O Silêncio dos inocentes

Pssssssssssss! Faça silêncio. Não queremos acordá-los, não é?

Este recado é para você. É, você mesmo, atleticano fanático como eu, que está lendo este texto e provavelmente acompanha todos os noticiários sobre o futebol brasileiro. Como acontece todos os anos, somos novamente reféns do “eixo”. Mas não se assuste. Não se trata do eixo Nazi-fascista que escreveu uma das páginas mais vergonhosas da história da humanidade. Não. Este eixo tem características bem peculiares.

Sem armas, ele é hegemônico graças ao domínio quase que absoluto dos meios de comunicação, com cabeça de rede em São Paulo e Rio de Janeiro. Fora desse “eixo”, não há vida. Grandes centros do futebol brasileiro como Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná, desapareceram do noticiário. Fomos relegados à condição de mera “comarca”, de simples coadjuvantes de um filme com final previsível.

Favoritos para 2006? Claro que existem. Mas quem ousa mencionar outro clube, que não Corinthians, São Paulo, Palmeiras ou Santos? Ah, sim. Existem as zebras. Ou o que eles classificam como “clubes com tradição” e que vez por outra acabam chegando. Neste rol de “especialistas da bola”, ninguém se salva. De Milton a Juca, passando pelos Buenos e os Vales da vida. Também não podemos esquecer de grandes pensadores e estrategistas do mundo da bola como Neto, Mário Sérgio, “Morsa” e tantos outros que nos brindam com seus conhecimentos a cada semana.

A verdade é que, sejam em sites especializados ou nos blog´s dos “entendidos” do futebol, desaparecemos! Pensando bem, é justamente nessa hora que percebo como é gratificante desafiar o senso comum. Quebrar regras e contestar. Surpreender. Obrigá-los a falar e escrever sobre um assunto do qual não gostam. Aliás, odeiam. E aí, depois do espanto generalizado, ouvir novamente aquele velho e esfarrapado argumento: “mas o Atlético é um grande clube. Tem uma torcida fanática, uma estrutura invejável e etc, etc e tal”. Isto sim, não tem preço!

Psssssssss. Silêncio! Quando eles acordarem, será tarde demais.