderem deixar o clube ao término de seus contratos. Neste caso, o Rubro-Negro não receberia sequer um centavo pela formação dos jogadores.

Confira abaixo a transcrição de algumas declarações do presidente Fleury à Rádio Banda B:

ATUAÇÃO DOS AGENTES
"Há uma interferência de uma figura nova no futebol brasileiro, o agente. O futebol sempre foi centrado no clube, como o formador, como aquele que corre risco para que o jogador possa ser revelado. Com o surgimento do agente, do representante, do procurador, com o surgimento deles graças à uma brecha da legislação, essas pessoas começam a ter vantagem financeira em cima de um valor que não é um mero produto, é um valor cultural, que são os direitos federativos. Esses direitos federativos são uma remuneração justa pelo que o clube faz na formação dos atletas."

FORMAÇÃO DE ATLETAS
"Quando ele (o torcedor) vê o jogador correndo aqui na Arena, ele não vê os duzentos que ficaram pelo caminho, que foram remunerados pelo Atlético durante vários anos e que por uma série de razões não deram certo. O risco é todo do clube. Mas no momento em que o jogador se consagra, ele é procurado por alguém que tem interesse em ser seu agente em uma suposta missão de ser seu colaborador. Essa figura surge do nada e passa a exigir do clube que ele promova imediatamente a transferência de um jogador para outro clube."

DAGOBERTO
"Isso tem acontecido no caso do Dagoberto e de vários outros jogadores de vários outros clubes. Isso vai continuar acontecendo, infelizmente."

RELAÇÃO COM A MASSA SPORTS
"Eu gostaria de dizer que a Massa jamais foi parceira do Atlético. Houve uma tentativa de aproximação, mas no caso do jogador mencionado (Maciel) ela não cumpriu a parte dela e a aproximação não se confirmou."

INVESTIMENTOS
"Não é o agente que vai investir na formação do atleta. Não é o agente que vai investir, como no caso do Dagoberto, centenas de milhares de dólares para recuperá-lo de uma lesão. No caso do Dagoberto, o Atlético buscou o melhor profissional do mundo na área e investiu durante um ano num atleta cuja carreira era tida como encerrada pelos profissionais brasileiros."

ALGO ESTÁ ERRADO
"Felizmente, hoje o Dagoberto está recuperado. Em relação ao Dagberto, nós estamos notando que algo está errado. Ele não tem dado o retorno que dele se esperava. Ele já esteve apto para desenvolver o futebol, mas não manteve o condicionamento físico necessário. Há que se perquirir por que. O Atlético não tem como responder isso. O jogador é que tem de ser indagado."

INTERFERÊNCIA
"Não é o atleta em si que está exigindo alguma coisa. O Atlético e o atleta têm uma afinidade muito grande. A interferência de terceiros numa relação que interessa somente aos dois é que está causando um certo ruído e interferindo na carreira do atleta."

LEI DO PASSE
"A antiga lei do passe previa que cada jogador recebesse 15% da transferência. Isso acabou com a lei do passe. Hoje, com o fim do contrato, o jogador fica livre. Mas o clube, para conservar o atleta em seu elenco, acaba cedendo uma parte dos direitos ao atleta. Isso inviabilizará o futebol, o Atlético e qualquer outro clube."

RECLAMAÇÃO
"Quem está reclamando hoje é a torcida, não o clube. Ao clube não compete falar sobre isso, mas já que os fatos vieram à tona, estamos nos manifestando e esclarececendo."

SOLUÇÃO
"A disputa vai até onde encontrarmos um denominador comum que seja satisfatório para o clube e para o atleta. Não vamos mais acertar a interferência nefasta de quem tem apenas interesses comerciais."



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