15 maio 2006 - 12h11

Análise de Santa 1 x 2 Atlético, por Rogério Andrade

Análise do jogo – Santa Cruz 1 x 2 Atlético
por Rogério Andrade, colunista da Furacao.com

Contra um adversário fraco, Cléber foi o melhor em campo. Não há definição melhor para encher de dúvidas a cabeça do torcedor, principalmente do torcedor que não assistiu o jogo, péssimo por sinal, em termos técnicos.

O Atlético teve seu melhor momento até a metade da etapa inicial, e cresceu muito após o gol de Pedro Oldoni. Em uma das poucas jogadas de inspiração de Dagoberto pelo lado esquerdo, o Rubro-negro teve a chance de ampliar e matar o jogo na etapa inicial. Dominou a partida, mas aos poucos perdeu a consistência no meio e, sem criação, passou a depender das jogadas dos laterias. Foi submetido a uma pressão do time de Recife e em uma falha ridícula do meia Ferreira, tomou o gol de empate.

Sem organização, totalmente perdido, ainda sem criação e errando muitos passes, o Atlético não foi nem de perto o time que enfrentou o Inter na Baixada. Sem brilho, com uma falta de ânimo incrível, voltou a ser um Atlético irritante, contente em voltar de viagem com apenas um ponto. Contra qualquer outro time, talvez o Atlético voltasse com a derrota. Mas era o Santa Cruz, um time que vai precisar muito mais neste campeonato, caso contrário, vai com Espinosa e tudo para o lugar de onde veio.

Destaques do jogo

Cléber: sem dúvida o melhor em campo. Seguro e com excelente reflexo, fechou o gol com as mãos e com o joelho. Não se preocupa em jogar bonito, mas se preocupa em não tomar gol. Precisa com urgência ser o capitão do time;

Evandro e Herrera: em pouco tempo deram outro aspecto ao time e tornaram o Furacão mais ofensivo. Evandro esteve mais presente e também estava no lugar certo, na hora certa quando o goleiro adversário rebateu a bola para dentro da área. Herrera tem qualidade, bom toque de bola e é participativo. Na minha opinião, precisa ser titular deste time.

Pontos negativos

Ferreira: o meia poderia ter feito qualquer coisa quando escorregou e ficou de quatro, dando passagem para o gol de empate do time de Recife. Poderia ter engatinhado até para fora de campo, local mais próximo, mas totalmente desanimado e sem vontade alguma de brigar pela bola, ficou apreciando o gol do Santa Cruz. Feio e vergonhoso;

Zaga: qualquer time faria a festa ontem, mas o Santa Cruz não soube aproveitar. Danilo nervoso, Alex irregular e João Leonardo perdido, quase botaram tudo a perder. Que volte Paulo André;

Meio campo: não tem jeito. O Atlético não consegue criar, não briga pela segunda bola e deixa uma avenida pelo meio. Ferreira corre muito, mas sem qualidade suficiente para um meio campo que precisa ser de criação. Aposto em Fabrício;

Dagoberto: tem futebol sobrando, mas guardou em algum lugar. Tomara que não tenha perdido a chave. Está devendo e será cobrado pela torcida.

Apito final

De bom mesmo apenas algumas coisas. Talvez a imagem do primeiro gol, quando todos correram para abraçar Givanildo. Temo que uma grande ilusão tenha se criado em torno desta vitória.

Na hora certa, apareceu de novo o erro do árbitro, desta vez nos favorecendo. O pênalti de Alan Bahia foi escandaloso, mas não bastando errar ao não marcar, Simon ainda amarelou a vida de Alex Oliveira.

Ganhar foi essencial, precisávamos muito dos três pontos, que aliás, caíram do céu. O que não pode acontecer é se confortar com o mesmo time e achar que tudo está ótimo. Ainda acho que o Atlético está desorganizado taticamente, sem lances trabalhados, sem estratégia ou jogadas ensaiadas. O Atlético precisa lutar mais, ousar mais e agredir mais o adversário. E Givanildo, já que fez a viagem de volta, precisa mostrar os motivos de sua permanência.

O colunista Rogério Andrade, 33 anos, é profissional em Marketing. Atleticano de ‘berço’, considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.



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