O Fala, Atleticano é um canal de manifestação da torcida do Atlético. Os textos abaixo publicados foram escritos por torcedores rubro-negros e não representam necessariamente a opinião dos responsáveis pelo site. Os autores se responsabilizam pelos textos por eles assinados. Para colaborar com um texto, clique aqui e siga as instruções. Confira abaixo os textos dos torcedores rubro-negros:
25 jan 2006 - 17h39

A depreciação do cenário nacional

O Brasil, no futebol, assim como na agricultura, é um dos maiores produtores, tanto em quantidade como em qualidade, mas que vê seus produtos/jogadores migrarem para o exterior por um preço irrisório, ou até mesmo gratuitamente.

Vivemos em um país rico, mas estamos à mercê daqueles que legislam, governam e de mais algumas pessoas gananciosas, que preferem ver seu próprio povo passando necessidade em troca de benefícios e lucros próprios, acho que a nacionalidade deles é a Republica Federativa do Dólar, e não o nosso querido Brasil, em conseqüência disso, vemos nossa riqueza ir pelo ralo.

Assim como os agricultores, os dirigentes de clube, jogadores e torcedores, todos nós, somos governados por pessoas despreparadas e maioria mal intencionada, que fazem com que soframos com a falta de uma legislação sólida e clara, que trate todos com igualdade. Pois desde que nascemos, sonhamos com o romântico e nada prático “Princípio da Igualdade”.

Esta legislação atual está criando uma verdadeira debanda de nossos jogadores, que são influenciados por procuradores e agenciados – verdadeiros urubus, em busca de dólares e grandes lucros, deixando os clubes, a ver navios. Tudo ocorre da seguinte maneira, primeiramente o clube investe no olheiro para ir atrás de revelações, depois em um centro de treinamento que envolve alojamentos, campos, salas de ginástica, profissionais da área, como médicos, preparadores, fisioterapeutas, passado um tempo, o atleta está pronto, com um bom preparo físico e técnico, começa a jogar e alcançar destaque na mídia, fruto do seu próprio trabalho aliado com o investimento do clube.

Quando o clube pensa que irá obter o retorno do seu investimento, não consegue, pois nesse momento seu atleta já está sendo influenciado por terceiros. É nesse momento que surge a figura do “Urubu”, quer dizer procurador, que aliado sempre com alguma empresa e bons advogados, começam a aliciar os atletas, com respaldo legal é claro, baseado na Lei Pelé, homenagem àquele que, como legislador é um ótimo jogador.

Essas pessoas começam prometendo um grande salário, fama, insinuando que ele está ganhando pouco no seu atual clube e que o Brasil já ficou pequeno para ele, dentre outras promessas. Eles orientam o jogador para não renovar o contrato ou pedir ao clube um salário alto, para que não ocorra a renovação, podendo então após o término do atual contrato, ter o jogador livre, para tentar uma transferência, com a qual possam lucrar muito mais, do que se o jogador apenas renovasse o contrato com seu oriundo time.

Dentro de suas condições o clube procura remunerar o atleta da melhor forma possível, tenta amarrar, é claro, o atleta em um bom contrato. Nada mais justo, pois o clube investiu e agora irá tentar obter o resultado para a manutenção e continuidade de suas atividades, pois este é o seu objeto social, e aqui me surge a dúvida, e o objeto social desses urubus, qual é? Em minha opinião é: ganhar dinheiro com o esforço alheio! A maioria dos contratos é benéfico para ambas as partes, clube-jogador, mas entra em conflito com os interesses dos procuradores, que querem sempre, maximizar seus próprios lucros, independente de qualquer fato.

Com a evasão de nossos bons jogadores, os bons, é claro – pois nenhum time que tem euros ou dólar vai querer comprar um pangaré, o nosso futebol perde em qualidade, perde a magia, perde a tradição, e todos saem perdendo. Hoje em dia, por exemplo, nenhuma televisão quer comprar os direitos de transmissão do campeonato paranaense, sabem por quê? Porque não terá qualidade, não terá espetáculo, apenas jogos, e isso não dá audiência. Agora imaginem, se as equipes do interior tivessem uma capacidade maior de investimento, os nossos clubes da capital, conservassem seus atletas, um Atlético com Washington, Jadson, um coxa com Rafinha, Alex, um Paraná com Borges, dentro outros.

Daí seria atrativo e teria mais audiência do que os Big Brothers da vida, iria chover propostas das redes de TV, os estádios iriam lotar, o futebol estadual e nacional iria fortalecer-se e não rumar em direção a depreciação total. Temos que mudar este quadro, o nosso futebol é o melhor, não há dúvida. Nossos times deveriam ser os Reais Madris da vida, o nosso campeonato deveria ser referência e retransmitido para o mundo inteiro, os nossos estádios deveriam ficar lotados.

Mas, para isso devemos escorraçar aqueles que fazem do futebol apenas um negócio para benefício próprio, que não tem o mínimo de consideração com as pessoas do meio futebolístico. E que por dinheiro chegam a vender até a própria mãe. Esses procuradores e empresas do ramo de agenciamento estão sendo o câncer do nosso futebol, matando pouco a pouco nossos clubes, e ficando cada vez mais ricos. Todos sabem que uma empresa tem que visar o lucro, mas antes do lucro deve-se haver uma ética empresarial, algo que essas pessoas parecem desconhecer.

Outra medida a ser tomada é com respeito à legislação, devemos colocar a caneta da legislação nas mãos de pessoas inteligentes, que tenham boa capacidade para o desenvolvimento das leis que regem um país, para não ocorrer mais surgimento de aberrações como a Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998, que tentou proteger tanto a parte referente aos atletas, mas piorou o todo.



Últimas Notícias

Brasileirão A1|Opinião

NEM 8, E NEM 80

O título do que será relatado abaixo, resume muito o sentimento desse ilustre torcedor quem vos escreve.   Na noite de ontem o Furacão entrou…