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21 mar 2006 - 21h29

Extremamente otimista

Ao ler a coluna do Juarez Villela Filho desta terça, fiquei a pensar: em que categoria de torcedor eu me incluo? Não tenho a resposta certa. A desclassificação no Paranaense não reproduziu na minha cabeça a catástrofe de dois anos atrás, quando perdemos para um time que agora freqüenta a segundona. Longe disso.

Será que eu, um contumaz pessimista, me transformei em conformado? É possível.

O que me chamou a atenção, no triste campeonato estadual, não foram apenas as confusões eutropianas, a apatia da equipe ou a falta de sintonia entre os jogadores. Tudo isso contribuiu para o desastre, sem dúvida, e já foi analisado com precisão por muitos torcedores. Não vou repetir o que está dito. O certame, para mim, revelou outros absurdos, encobertos pela mediocridade do futebol apresentado pelo outrora Furacão. O mais grave deles: a temporada de caça ao Dagoberto, que atingiu proporções inimagináveis. Nunca vi tanta violência praticada sob os olhares covardes de suas excelências. No jogo derradeiro, o menino sofreu quatro faltas criminosas logo nos três primeiros minutos. Coisa de louco! E ainda saiu de campo injustamente acusado de pipoqueiro, depois de apanhar de forma sistemática. Sobrou também para o Michel Bastos, que foi de maca para o vestiário. Como de costume, nenhuma expulsão. Pra piorar o que já estava ruim – o nosso time –, fomos roubados em pelo menos dois jogos na Baixada: no empate com o Iraty e na desclassificação imposta pela mourãoense contemporânea. Não serve de desculpa, mas aconteceu.

Finalmente, não vejo na contratação do Mateus o propalado fiasco. A idéia marqueteira foi boa e cheia de riscos. Tinha a sua lógica, e um planejamento que se prolongaria pelo menos até a Copa. Todo mundo aplaudiu. Só que o alemão deu no pé, sem aviso prévio. Destruiu a imagem de austeridade, disciplina e compromisso que a sua chegada anunciava. Bem feito pra nós, brasileiros, que insistimos em glorificar o que vem de fora. Pensando melhor, acho que saímos no lucro. Sem as frescuras do mundo globalizado, ganhamos o Givanildo, um profissional dedicado e capaz. Vem para dar um pouco de calor humano aos corredores impessoais do Caju.

É isso. Sem perceber, deixo de ser conformista e me entrego ao otimismo extremado, conforme a classificação do Juarez. Os olhos da morena (verdes ou pretos?) hão de ver o rubro-negro ganhar a Copa do Brasil. Ou não? Eu acredito!



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