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5 abr 2006 - 14h40

O fogo do Caldeirão

Gostaria de contar minha história resumida para alguém que compartilha de um pensamento semelhante. Bem, tudo começou assim…

A primeira vez que soube o que era amor por futebol, foi quando o pai do meu amigo de infância, o qual acompanhava todos os jogos do Atlético (isso em 1994), me convidou para ir junto assistir um jogo lá no Pinheirão. Não me lembro bem como foi o jogo, qual era o time adversário, muito menos o placar! Bem, pra falar a verdade, não me lembro nem se vencemos ou não. Só me lembro que comi pipoca e vários sorvetes, mas o mais legal e impressionante foi olhar aquela torcida! Meu Deus! O que era aquilo? Aquele som, aqueles tambores! Aquelas pessoas em um coro de vozes em harmonia com movimentos dos braços. Aquilo me contagiou, subiu um arrepio pelas costas e descia pelos braços de uma forma inexplicável.

Quando me havia dado conta estava pulando e cantando junto com eles, fazendo parte de algo maior do que uma simples admiração ou torcida. Me sentia parte de uma grande família chamada Clube Atlético Paranaense. Naquele momento eu era o mais novo atleticano, um torcedor fiel, que acompanharia muitos e muitos jogos. Se quisermos conquistar novos torcedores, fica aí minha sugestão.

Hoje, quando vejo aquelas crianças assistindo os jogos na Baixada, meu coração chora por dentro , com o desejo de levá-las de volta ao tempo em que o que prevalecia era a energia e a vibração de um espetáculo de torcida e não apenas estruturas de concreto pintadas, cheio de torcedores como os da reta, que em várias finais de campeonatos ficavam sentados , quando nem havia ainda cadeiras no estádio, parecendo um bando de zumbis. Se for assim, quando não tiver muito público, seria uma sugestão: colocarmos milhares de bonecos de pano ou plástico já que estamos em épocas de biodiversidade, não é mesmo?

Me desculpem, é que fico irritado às vezes! De modo algum desvalorizo o que construímos com árduo sofrimento, o que tantos clubes apreciam e invejam, mas acho em minha humilde visão de torcedor, se quisermos ser tão grande como seremos algum dia, poderíamos ter um estádio de primeiro mundo com uma torcida de outro mundo. Se naquela época, eu, um menino que não tinha time do coração, me apaixonei por um time que estava na segunda divisão, hoje essa história poderia se repetir! Pelo amor de Deus, não podemos deixar esse fogo apagar. Os Fanáticos sempre foram, são e sempre serão importantes para o Atlético, isso é fato. Não paro de pensar como será aquela imensa torcida gritando dentro daquelas paredes quando concluirmos nosso estádio! Já imaginou?

Um grande abraço de um torcedor apaixonado.



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