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13 mar 2006 - 11h37

Metamorfose

E então, a pergunta era inevitável, o que acontece com o técnico que vocês contrataram? A pergunta vem ensopada de malícia, com outras tantas afirmações embutidas: “Afinal, que técnico é esse que abandona o time às vésperas de um jogo decisivo, que agride fotógrafos, perde a compostura diante dos árbitros, que não consegue definir um esquema de jogo, que não sabe sair de uma (nesse caso, duas) retrancas, jogando em seus próprios domínios, que parece estar acima do bem e do mal?” Poderia não ser assim, mas o Atlético dos Paranaenses anda ensimesmado, reticente, cada vez mais centrado em si mesmo.

Ainda que mal comparando, parece uma gestação, um gigante dentro de um casulo, focado apenas no seu próprio crescimento. O que resultará dessa metamorfose é um mistério até para o mais apaixonado dos atleticanos… Às vezes sinto o furacão desconectado da sua torcida, da sua gente, sopra um vento frio lá pelos lados da Água Verde que me produz um mal-estar indescritível. Nunca senti tanta paixão por este clube, tampouco tanto orgulho, mas confesso, o Atlético já foi algo mais palpável, mais real, muito mais humano… É bem verdade que produzia mistos de alegria e sofrimento, com maior incidência do segundo, mas o sofrer e o chorar também fazem parte da vida, ou não? Não sei explicar bem o que sinto, é confuso. Não quero o Atlético apequenado, esquecido do resto do país, não, não estou pedindo uma regressão, tenho muitas razões para ser feliz. Mas algo vai ficando pelo caminho, se perdendo nas arquibancadas, fugindo das vozes que gritam em coro o nome do furacão. O Atlético está crescendo, muito e muito rapidamente, cada dia mais auto-suficiente, incontrolável. Não me parece que seja algo possível de ser parado, ou algo consciente, vindo da ação de seus dirigentes. É um processo irreversível de descobrimento, de mutação e que foge mansamente das mãos daqueles que são responsáveis pela sua condução. Um Atlético com asas, com o céu por limite.

Não creio que o técnico, os dirigentes e o craque possam escrever a história verdadeira do Atlético, podem apenas decorá-la, enchê-la de alegrias ou lágrimas. Só um povo, uma nação, uma família de apaixonados pelas cores e coisas do Furacão pode emprestar vida e brilho ao maior e mais bonito clube de futebol do país.

Queria ver o Atlético namorando de novo com sua torcida, jogando para ela, a emoção subindo pelos alambrados, enchendo nossos corações de alegria e nossos olhos de lágrimas. Campeão ou não, porque o amor não condiciona, não se atrela às vitórias. Sim, algo está acontecendo com o Atlético Paranaense, mas seja o que for é preciso não excluir sua gente desse processo. Clube e torcida são elementos inseparáveis, quimicamente explosivos, onde a vida do futebol começa e continua ad infinitum…



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