Ricardão na área
Dia desses, lendo um comentário do Mafuz sobre a relação Atlético/Petraglia/Fundo de Investidores, tem algo que não me sai da cabeça. Não sei se é porque tenho dificuldades em entender certas coisas ou se alguma coisa está errada mesmo.
Vejamos: o Atlético dá o extraordinário nome que tem, empresta a sua fabulosa mística atleticana, expõe a sua tradição, exibe orgulhasamente o que há de mais valioso em seu patrimônio – sua torcida a melhor do sul do Brasil -, paga as despesas dessa relação anormal, arca com todo o ônus, e na hora do bem bão, quem fica com o néctar e o orgasmo é o outro?
Seria uma relação em que o maridão paga as despesas da casa, agüenta a chatice da mulher, vive o dia-a-dia, juntos, e quando ela se arruma, quando ela fica bonitinha, quem a leva para o motel é o Ricardão? Sei não, pessoal, acho que estamos sendo enganados (risos).
É melhor botarmos as barbas de molho, enquanto os conselheiros atleticanos se prostram coniventes em posições humilhantes, aceitando tudo isso que está ocorrendo. Está mais que na hora de reagir. Pelo jeito que as coisas vão indo, não vai sobrar nem a sopa para nós, pobres amantes apaixonados do Clube Atlético Paranaense.
De que nos vale ter um patrimônio grandioso se não é nosso? No jogo contra o Voltaço, ouvi o “corinho” pedindo a volta do Farinhaqui. Nem tanto, mas um pouquinho de saudades dá, e como dá. De que nos adianta ter tudo isso, se não temos time? Com o Farinhaqui também não tínhamos time, mas tínhamos o Atlético, ele era nosso, era de todos, sem distinção. Não é o mais importante ter um estádio bonito, um CT maravilhoso, sem que tenhamos um time competitivo. Sem time, tudo vai a pique, é o caos.
Como acompanho o Atlético há muito tempo, sociologicamente, posso dizer que a nossa torcida mudou, diminuiu, elitizou-se, ficou “mais fresca”, ficou européia, perdeu a sua essência. Quem, em sã consciência, se afastaria de uma torcida como a nossa saudosa torcida?
Enquanto os dirigentes do Paraná e do Coxa fazem de tudo, promovem horrores, mesmo perdendo dinheiro, simplesmente para ter a torcida apoiando-os, os dirigentes atleticanos fazem de tudo para afastar a nata da nossa torcida, querem “elitizar” ainda mais. Pobre atleticano “pobre”, coitado desse atleticano.
Logo, logo, vai ser obrigatório entrar no estádio com luvas brancas em dia de jogo do Atlético, assistir sentadinhos ao jogo, e preferencialamente, não vai ser permitido gritar muito, tudo isso para não perturbar a “paz” do pessoal dos camarotes. Burrice! Extrema burrice, teimosia, cabeça-dura!
Não faço parte do time que defende ingressos a preço de banana, mas também não aprovo o preço que estamos pagando, pagar e sonhar com o retorno de resultados bons, mas, tendo como resposta um time medíocre, ruim, péssimo, sem criatividade, é ruim demais. Parece um futebol de roça, passa para o lado e lá vem “chuveirinho” na área. Não tem um jogador sequer que pegue a bola e tente alguma coisa mais ousada. Nosso time está ridículo. Estamos pagando o alto preço do desmonte praticado pela diretoria e pela falta de talento dos “olheiros” do Clube Atlético Paranaense.
Qual será o nosso limite? Até quando agüentaremos? Será verdade aquilo que o Mafuz diz sobre os interesses individuai$ e financeiros acima dos interesses do Atlético? É tão difícil acusar sem provas, não é correto, mas por que estamos vivendo esses momentos difíceis?
Eu não sei, eu não contrato, eu não sou olheiro, porque se eu fosse olheiro, 80% dos jogadores que pertencem ao Atlético, estariam treinando separados, estariam no “olho da rua”.
Finalizando: se o dinheiro entra com facilidade, por que ele sai de uma forma tão frenética? Quem fica com o lucro dessas vendas? Quem mantém a folha de pagamento do Atlético, e se é o Atlético, por que não descontam tudo dos empresários quando há uma venda? São tantas indagações, são tantas dúvidas.
Está na hora de reagir!