13 jul 2006 - 10h58

Análise de Atlético x Fortaleza, por Rogério Andrade

Análise de Atlético 0 x 0 Fortaleza
por Rogério Andrade

Dois minutos do segundo tempo. Jorge Mutt, do Fortaleza, expulso de campo. O que estava ruim poderia melhorar, explorando-se mais o meio campo, com um pouco mais de liberdade para fazer a bola chegar no ataque. Imediatamente, Givanildo de Oliveira saca Evandro do time, o único que poderia e tinha condições de criar alguma coisa, mesmo não apresentando um grande futebol.

Essa foi a imagem de um time desorganizado técnica e taticamente, isso sem falar na falta de talentos e qualidades individuais. Não vou omitir ou negar o que eu e mais nove mil e tantos atleticanos assistiram ontem na Baixada. O que vimos foi uma verdadeira vergonha. Uma tremenda incapacidade, falta de comando, ausência de inteligência e o pior de tudo, jogadores péssimos individualmente, casos de Jancarlos, Moreno, Cristian, Pedro Oldoni, Neto Baiano e Herrera. O Atlético foi um martírio. Uma calamidade.

Diante de um Fortaleza retrancado, o fraco time do Atlético não conseguiu criar jogadas pelos flancos do campo, não soube aproveitar os espaços e não teve capacidade de criar sequer um ataque de perigo. Um time que depende de Cristian para armação de jogadas, pode considerar um empate como vitória. Pelo amor de Deus, alguém precisa expulsar esse rapaz do Atlético! Alguém precisa falar para o Moreno que ele não é jogador de futebol, que está na profissão errada! E Pedro Oldoni, quer uma passarela para desfilar na Arena? Neto Baiano bem que tentou, mas só no desarme, e só no primeiro tempo. Característica de atacante Neto não possui, e conseguiu disputar com Cristian quem bateria a pior falta da noite.

Um time sem alma, sem qualidade, sem tesão, sem porcaria nenhuma, merece mesmo ser comandado por um técnico pobre, sem padrão, sem palavras, sem argumentos, sem justificativas concretas, sem inteligência, sem liderança, sem noção de tempo e espaço. O Atlético precisa “varrer” a casa antes de usar roupa nova. O Atlético precisa mudar, precisa colocar em campo um time com mentalidade de time grande, que toque a bola, que crie jogadas, que tenha um planejamento técnico, que defenda e que ataque. O Atlético precisa, enfim, de jogadores a altura do clube.

E para mandar todo mundo embora pra casa com uma sensação de impotência, Herrera conseguiu proporcionar a cena mais tosca da noite. Bateu o pênalti como um fracassado, como um incompetente que chama a responsabilidade e depois se “borra” todo. Um tremendo irresponsável. E nem mesmo a ordem de Givanildo para Danilo bater o pênalti fez efeito. Ninguém mais se respeita dentro do Atlético, e ninguém mais respeita os milhares de atleticanos que não cansam de apoiar e jogar com o time. Isso cansa, agora chega. Basta. Agora nós queremos, de uma vez por todas, atitude. A torcida do Atlético não merece um time como este.

Sr. Marcos Moura Teixeira, mostre a que veio. É hora de trabalhar. E rápido.

Análise de Paraná 2 x 1 Atlético
por Wagner Ribas

Domingo é dia de futebol, a prévia do jogo é a reunião no boteco regada a cerveja gelada, e o assunto não poderia ser diferente do que futebol, lógico. Antes, aquele almoço em família, fofocas sobre a tia que finalmente vai desencalhar, sobre a prima recém aprovada no vestibular. Eita alegria danada! Nada como aquele churrasco bem feito, carne bem temperada e uma boa salada.

Pra terminar bem o dia, só mesmo uma boa vitória do clube amado, com futebol bem jogado, torcida enlouquecida após uma boa jornada.

Infelizmente, esse não foi o domingo perfeito para os atleticanos, principalmente àqueles fanáticos dois mil torcedores que estiveram presentes no Pinheirão, que brilharam como as cores do furacão e vibraram como nunca, e ainda torceram como loucos, relembrando os velhos tempos de vacas magras. O Atlético tem uma torcida apaixonada, que não merece um time como esse. Acorda diretoria, antes tarde do que nunca.

No estádio da federação, cerca de nove mil torcedores presenciaram em campo dois times com propósitos diferentes. Um, com objetivo de uma vaga a libertadores, outro, o Atlético, lutando na zona intermediária, tentando fugir do rebolo dos candidatos ao rebaixamento. Para a torcida do Furacão, o primeiro clássico do ano. Para os paranistas, uma prova ao título estadual conquistado no primeiro semestre.

Um jogo que começou monótono, com ambas as equipes se estudando e com pouca objetividade e nenhuma ousadia.

A zaga do Atlético, com Danilo e João Leonardo, por inúmeras vezes passou apuros quando a equipe paranista atacava. Sem saber defender-se quando os atacantes do Paraná usavam de um dos recursos mais básicos do futebol, que é o “um, dois”, deixavam por diversas vezes alguém livre de marcação. E foi assim que a equipe da Vila Capanema abriu o marcador. No primeiro tempo, nada mais que isso para o Atlético, além de um chute de Alan Bahia sem destino, já nos acréscimos. Esperou-se mais do meio de campo, que pouco criou, e as jogadas pelas laterais não fluíram, além de um ataque sem objetividade. Triste primeiro tempo.

No segundo tempo, demonstrando um pouco mais de determinação, o Furacão foi pra cima, e com um belo chute/cruzamento de Jancarlos, a bola entrou, enganando ao goleiro Flávio, e até mesmo a torcida presente no estádio.

Com a igualdade no placar, o Furacão encorajou-se e dominou o meio de campo, tentou criar pelo meio, tentou criar pelas laterais. Mas esse domínio foi ilusório, já que as melhores chances de desempatar foram da equipe paranista e o consagrado, foi mais uma vez o goleiro Cléber.

Sem objetividade, o rubro-negro esbarrou em si mesmo, com toques de lado, bolas jogadas na área para um ataque mal posicionado, e escassas sobras, fossem de ataque ou defesa, que paravam nos pés dos jogadores do Furacão. Nada deu certo. E como a velha máxima do futebol é verdadeira, quem não faz, leva. E levou.

De todos os males, ainda pude ver jogadores com vontade, que correram, tentaram, mas não foram bem sucedidos. E o que concluo, é que nos falta técnica e comando. Givanildo tem sua parcela de culpa, os jogadores também devem ter sua porcentagem, mas só estão ali por que alguém os contratou. A torcida, é a vítima, que sofre no outro dia as gozações, que compra pacotes e produtos originais, que vai ao Pinheirão e empurra durante todo o tempo um time que não a merece. E os culpados, quem são?

A culpa é daqueles que lubridiados pelo poder esqueceram-se do futebol. É daqueles que contratam por lote, esperando que no meio da manada, um sangue puro se destaque e renda uma boa bolada. Aqueles mesmos que esquecem-se que o maior patrimônio do Atlético é sua própria torcida e a tratam como consumidor, numa relação desigual.

Não podemos nos esquecer da lição ensinada por nosso co-irmão ano passado, que cometendo os mesmos erros que cometemos no presente, todos sabem onde foram parar (toc toc toc). Ainda é tempo de repensar, ainda é tempo de mudar. O time do Atlético, definitivamente, precisa de um fato novo. E esse fato novo, deve ocorrer com urgência, antes que a vaca vá para o brejo e que o Apocalipse chegue.

Wagner Ribas é colaborador da Furacao.com. Clique aqui para entrar em contato com ele.

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