15 abr 2006 - 21h25

Goleiro Diego reencontra a torcida do Furacão

Quase dois meses se passaram desde que o goleiro Diego se machucou na partida entre Fluminense e Operário-MT, válida pela primeira fase da Copa do Brasil. Diego foi cobrar um tiro de meta e sentiu a coxa esquerda. O goleiro foi retirado imediatamente de campo e o diagnóstico não foi nada animador: estiramento muscular. Desde então, sua rotina se resumiu a muitas sessões de exercícios e ao cumprimento de todas as determinações médicas para voltar aos gramados rapidamente.

Sempre dedicado, Diego foi além das atividades de recuperação. Nos últimos dias, retornou aos treinamentos, sendo muitas vezes o último jogador a sair de campo. Porém, não foi o suficiente para o atleta ter condições para assumir a camisa um neste domingo, quando o Fluminense estréia no Campeonato Brasileiro. Para Diego, uma partida ainda mais especial, já que é o reencontro do jogador com o Atlético, com a Kyocera Arena e com a torcida atleticana.

Mesmo assim, Diego teve uma boa notícia: foi relacionado na delegação que desembarcou em Curitiba e ficará no banco de reservas na partida de amanhã. Diego gentilmente recebeu a reportagem da Furacao.com no hotel onde a equipe carioca está hospedada e falou um pouco sobre sua contusão, seu desempenho no Fluminense e a saudade que sente da torcida atleticana. Curiosamente, apesar de ele ser o entrevistado, a primeira pergunta quem fez foi o próprio Diego, demonstrando todo seu carinho e gratidão ao Atlético: "E aí, como está o Furacão neste ano?". Pena que as notícias não são as melhores envolvendo o ex-time do goleiro, devido às eliminações precoces no Campeonato Paranaense e na Copa do Brasil. Confira a entrevista exclusiva de Diego à Furacao.com:

Diego, foram três anos defendendo a camisa do Atlético e você teve um saldo muito positivo: conquistou o título de Campeão Paranaense de 2005 e três vices-campeonatos – do Paranaense e do Brasileiro de 2004 e o da Libertadores do ano passado. Hoje você está aqui em Curitiba e amanhã vai reencontrar a torcida na Arena, só que do outro lado. Dá saudades?
Dá sim e muita. Sempre estou acompanhando as notícias sobre o Atlético pela televisão e principalmente pela Furacao.com. Quando o Oswaldo (técnico Oswaldo de Oliveira) disse que eu estava relacionado para o jogo, mesmo ficando no banco de reservas, foi um prêmio para mim. Mesmo porque a princípio eu não viria para Curitiba, por estar em processo de recuperação da minha lesão. Eu não esperava mesmo ser convocado. Mas ele sabe do meu vínculo com o Atlético, todo o carinho que eu tenho pelas pessoas que trabalham no Atlético e claro, a torcida.

Você, assim como boa parte dos jogadores, teve alguns desentendimentos com os dois últimos técnicos do Fluminense, o Ivo Wortmann e o Paulo Campos. Como está sendo o trabalho com o Oswaldo de Oliveira?
Está sendo muito bom. Amanhã será o segundo jogo dele, pois ele estreou nesta semana contra o Vila Nova, pela Copa do Brasil. O Oswaldo é um professor. Ele é inteligente e tem muita coisa a nos ensinar. Tenho certeza de que este aprendizado vai ser revertido em conquistas.

Amanhã será a primeira vez que você vai reencontrar a torcida atleticana. Como você acha que será este momento?
Olha, foram três anos que me marcaram muito. Tiveram dificuldades, momentos felizes e ruins, mas sempre procurei passar por tudo com a cabeça erguida. Tem ainda o carinho do torcedor, que sempre me prestigiou, tenho muitas lembranças. Tenho muitas lembranças bonitas da época em que estive aqui em Curitiba. Recentemente, vi o vídeo que vocês do site fizeram, com imagens das campanhas recentes do Atlético em Campeonatos Brasileiros e me emocionei até. Aparecem algumas imagens minhas, umas defesas memoráveis, gostei muito mesmo. A torcida é arrepiante, a vibração da torcida, a mística que envolve o estádio. Jogar na Arena é maravilhoso. Nunca vou esquecer.

Como foi a sua saída do Atlético?
Foi uma ótima oportunidade tanto para mim quanto para o Atlético, um reconhecimento do meu trabalho. Eles investiram em mim, porque eu fiquei aqui durante três anos e dei retorno ao clube. O valor de 80% da venda ao Fluminense foi muito maior do que o Atlético pagou ao Juventude. Não tenho nenhum tipo de mágoa com ninguém. Tenho muita gratidão com todo o pessoal do Atlético, a diretoria, comissão técnica, enfim, todos que trabalham no clube. Penso que as portas estarão sempre abertas para mim. Procurei sempre trabalhar da maneira mais digna possível, fui um profissional correto, sempre me dediquei e me doei ao máximo em campo. Muitas vezes fui mal interpretado por isso. Faria as mesmas coisas sempre, como quero fazer agora pelo Fluminense. Agora eu tenho essa oportunidade, é o clube que eu defendo e farei da melhor maneira possível como fiz aqui (em Curitiba).

Recentemente você disse numa entrevista que foi estranho chegar no Fluminense e se deparar com a diferença das estruturas, no que diz respeito a estádio e centro de treinamentos. Como foi isso?
A estrutura do Atlético é exemplar. Todo mundo quer copiar. Este projeto de construção de centro de treinamentos os dirigentes querem sempre tirar alguma coisa, tomar como exemplo. Quando cheguei ao Fluminense, claro que estranhei mas sei que o clube quer melhorar e toma o Atlético como exemplo. Eles querem reformular várias questões que no futuro vão se assimilar com o Atlético. Ele é exemplo para os clubes que querem crescer e melhorar a estrutura. Em termos de diretoria e comissão técnica, o Fluminense é muito profissional e possui muitos profissionais de qualidade.

Como está sendo morar no Rio de Janeiro? Foi difícil a adaptação?
Eu adoro Curitiba, tenho vontade de voltar a morar aqui e jogar no Atlético, não tenho porque mentir. Claro que no Rio de Janeiro têm os seus problemas, como a violência, mas é uma cidade beneficiada pela natureza e pelas praias. Só o calor que incomoda um pouco. Treinar lá é horrível, quente demais, principalmente pela manhã.



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