A transformação do Clube Atlético Paranaense nestes últimos dez anos vem tomando seus retoques finais, com a conclusão do estádio mais bonito e moderno da América latina, assim como o centro de treinamento no nível dos melhores do mundo.
Eu acredito que Mario Celso Petraglia foi e será o maior nome da história atleticana, e sempre bati de frente com as “viúvas da curva do pinheiro” e da arquibancada de madeira que trazia os dizeres “uma vez Atlético sempre Atlético”, mas tenho de reconhecer que começo a sentir saudades! Não dos tempos de Taquito e Tião Quelé, nem do pão com bife, muito menos do muro do xixi, mas sim da identidade e da cumplicidade que existia entre o clube e seus torcedores, do tempo que me sentia dono de um pedacinho do meu time do coração.
Infelizmente tenho que admitir que o Atlético se transformou num grande negócio e para o clube hoje o que mais interessa são meus 30 reais e não mais a minha palavra, o meu grito, minha bandeira ou o meu choro!
Ir à Baixada perdeu a graça e o encanto, a torcida se elitizou, não temos mais bandeiras, papel picado, faixas e o meu amigo agora está na Getúlio fila H, cadeira 348 e eu na Madre Maria fila L, cadeira 172, não somos mais uma família, não tenho mais a quem abraçar e nem um ombro amigo para enxugar minhas lágrimas.
O que dizer do time então, além da incompetência da maioria dos jogadores, ele foi contagiado por esse estado de coisas, hoje é um time “sem alma e sem coração”, e isso caro leitor, não se conserta simplesmente com a troca de peças, ou muda-se a filosofia ou estaremos fadados ao ostracismo.
Agora o mais grave, é que “a camisa rubro-negra não se veste mais por amor”, enquanto vemos jogadores de outros clubes não comemorarem gols contra seus ex-clubes, observamos o jogador Adriano quase ir ao delírio na comemoração de um gol que nem foi seu na última partida com o Inter dentro de nossa casa, e como Rogério Corrêa que se criou por aqui, foi campeão Brasileiro me remeteu a mais profunda indignação, ao comemorar efusivamente o seu gol, mostrando que o respeito pela nossa “camisa” não existe mais, acabou.
Bons jogadores não querem vir para o Atlético, os poucos que ainda restam querem ir embora, os que tiveram alguma projeção já se abraçam na primeira proposta e se mandam, não se identificam mais com nossas cores ou pior, nos detestam.
Não se iluda, caro atleticano, com o ano que passou, com o vice da Libertadores e a recuperação no brasileiro, pois fora os acasos do futebol o time era de mediano para razoável. Hoje não tenho medo de afirmar que o time é medíocre, e nosso santo pode cansar, estou à “espera de um milagre.”