Carta aberta
Escrevo esta a toda torcida Rubro-negra e, em especial, a dois torcedores ilustres, Sr. Petraglia e Sr. Fleury, aqui, carinhosamente chamados de “presidentes”.
Pois bem, Srs. presidentes, venho por meio desta carta, já que não nos resta outra forma de comunicação, demonstrar minha enorme insatisfação com os fatos ocorridos dentro de nosso clube amado. Tenho acompanhado todos os acontecimentos “de camarote”, e, no momento não posso mais me calar. Infelizmente chegou a hora de “soluções”, e não mais “esperas”.
Com relação às cartas dos Srs., concordo em gênero, número e grau com o conteúdo de tais. Imagino (como não os conheço, não posso afirmar categoricamente) que tudo o que esteja escrito lá seja a mais pura verdade. E, para mim, não é a defesa de acusações de cartas anônimas, e matérias “sensacionalistas” que os Srs. devem se ater. Devem sim, responder ao povo atleticano, aquele torcedor “doente” como vocês, o que se passa dentro do clube. Esta pergunta não foi respondida até agora. E esta pergunta é a principal resposta ao torcedor, neste momento tão delicado!
Posso dizer que o ano de 2006 deixa um gosto de traição para nós. Digo isto, porque desde 1995 me acostumei a ver o Atlético como um time de 1º mundo, mesmo morando em um de 3º. Me acostumei a gastar/investir com o meu time querido, e, com isto, ver o retorno! Comprei “pedacinhos” da velha Baixada, comprei o ingresso mais caro do Brasil, consumi a marca Atlético, sempre tendo em contra partida algo. Vi a Kyocera Arena nascer, crescer. Vi o CT da mesma forma. Vi o Atlético ser campeão brasileiro. Vi o Atlético ser respeitado. Vi o Atlético se impondo no Brasil e na América. E, sou muito grato a tudo isso. Sei que se não fossem os Srs., com alguns parceiros, nada disto seria realidade hoje.
Mas, 2006 veio. E, ao meu entender, uma filosofia nova entraria em vigor! No final de 2005, via imprensa, os Srs. nos deram a esperança de um 2006 promissor. Como teoricamente é um ano sem muitos “esforços” na área patrimonial do clube, foi nos dito que todas as forças estariam voltadas unica e exclusivamente ao futebol. No meu entender, desde 1995, a presidência jamais precisou dar satisfações sobre o elenco a torcida, pois esta sabia que as forças estavam divididas entre o futebol, dívidas e o próprio elenco. Nos acostumamos a jogadores “sem nome”, que, muitas vezes, chegaram e nos deram muitas alegrias. Ou seja, além de tudo, tivemos muita sorte nos jogadores escolhidos, que de promessas, viraram craques! Mas, devido ao anúncio feito no final de 2005, acredito que a diretoria, pela primeira vez, nos deu o direito de cobrança em relação ao elenco de futebol profissional.
Infelizmente, não entra em minha cabeça, o “desmanche” ocorrido no final de 2005. Para mim, de todos os que saíram, o único que teoricamente teria um substitudo, seria Marcão. Michel Bastos, apesar de não ter se dado bem aqui em outras oportunidades, vinha de um Brasileiro excelente pelo Figueirense e prometia muito. Perdemos além de técnica, a experiência que os jogadores “mais rodados” nos davam. Hoje temos um amontoado de moleques, sem um líder dentro de campo, batendo cabeça! E isto que 2006 seria o ano do futebol… Isso sem contar na “lambança” do caso Aloísio.
Uma outra pergunta que para mim está sem resposta, é a verdadeira finalidade de nosso CT. Vejo muitos jogadores jovens vindos do nordeste, do PSTC, e nenhum formado em nosso CT?
E, por fim, para não me alongar, o tal teto salarial imposto por nossa diretoria. Mais uma vez, não me entra na cabeça comparar o Atlético a times brasileiros na mesma faixa de arrecadação que a nossa. Acredito que Goiás, Ponte Preta, Fortaleza, Juventude, Paraná, não tenham receitas no nível das atuais do Atlético. E como o Goiás pode pagar o salário do Geninho, maior técnico de nossa história recente, que, pelo nosso teto, não cabe em nosso orçamento? Como o Paraná paga o Flávio? Como o Fortaleza pode se dar “o luxo” de ter Finazzi? Acredito ainda que um time como o Cruzeiro não tenha receitas tão diferentes da nossa, para manter um elenco qualificado da forma como tem! Muito menos o Inter. O Atlético/MG, na segunda divisão, contrata jogadores (Daniel Marques) de melhor gabarito que os contratados por nós! A pergunta que fica para mim é a seguinte: Onde gastamos tanto dinheiro (mal, diga-se de passagem) que não conseguimos estar no nível destes?
Escrevo isto, não como uma crítca aos Srs., mas, até certo ponto. Escrevo para re-afirmar o meu apoio aos Srs. e, talvez, para que em alguma palavra escrita aqui, possa ajudar em algo para que nosso Furacão volte a brilhar no lugar mais alto! Escrevo para dizer, que apesar de não entender muitas coisas que se passam por estas bandas, continuo firme, na torcida por dias melhores!