Aloísio diz que entende manifestação da torcida
O atleta Aloísio José da Silva, que defendeu o Atlético por dez meses no ano de 2005, está em Curitiba nesta sexta-feira em razão de uma ordem judicial. Ele participou de uma audiência na 1ª Vara do Trabalho de Curitiba em um processo movido pelo Clube Atlético Paranaense contra ele e o São Paulo Futebol Clube. O Rubro-Negro alega que Aloísio assinou um contrato de trabalho com o clube até o final de 2006, mas não o cumpriu.
Até hoje, Aloísio ainda não havia se manifestado sobre o caso. Em entrevista à Rádio Banda B (AM 550), parceira da Furacao.com, o jogador revelou qual será sua linha de defesa no processo: ele e o São Paulo alegarão que o Atlético não pagou ao Rubin Kazan, da Rússia, pela aquisição definitiva de seus direitos federativos. Por essa razão, eles entendem que o Rubin manteve o vínculo com o atleta e, por isso, pôde negociá-lo novamente – desta vez com o São Paulo.
"Eu fiquei esperando o Petraglia comprovar que tinha pago o meu contrato ao Rubin e eles (os dirigentes do clube russo) disseram que o Atlético não tinha pago. Eu fiquei sem saber de quem eu era", disse Aloísio antes da audiência realizada à tarde, explicando porque demorou tanto para revelar esta versão.
Apesar disso, o jogador admitiu que assinou dois contratos no mesmo período: um com o Atlético e outro com o São Paulo. "Assinei, assinei, isso eu comprovo em todo canto. Assinei com o Atlético pelo mesmo salário por um ano para poder ir jogar o Mundial. Fui valorizado, o Atlético poderia ter me comprado por um valor e me vendido pelo dobro, mas o Rubin não recebeu o dinheiro", alegou o atleta. Pelas regras da Fifa, um atleta pode ser suspenso por até um ano caso assine contratos com mais de um clube pelo mesmo período.
Manifestação da torcida
Desde que chegou a Curitiba, Aloísio enfrentou a revolta da torcida atleticana, que o taxou de mercenário. Ele se demonstrou preocupado com essa acusação, mas garantiu que entende o lado dos torcedores. "Eles têm razão. Eles são fanáticos pelo clube. Eles têm toda razão de fazer o que eles estão fazendo. Eles não sabem o que está acontecendo. Se você largar um clube para ganhar mais dinheiro em outro realmente voce é mercenário. Mas se você não se apresentar a um clube que não pagou o valor pelo seu passe, você não é um mercenário. Eu estou com a cabeça tranqüila", afirmou.
O jogador disse que está torcendo para a situação se definir logo para que ele não seja mal visto pelos torcedores atleticanos. "É difícil essa situação de eu querer vir a Curitiba para passear com a família algum dia e ter de passar por uma situação dessas com a torcida", disse. "O Atrético (sic) vai ficar no meu coração pela campanha que nós fez (sic) na Libertadores. Eu não vou guardar mágoas disso, mas não esperava que o Petraglia não fosse apresentar o comprovante do pagamento", completou.
Aloísio demonstrou que ficou surpreso com a atitude de Mario Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo do Atlético. "Para quem jurou em uma churrascaria que eu fui um dos jogadores mais queridos que ele já teve no clube, agora ter feito (sic) isso é de se estranhar. Mas mesmo assim eu desejo toda a saúde do mundo para ele e a família dele. Agora eu só quero jogar", finalizou o atleta.