21 jul 2006 - 16h21

Givanildo está fora

Givanildo José de Oliveira não é mais o técnico do Clube Atlético Paranaense. Ele entregou seu cargo no início da tarde desta sexta-feira e não comandará a equipe diante do Vasco da Gama, no próximo domingo. O time deverá ser dirigido por um técnico interino. A diretoria do clube ainda não se pronunciou sobre o assunto e, portanto, ainda não se sabe quem terá incumbência de comandar o Atlético no próximo compromisso do Campeonato Brasileiro.

Givanildo Oliveira foi contratado pelo Atlético em março, após a turbulenta saída de Lothar Matthäus, que também entregou seu cargo. Estreou no jogo contra o Volta Redonda, pela Copa do Brasil, e não conseguiu reverter a derrota do jogo de ida. Com o empate sem gols, o Atlético foi eliminado em plena Kyocera Arena. Depois desta partida, Givanildo ainda comandou o Atlético em mais 12 partidas do Campeonato Brasileiro.

Durante a maior parte de sua passagem pelo clube, o técnico sofreu resistência da torcida e da crônica esportiva. Ele chegou com a aprovação de 70% dos torcedores, segundo enquete promovida pela Furacao.com à época. Com os maus resultados, como as derrotas em casa para Fluminense e Inter, os torcedores passaram a entoar o coro "Fora, Givanildo", pedindo a sua saída do clube.

Segundo se especula, Givanildo teria deixado o cargo à disposição da diretoria em pelo menos duas ocasiões. Prestigiado pelo presidente do Conselho Deliberativo, Mario Celso Petraglia, o treinador pernambucano foi mantido e teve tempo para preparar a equipe durante os 40 dias de paralisação do Campeonato Brasileiro. Porém, o mau futebol apresentado pelo Atlético nos jogos contra Fortaleza e Paraná Clube deixou sua situação delicada. As reclamações não foram tanto em decorrência dos resultados, mas sim da falta de padrão de jogo e da forma como o técnico comandava o time à beira do campo, sem passar vibração aos atletas.

Desgaste

O episódio envolvendo o jogador Dagoberto merece um capítulo à parte na história da passagem de Givanildo pelo Atlético. Em litígio com o clube, Dagoberto se viu também em rota de colisão com o técnico quando foi informado por ele de que não participaria de um treinamento coletivo. Publicamente, Givanildo justificou que não escalaria o jogador porque ele não tinha condições psicológicas de jogo. Dagoberto desmentiu o treinador em entrevistas à imprensa, dizendo que na conversa particular Givanildo havia alegado ordes da diretoria para sacá-lo do time.

Chamado de mentiroso por Dagoberto, Givanildo ficou chateado com a conduta do jogador, que acabou sendo punido pela diretoria do clube. Em um treinamento no CT do Caju, Dagoberto desrespeitou Givanildo em frente de todo o elenco e a relação ficou ainda mais deteriorada. Depois, o técnico se recusou a falar sobre Dagoberto e disse que nunca havia passado por um episódio semelhante em toda a sua carreira.

Entrega do cargo

Depois da derrota diante do Paraná, aumentou o coro do insatisfeitos ao trabalho do treinador. A atual enquete da Furacao.com revela que mais de 50% dos torcedores consideram que o principal medida para tirar o Atlético da má fase técnica é a substituição da comissão técnica. Mesmo assim, a diretoria do clube deu forças a Givanildo Oliveira e o manteve no cargo. Um dos indícios do prestígio do treinador foi a contratação, a seu pedido, do auxiliar Pedro Manta. Durante esta semana, o treinador chegou a ser consultado por dirigentes do Remo, mas recusou a proposta para permanecer no Rubro-Negro.

Nesta sexta-feira, de modo surpreendente, o técnico pediu demissão. Por volta das 15h30, ele deixou o Centro de Treinamentos Alfredo Gottardi de carro, acompanhado por outros integrantes da comissão técnica. Não quis dar entrevista aos setoristas que cobrem o clube, mas confirmou que não era mais o técnico do clube. A notícia foi divulgada logo em seguida pelas principais emissoras de rádio de Curitiba.

Apesar de não ter dado explicações, a atitude de Givanildo revela que ele estava sofrendo uma pressão muito intensa da torcida atleticana e estava desconfortável na sua condição de treinador do clube. Por isso, achou por bem entregar seu cargo. Ao lado de Givanildo, também deixam o clube o preparador físico Wellington Vero e o auxiliar técnico Pedro Manta, recém-contratado.

Saiba mais

Saiba mais informações sobre a saída de Givanildo Oliveira no programa Panorama Esportivo, da Rádio Banda B (AM 550), que tem início às 17 horas. O repórter Osmar Antonio está no CT do Caju e fará a cobertura completa sobre a mudança da comissão técnica rubro-negra.



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