Confira como foi a mudança de treinador
A contratação de Givanildo Oliveira pelo Atlético ocorreu em virtude de uma situação nada usual. Seu antecessor estava invicto, tinha bom relacionamento com a diretoria e a torcida e um projeto de longo prazo. Lothar Matthäus não foi demitido, tampouco aceitou proposta de outra entidade que o obrigasse a deixar o comando do Furacão. O que ocorreu, na verdade, foi uma espécie de "abandono" de emprego.
Na última terça-feira, dia 7 de março, Matthäus confidenciou a dirigentes atleticanos o surgimento de um problema pessoal que requeria sua presença na Europa. Autorizado, tomou o primeiro vôo para a Alemanha e passou os últimos dias entre o país natal e a Hungria, o último local onde morou antes de vir para Curitiba. Foram feitas diversas tentativas para convencenr Matthäus a retornar, mas o técnico declarou que só voltaria quando a questão fosse solucionada. Em virtude disso, o clube passou a pensar em contratar um novo técnico, considerando que não poderia aguardar indefinidamente o retorno do comandante da equipe.
Na quinta-feira, começaram alguns contatos intermediados por empresários. O clube também enviou uma notificação a Matthäus, que respondeu no último domingo, confirmando que não retornaria ao Brasil. Em entrevistas a jornais alemães, ele alegou que pretendia ficar mais tempo com a esposa Marijana e seus enteados.
Acerto com Givanildo
Enquanto Matthäus não dava notícias, a imprensa especulou os nomes de Ivo Wortmann, Paulo Bonamigo e Toninho Cerezo como candidatos ao posto de treinador do Rubro-Negro. Porém, a aposta atleticana foi em um profissional de larga experiência, muitos títulos, mas sem passagens pelo futebol do Sul. Givanildo Oliveira, natural de Olinda, e um dos técnicos que estavam há mais tempo comandando o mesmo time, foi o escolhido. Ele foi contactado inicialmente pelo empresário Nivaldo Gomes, representante do Atlético em Pernambuco. Fez sua proposta salarial e chegou a um acordo com o Atlético no final de semana. Especula-se que ele receberá cerca de R$ 50 mil mensais.
Em entrevista exclusiva à Furacao.com na noite de quinta-feira, quando ainda não havia fechado com o Atlético, Givanildo elogiou a estrutura do Atlético e disse que desde 2005 havia firmado o entendimento de que só deixaria o Santa Cruz para assumir uma das doze maiores equipes do país. A proposta de trabalho do Atlético convenceu Givanildo imediatamente.
Carreira
Aos 57 anos, ele tem 23 anos de carreira como técnico e 18 títulos. Dirigiu as principais equipes do Nordeste, tendo passagens por vários times do mesmo estado. Além de Pernambuco, onde comandou o Sport, o Central e o Santa Cruz, esteve ainda em Alagoas (CSA e CRB), Rio Grande do Norte (ABC), Bahia (Bahia), Ceará (Fortaleza) e Sergipe (Confiança). Fora do Nordeste, trabalhou ainda no Pará (Paysandu e Remo), Minas Gerais (América) e interior de São Paulo (Guarani, Ponte Preta e Bragantino). Seus principais títulso foram o Campeonato Brasileiro da Série B (em 1997 pelo América e em 2001 pelo Paysandu) e a Copa dos Campeões (em 2002 pelo Paysandu). No ano passado, foi vice-campeão da Série B com o Santa Cruz.
Antes de ser técnico, Givanildo foi jogador de futebol. Atuava como volante e sua principal característica era a velocidade. Foi pentacampeão pernambucano pelo Santa Cruz (clube do qual é um dos maiores ídolos da história) e jogou por Corinthians e Fluminense. Fez ainda 13 partidas pela Seleção Brasileira.
Personalidade
Givanildo Oliveira é considerado um treinador de personalidade forte. No trato com a imprensa, é sério e não admite perguntas desprovidas de sentido, no melhor estilo de Evaristo de Macedo e Emerson Leão. Com os jogadores, procura ser acolhedor, mas rígido. Ao longo de sua carreira, ficou famoso por "colocar na linha" jogadores com personalidade difícil.
Por alguns clubes onde passou, deixou excelente impressão. "Givanildo Oliveira é o melhor treinador da história do Paysandu", afirmou Arthur Tourinho, presidente do Paysandu, em 2004.