Marcão: "O Atlético sempre estará no meu coração"
Marcão já tinha uma carreira de quase dez anos, mas ainda era um completo desconhecido em sua cidade natal até chegar ao Atlético, no início de 2004. Em dois anos, fez mais de 100 partidas com a camisa rubro-negra e marcou sete gols. Jogou na lateral-esquerda, na zaga e em vários jogos foi capitão da equipe. Conquistou o respeito dos dirigentes, a amizade dos colegas e o carinho dos torcedores. Há poucos dias, foi anunciado o empréstimo de Marcão ao Kawasaki Frontale.
Neste sábado, o jogador esteve na Kyocera Arena para se despedir do clube. Ele viajará para o Japão nesta segunda-feira e permanecerá pelo menos um ano no futebol do exterior. Em seu "até breve", Marcão concedeu a seguinte entrevista exclusiva à Furacao.com:
Quando você viaja para o Japão?
Na segunda-feira (dia 23/01/2006). Estou indo muito contente pelo que eu fiz aqui no Atlético. Os dois anos que eu joguei aqui não foram só os melhores anos da minha carreira, foram os melhores anos da minha vida. Quando eu cheguei, ninguém me conhecia na minha cidade, eu era uma incógnita e tinha de provar o meu valor, mas graças à Deus eu consegui meu espaço aqui. Então, eu saio com a sensação de dever cumprido. Eu só tenho de agradecer a todos, principalmente à torcida, que sempre me deu apoio nesses dois anos. Tudo o que eu tenho hoje eu devo ao Atlético. Esse reconhecimento que estou tendo eu devo ao Atlético. Com certeza, o Atlético estará sempre dentro do meu coração e espero que um dia eu possa voltar.
Antes de ser emprestado ao Kawasaki Frontale, você renovou seu contrato com o Atlético?
É, a princípio eu vou com contrato por um ano com a preferência de compra. Isso vai depender do meu desempenho lá. Mas eu renovei com o Atlético até o final de 2007, então eu vou para ficar um ano, mas se de repente não der certo ano que vem eu estou de volta.
Qual a melhor lembrança que você leva do Atlético?
É difícil dizer. Tem vários momentos que para mim foram inesquecíveis. Eu só tive felicidades aqui, cara. Eu nunca vi um clube que tem essa torcida. A gente sabe que aqui dentro da Arena nós somos praticamente imbatíveis quando a torcida joga junto. Eu só tenho lembranças boas, não tenho nada do que reclamar. Tive todo o apoio do clube e da torcida, então para mim foi muito gratificante.
No final de 2004, em uma entrevista à Furacao.com, você disse que gostaria de ser lembrado como o "Marcão do Atlético". Você acha que conseguiu isso?
Acho que sim, porque onde eu ando o pessoal diz: "Olha lá o Marcão do Atlético". Isso aí para mim é gratificante. Eu ando na rua e os torcedores pedem por favor para eu não sair do Atlético. Isso é algo muito bom para o meu ego. É fruto do reconhecimento do meu trabalho. É lógico que nessas horas eu tenho de pensar também na minha família, pois a carreira é curta e eu tenho de pensar que depois que eu parar de jogar futebol eu terei de dar uma vida boa para o meu filho. Eu estou indo com certeza pelo lado financeiro e espero que um dia eu possa voltar para o Atlético.