30 jan 2006 - 18h58

Segundo Holzmann, marketing só começa agora

Uma dos únicos argumentos dos rivais do Atlético para desvalorizar a extraordinária contratação do técnico alemão Lothar Matthäus é o suposto fato de que se trata unicamente de uma jogada de marketing. Ou seja, que Matthäus não traria benefícios de ordem técnica ao Atlético. Um colunista chegou a escrever que a contratação foi viabilizada pelo diretor do marketing do clube, Mauro Holzmann.

Após a apresentação oficial de Matthäus, Holzmann rebateu de modo veemente esse tipo de especulação. Afirmou que só ficou sabendo da contratação do técnico após a assinatura do contrato. "Eu só fiquei sabendo da contratação do Matthäus depois que ele foi contratado. Eu não sabia. Isso foi uma contratação técnica. As pessoas que cuidam do futebol, e todos sabem que o presidente Petraglia participa muito dessa área, foram buscar um treinador e tivemos a sorte de encontrar o Matthäus", declarou o dirigente atleticano.

Para Holzmann, as ações de marketing só começam agora, a partir da chegada do alemão ao clube. "O marketing do Atlético começará daqui para frente. Eu acredito que o Matthäus deva ser uma das quatro ou cinco figuras mais importantes do futebol mundial, junto com Pelé, Beckenbauer e Zico", disse ele, já pensando na repercussão que o clube terá fora do país. "O Atlético consegue ter uma exposição internacional que um clube que não é do centro do país não tinha ainda. Isso é que vamos aproveitar", adiantou.

Mercado

Para justificar o quesito técnico da contratação de Matthäus, Mauro Holzmann afirmou que não há no Brasil um técnico que esteja disponível e represente uma certeza de sucesso. "Treinador no Brasil que você tem quase certeza que vai dar resultado são só três: Felipão, Luxemburgo e Leão. Eles estão todos empregados e ganham salarios de 400, 500 mil reais por mês. Os outros (técnicos) são circunstanciais. Eles vão bem num clube, mal em outro", afirmou, citando o exemplo de Nelsinho Baptista, campeão brasileiro com o Corinthians, mas que teve uma passagem negativa pelo São Caetano em 2005.

Por isso, Holzmann acredita que a contratação de Matthäus representa um risco menor do que o Atlético teria ao apostar em um nome brasileiro, com a vantagem de se tratar de uma personalidade do futebol mundial. "É uma interrogação na mesma proporção de qualque outro treinador do Brasil. Você sempre se pergunta: será que vai dar certo? No caso do Matthäus, nós trazemos um treinador com bagagem e que terá todas as condições de trabalho no Atlético. Acho que tem tudo para dar certo", apostou Holzmann.



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