3 fev 2006 - 17h56

Kléber é vítima de racismo no México

Os mexicanos estão perplexos. O atacante Kléber, ex-Furacão e atualmente no América, do México, principal equipe do país, foi vítima de manifestações racistas na derrota de seu time para o Culiacán por 2 a 0, na última quinta-feira.

Foi a primeira vez que algo do gênero ocorreu no México e a reação foi imediata na imprensa. “No México não, por favor”, estampou o diário Récord. “Infame!” e “Racismo” foram outras manchetes dos jornais.

Assim como tem ocorrido na Europa, parte da torcida imitou macacos quando Kléber tocou na bola, o que nunca havia acontecido em estádios mexicanos.

Os companheiros de Kléber no América não se manifestaram, mas os jogadores do Culiacán condenaram o ocorrido e disseram esperar que o fato não se repita. “Lamentavelmente, isso está acontecendo por todos os cantos, e pedimos à nossa torcida que não repita isso, pois tira o brilho do futebol”, disse o volante espanhol Guardiola, ex-Barcelona e hoje no Culiacán.

Segundo o Récord, o árbitro da partida não relatou o incidente na súmula porque, em princípio, a comissão disciplinar da Federação Mexicana de Futebol não tem como julgar ações dessa natureza. “Isso não é certo. Kléber é humano. Peço às pessoas que não se manifestem dessa forma, que não insultem as pessoas por causa da cor de sua pele”, disse Abreu.

Racismo na Itália

Na Itália, 11 pessoas serão indiciadas por terem pendurado faixas com apologia ao nazismo e ao fascismo durante partida entre Roma e Livorno pelo Campeonato Italiano, no último domingo. Segundo o ministro do Interior, Giuseppe Pisanu, os envolvidos poderão ser condenados a penas de três meses a um ano de prisão por fazer uso ostensivo de símbolos ou escritos com apologia do nazi-fascismo.

Ofensiva da Uefa

As manifestações no México e na Itália aconteceram no momento em que a Uefa organizou a conferência “Unidos contra o Racismo”, em Barcelona. Na quarta-feira, mais de 400 delegados das 52 confederações filiadas à Uefa se reuniram no estádio Camp Nou. “Não temos feito uso total do poder que está ao nosso alcance”, disse o diretor geral da Uefa, Lars-Christer Olsson, que acredita que penas mais severas não serão suficientes para acabar com o problema e crê ser fundamental um programa de educação a respeito do problema. “Os racistas não são estúpidos. Tudo seria mais simples se isso fosse verdade. Temos de educá-los e fazê-los mudar de atitude”, disse.

Para Olsson, “os jogadores são heróis e exemplos para muitas pessoas. O comportamento deles tem papel importante e é um meio que precisaremos utilizar melhor na luta contra o racismo.”

A Uefa deseja que as ligas adotem normas contra o racismo para a próxima temporada e ameaça expulsar os clubes envolvidos em seguidos casos de racismo.

“A Fifa e a Uefa têm de aprovar sanções pesadas, mas é preciso que as confederações nacionais e os clubes fiscalizem a sua aplicação. Penas mais duras não resolverão o problema por si só”, disse Olsson.

Para o presidente do Barcelona, anfitrião do encontro, “o racismo é um problema grave que o futebol deve enfrentar”.

A conferência foi organizada conjuntamente pela associação Futebol Contra o Racismo na Europa e com apoio da Real Federação Espanhola de Futebol. Há três anos já havia sido realizado um encontro semelhante em Londres.



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