21 mar 2006 - 9h58

Cléber: "Givanildo é um verdadeiro comandante"

O goleiro Cléber será um dos principais aliados do técnico Givanildo Oliveira em seus primeiros dias de trabalho no CT do Caju. Apesar de o treinador já ter trabalhado com o volante Erandir no Fortaleza e conhecer outros atletas do elenco rubro-negro, é com Cléber que tem uma relação mais próxima. Afinal, os dois trabalharam juntos durante toda a temporada de 2005, no Santa Cruz. Agora, voltarão a se encontrar no Atlético.

Para saber mais informações sobre o estilo de trabalho de Givanildo e seus atributos como treinador, a Furacao.com entrevistou Cléber nesta segunda-feira, logo após o anúncio oficial da contratação do treinador. O goleiro contou que ficou satisfeito com a notícia porque considera Givanildo com um grande ser humano e um excelente profissional. Ele contou que o técnico é muito exigente com os jogadores, mas dá todo apoio ao elenco, sabendo conquistar a admiração e o respeito de todos os atletas.

Para Cléber, Givanildo Oliveira "tem um poder de liderança muito grande" e "é um verdadeiro comandante". O goleiro acredita que o time ganhará segurança para desenvolver o trabalho e mostrar sua capacidade. Confira a entrevista exclusiva do goleiro Cléber ao site Furacao.com:

Como você reagiu quando ficou sabendo da notícia da contratação do Givanildo pelo Atlético?
Minha reação foi positiva porque eu sei que ele é um grande profissional, mas acima de tudo um ser humano muito bom. Eu trabalhei o ano passado (2005) inteiro com ele e sei que ele é uma pessoa que ajuda bastante os jogadores. Ele se torna muito amigo dos jogadores. Ele tem o poder de trazer o grupo pra ele. O trabalho dele é simples, mas dá muito resultado.

Alguém da diretoria chegou a conversar com você para colher informações sobre ele?
Quando eu retornei do Santa Cruz, no início do ano, eles me perguntaram como era o trabalho do Givanildo, como eu me sentia com ele. Foi antes de eles contratarem o Matthäus. Naquela época, nunca me passou pela cabeça que havia um interesse de trazer o Givanildo para cá. Eles me perguntaram como ele se comportava, mas eu não sabia que existia esse interesse. Depois, acabaram contratando o Matthäus.

O que você tem a dizer ao torcedor atleticano sobre o estilo de trabalho do Givanildo?
Ele trabalha todos os aspectos. Ele dá muita importância ao trabalho técnico e ao trabalho tático. É um treinador que no dia a dia ajuda muito o jogador no lado psicológico. Ele dá força ao jogador, vai até o fim com o jogador. O Givanildo cobra muito, exige bastante, mas sabe dosar o trabalho no momento certo. Ele é um treinador que está por dentro do que acontece dentro de campo. Sempre estuda o adversário, sabe dizer o ponto fraco e o ponto forte. É um cara muito observador.

O Atlético é um clube que dispõe de uma grande estrutura e muitos recursos para comissão técnica. Você acha que o Givanildo vai aproveitar esses aspectos científicos e tecnológicos que o clube oferece?
Com certeza. Ele é um grande profissional e tem consciência do trabalho dele. Tenho certeza que juntando a experiência dele, a qualidade que ele tem como treinador e a qualidade que o Atlético oferece, unindo essas duas virtudes, o Atlético pode ter um resultado muito bom.

Muitos torcedores têm elogiado o currículo do Givanildo, mas acreditam que ele é um técnico restrito ao futebol do Nordeste. Você acha que ele terá dificuldades para se adaptar ao futebol do Sul?
Eu acho que isso não tem nada a ver. É claro que ele teve as maiores oportunidades no Nordeste, mas ele vindo para cá no Sul e fazendo um grande trabalho no Atlético, o nome dele vai ficar bem mais em evidencia. É uma oportunidade que ele sempre quis ter, de vir ao Sul ou a São Paulo, porque ele sabe que o futebol aqui é diferente. Acho que o nome dele vai ser mais lembrado do que já é atualmente.

Como é a personalidade do Givanildo Oliveira?
Ele é um cara que dá muita atenção ao jogador. Repreende quando é preciso, mas quando é preciso elogiar ele também sabe. Ele sabe medir todos os pesos. É uma pessoa muito boa. É dificil eu falar da personalidade dele porque ele é uma pessoa fechada no lado pessoal, mas dentro de campo ele é um verdadeiro comandante. Ele gosta de comandar, mas sempre aceitando opiniões. Ele gosta de estar ao lado do jogador e tem um poder de liderança muito grande.

Qual o sistema tático preferido pelo Givanildo?
É difícil dizer porque o futebol de lá (Pernambuco) é diferente do daqui. Lá é um futebol mais jogado, mais bola no chão. Aqui já é um pouco mais de força, um pouco mais tático. Mas eu tenho certeza que ele vai saber o melhor esquema tático para o Atlético se dar melhor nas competições.

Quais as primeiras mudanças que o torcedor pode esperar com o Givanildo Oliveira no comando?
Acho que primeiro ele vai chegar, vai observar os jogadores e vai escolher a melhor equipe para ser titular. Mas uma coisa que eu posso garantir é que vai mudar a personalidade de cada jogador. Nós fizemos um Campeonato Paranaense em que nós praticamente estávamos em fase de testes porque o Matthäus queria ver todo mundo jogar. Com o Givanildo, nós vamos ter mais segurança e a equipe vai soltar o futebol que sabe e vai ter mais força principalmente para o Campeonato Brasileiro.

Você citou os testes que o Matthäus realizou durante o Paranaense. Um deles foi justamente no gol e muita gente disse que o revezamento entre você o Tiago Cardoso acabou deixando os dois inseguros. Você concorda com essa análise?
Não é que a gente fique inseguro, mas o jogador fica com um pé atrás porque a gente chegava um dia antes do jogo e não sabia quem ia jogar. Ficava um pouco complicado para a gente. Mas era ordem do treinador, a gente tinha de assimilar. Ficava um pouco de desentendimento porque a gente não sabia quem jogava. Às vezes, chegava em cima da hora do jogo e ele mudava. Ficava esse certo desencontro.

A saída do Matthäus desviou o foco do grupo no Campeonato Paranaense?
Desviou o foco porque a saída dele foi repentina. A gente estava sendo comandado por um treinador e no outro dia ele já não estava mais. Daí surgiram muitas especulações, de que ele ia assumir a seleção alemã, de que ele ia voltar, de que ele não ia mais voltar. Querendo ou não, isso interfere um pouco. Mas a gente não pode culpar só um ou outro. A gente sabe das qualidades do Atlético, mas infelizmente aconteceu o que não podia acontecer, que era perder desse jeito.

Você já tinha sido expulso de algum jogo mesmo sem ter entrado em campo? Por que você levou o cartão vermelho
Nunca. Foi a primeira vez (risos). Posso até estar errado, mas tenho uma opinião de por que fui expulso. Acho que no momento da confusão, ele (o árbitro Antônio Denival de Moraes) queria ver o número da camisa dos jogadores e não conseguiu. Como eu uso camisa diferente, ele pegou e me expulsou. Eu acho que foi isso porque todo mundo fez a mesma pressão, falou as mesmas coisas. Posso estar errado, mas por estar de uniforme dfierente, por ter um certo destaque, acabei sendo expulso.



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