Muito bem, Senhor Primeiro-ministro. Com o coração desarmado, li e refleti sobre o conteúdo de sua missiva endereçada à nação Rubro-negra.

Aceito o seu “mea culpa” (se feito com a humildade dos mortais). Só não aceito algumas insinuações dirigidas contra este ou aquele ex-dirigente, contra este ou aquele advogado contratado pelo Clube. Afinal, se erros aconteceram, faz mais de 10 anos que o Senhor está no comando das coisas! E, convenhamos, as coisas não estão indo muito bem (ou seria melhor: estão muito mal). Então lhe pergunto: e agora? Quais as medidas eficazes que sua Diretoria vai tomar no plano do futebol ? No campo patrimonial, não duvido de sua competência, muito embora devamos, daqui pra frente, ter que engolir bebidas pouco agradáveis nos “boxes” da Arena!

Não seria de bom tom contratarmos, de pronto, um Diretor de Futebol com capacidade para dirigir “as coisas do futebol?” Alguém que, sendo de sua confiança, tivesse vivido o dia a dia dos “boleiros”, que falasse seu “idioma”, que tivesse perspicácia e competência para administrar vaidades e tentações, próprias dos jogadores de futebol, alguém, enfim, que, sem nenhuma vaidade, mas com um bom salário (pois hoje está difícil arregimentar quem aja por amor ao clube), pudesse aconselhar a Diretoria (leia-se, “o senhor”, pois o pobre do Fleury já mostrou que de nada entende) na formação de nosso plantel e assumir seu controle?

Acredito que com ações concretas, como esta sugerida, e outras voltadas para o reforço de nosso plantel (com a contratação de jogadores experientes e de liderança comprovada) o Senhor conseguiria, quiçá, apoio pessoal de todos nós torcedores, como pediu em sua carta. De minha parte, tenha certeza, não dou créditos excessivos ao que divulga nossa imprensa (especialmente a Paulista), sobre seu envolvimento e de seus familiares em supostas “negociatas”.

Mas, de outro lado, dou a máxima importância ao nosso Clube e à sua maior razão de existir: o “futebol”. E com este, ando decepcionado, assim como o Senhor, Primeiro-Ministro! Então, deixemos de conversa mole e mãos à obra! A bola está na marca do pênalti e o Senhor, como se intitula, é o goleador. Capriche!